segunda-feira, 30 de março de 2009

Cinema Au-que-mia




O título deste post é um delicioso trocadilho (com "alquimia") que encontrei numa placa de veterinária em uma pequena cidade mineira. Trouxe-o à baila porque recebi alguns e-mails aumentando a lista dos cachorros do cinema/quadrinhos.


E gato? Gato também é gente de cinema; em quantidade bem menor do que os cachorros, parece. Minha irmã lembrou do primeiro gato famoso: o Félix. Também logo nos ocorre outra celebridade: Garfield. E ... que mais?
Só consigo lembrar de mais dois: o gato branco de "La Dolce Vita" (aquele da famosa cena da Fontana di Trevi) quando Mastroianni, a pedido de Anita Ekberg, vai procurar leite para alimentá-lo; e o gato do filme "A noite Americana" de François Truffaut (foto) , esse sensível e adorável retrato dos bastidores de uma filmagem.
Numa das cenas mais hilariantes, a produção do filme precisa que um gato beba o leite da bandeja que é colocada na porta do quarto onde uma das personagens dorme. O danado do gato é teimoso, não quer tomar o leite de jeito nenhum...É divertido ver até que ponto a produção de um filme pode sofrer a interferência do acaso.

"Eu disse não"



A camisinha da foto foi feita e distribuída em protesto contra a proibição da Igreja Católica ao uso do produto (para prevenção da AIDS)

domingo, 29 de março de 2009

Diálogo em Quito (Equador)


-- "Alô, me liga com Deus"
-- "Sinto muito. Seu crédito acabou."

A febre do Twitter




"Twitter, na tradução livre do inglês para o português, significa pronunciar uma série de pequenos sons, como um pássaro. Atualmente, twitter ganhou um novo significado e virou sinônimo de comunicação. Para quem não conhece, o Twitter é a nova febre da web. Na ferramenta, a informação se espalha de maneira instantânea, é transmitida de usuário para usuário, quase como aquela velha história "um passarinho me contou...".
Quando surgiu, em agosto de 2006, o Twitter tinha uma pretensão bem menor do que o sucesso alcançado hoje. Seus primeiros usuários o utilizavam para responder a pergunta que estampa a página inicial do site: "O que você está fazendo agora?". A ferramenta servia como uma espécie de agenda e diário on-line. Com um formato dinâmico, o Twitter rapidamente intrigou e interessou os principais influenciadores da internet, os chamados early adopters, que abraçaram a ferramenta e a transformaram na sensação do momento na web.
Em março de 2007, o então candidato à presidência norte-americana Barack Obama criou seu perfil no Twitter a fim de alavancar a campanha que o levaria à Casa Branca. Depois dele, inúmeras celebridades entraram na brincadeira e abriram suas contas. A lista é extensa e vai do premiadíssimo escritor Paulo Coelho até a premiadíssima atriz de filmes para adultos, Jenna Jameson. Não há restrição nem descriminação, contanto que você queira falar algo, ou sobre algo, o Twitter é o lugar certo."
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Matéria da revista Brasileiros
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Para twittar:
2 -crie um perfil
3 - comece a twittar

Meninos de Santo André


Rafael, Emily, Valéria e Aila
no Café e lan house da Mayo

Ainda a capoeira



Recebi o comentário abaixo, de uma família que passou uma semana aqui:

"O professor Pinguim marcou as férias da família em Santo André. Os membros da primeira idade compareceram e aplaudiram as aulas de capoeira ministradas no Costa Brasilis. "


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na foto, a aluna Júlia

sábado, 28 de março de 2009

Bom pra cachorro





Esta semana voltamos a passar os filmes na rua. Anunciamos o filme "Marley e eu": travessuras de um cachorro. Só que na última hora lembrei de testar para ver se o som estava dublado para o português.


Não estava. E como a moçada não consegue (ainda) ler as legendas e ver o filme, decidimos trocar para "Bolt, o supercão."

Cachorro por cachorro, quem sabe, os meninos nem notariam. Errado. Notaram, mas não se incomodaram, adoraram o Bolt.

E agora estou lembrando que o cinema tem um fraco por cachorros... a lista deve ser imensa, por exemplo: Lassie - Milu (do Tintin), Rin-tin-tin, Beethoven, Capeto (do Fastasma), Ideafix (Asterix e Obelix), Scooby-Doo, Verdell (acima, com Jack Nicholson, no filme "Melhor é impossível") ...

e o cachorrinho da Cofap, aquele caozinho da raça Dachshund que a partir de 1989 passou a ser o "garoto-propaganda" da fábrica de amortecedores Cofap... e também a Baleia (do filme "Vidas Secas"), "Amores Perros", do filme homônimo... mas esses são outros temas.




O Leite Derramado do Chico


O novo livro de Chico Buarque -- "Leite Derramado" -- chega hoje às livrarias, pela Companhia das Letras.
Depois de "Budapeste" -- um livro incrível, de bom -- mal vejo a hora de leitar meus olhos nas letras literárias do Chico.

Os meninos de Mato Grosso do Sul


no filme "Terra Vermelha"

A rendeira borralheira




Tem texto de Socorro Acioli e

ilustrações de Alexandre Camanho


Deverá ser lançado em maio de 2009


Não sei quem são essas pessoas, mas adorei as ilustrações

O amor grafitado


O outono segundo Mônica



"E vem chegando o Outono...a primeira friagem...um cair de folhas...a luminosidade diminui suavemente...o corpo pede uma desaceleração após a intensa atividade do verão...

E ,já que “nosso corpo pulsa de acordo com a terra, e não com o cimento armado” , é momento de fazer a roda da espiral girar para dentro, e começar a cuidar de si a partir do corpo, a partir do dentro...

Tome Própolis para proteger os pulmões...coma fibras para limpar os intestinos...receba massagem para o corpo... florais e meditação para a alma...e siga criando, formando, sonhando,realizando...

Um abraço, Monica "

Feriados à vista



O bungalow do Casapraia -- filho único num espaço luxuriante de verde flora e verde mar -- está com a seguinte promoção para os feriados de maio:


"Três noites/quatro dias: R$840,00 o casal.

Com café da manhã, jantar especial e outros mimos."


sexta-feira, 27 de março de 2009

by Nelson Rodrigues





"Tudo passa, menos a adúltera. Nos botecos e nos velórios, na esquina e nas farmácias, há sempre alguém falando nas senhoras que traem.
O amor bem-sucedido não interessa a ninguém.."

Santo André na baixa estação


Adoro a efervescência do verão aqui na praia de Santo André. Festival cultural, apresentações do Centro Cultural, do IASA, destaques na capoeira, shows, música e maestro.

Mas é na baixa temporada que vivo intensamente no povoado. Dá para ver com calma os amigos, principalmente os que trabalham com restaurantes ou pousadas, a vila fica com aquele ar pacato que nos encanta, os livros voltam a ser abertos, a jardinagem (ou a cerâmica, pintura...) retornam às atividades diárias, as caminhadas na praia ou no povoado voltam à ordem do dia.

E Santo André está linda, TODA ILUMINADA E LIMPA!
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Coisa boa é voltar de uma viagem de dois meses, andar na rua e receber muitos comentários assim:
“Que bom que você voltou”
“Chegou?”
“Chegou quando?”
“Quando vai ter filme?”
Um abraço num beco, um beijo numa esquina.
Aqui em Santo André não sou apenas uma estatística, tenho nome e sobrenome e se a gente mora aqui, todos notam quando viajamos.
Quando eu morava em Brasília uma senhora morreu na minha rua e a notícia levou 3 meses para chegar na minha casa.

Santo André da Bahia



Como todo mundo sabe, o modo de produção em que estamos imersos atualmente gera – além das mercadorias industriais tradicionais -- produtos advindos do conhecimento, da informação, da cultura e de outras área imateriais.
A capacidade criativa tem, hoje em dia, tanto peso quanto o aporte de capital.
É um manancial do qual se nutrem as localidades turísticas na busca de promover eventos culturais.

Esses dias, li num jornal daqui da região uma entrevista com o Sr. Cícero Sena, dos hotéis Portobello de Porto Seguro e Salvador, contendo algumas informações que valem a pena destacar:

- “Eu comparei os preços dos terrenos da Orla Norte de Porto Seguro, na região de Taperapuã, com os terrenos das praias de Salvador, na área da Armação, do Aeroclube. Quinze anos atrás, os preços eram equivalentes. O que custava 100 dólares aqui, lá também. Mas nos últimos anos houve um descolamento brutal. Em Salvador, passou a valer 1000% a mais.”

ARRAIAL DE AJUDA E TRANCOSO

--“Mas não precisa ir tão longe. Aqui em Arraial d´Ajuda e Trancoso, que não tem pista frente ao mar, os terrenos valorizaram muito também. As praias do Norte são maravilhosas, tem empreendimentos, shows, então porque é que os preços são descolados? Eu atribuo essa diferença de preços ao fato de nós termos uma BR que agride. De vinte anos para cá, jamais se faria uma pista como essa, frontal ao mar.”

--“Acredito que o ideal seria duplicar a Av. Beira-Mar do trevo do Cabral até o Mundaí. Do Mundaí até o Gaúcho poderia ser feito um enorme calçadão com ciclovia, resgatando o convívio direto com o mar, com paisagismo e muito mais ecológico. Posteriormente essa avenida pode ir até Coroa Vermelha, que inclusive já tem um traçado que é a estrada mais antiga do Brasil. O prefeito que investir nisso vai marcar seu nome na história.

- COM A CRISE MUNDIAL, QUAL SUA EXPECTATIVA PARA 2009?

“Este verão foi um dos melhores que tivemos em cidades turísticas. Porém eu gostaria de fazer um alerta: a crise econômica mundial vai se refletir no Brasil um pouco mais após o carnaval. O turismo corporativo já está sentindo um refluxo nas reservas: as empresas estão mais cautelosas. Nossa preocupação é saber se no setor de eventos também haverá esse refluxo. Espero estar enganado, mas em cidades como Porto Seguro, que vivem do turismo do lazer, acredito que de março a junho nós vamos sofrer um pouquinho mais do que estamos acostumados.”

QUAIS SÃO AS ALTERNATIVAS PARA PORTO SEGURO E AS CIDADES PRÓXIMAS?

- “ È fundamental o trabalho com eventos. Eu sempre entendi que Porto Seguro depende do turismo de eventos para quebrar a sazonalidade do turismo de lazer. Nós recebemos um presente extraordinário (nas comemorações dos 500 anos), que foi o centro de convenções e o pavilhão de feiras, que é o Mario do Brasil fora de capital, um investimento que tem sido subutilizado. Nós precisamos fazer o que outros destinos fizeram, como Salvador. Hoje, 40% da receita de Salvador vem do turismo de eventos, que supera em muito o turismo de lazer. A captação de turismo internacional de eventos em Salvador aumentou de 2 para 27. E nos eventos domésticos, temos cerca de 90 por ano, fora as dezenas de congressos que são feitos direto nos hotéis.
VOCE ACHA QUE PORTO SEGURO PODE FAZER ISTO?

Porto Seguro tem todas as condições para ser um grande destino de eventos.

Penélope e Almodovar




Penélope, fotografada por Pedro... e o próprio.

Stefano de La Mancha


Atualmente em Milão.

quinta-feira, 26 de março de 2009

Capoeira em Santo André da Bahia




Tudo começou com uma batida de atabaque, um voleio de pernas, um ajuntamento de crianças, um berimbau... e um professor de capoeira.

Convidado pelo Centro de Convivência e Cultura a formar uma turma de capoeira com os meninos de Santo André da Bahia, Ivanilson Nunes Brasileiro – que ninguém sabe quem é, até que se diga o apelido Pinguim – rapidamente conseguiu a adesão de um grupo de crianças e jovens .

O rapaz tem talento e carisma – além de ótimas idéias.

A capoeira do Prof. Pinguim está aí – agora no espaço do IASA – despertando nas crianças a sensibilidade ao ritmo, a segurança nos movimentos corporais e reforço no relacionamento interpessoal, porque na roda de capoeira todos são iguais e a alegria transborda.

Capoeira em Santo André (2)


Capoeira na Escola de Santo André




Capoeira em Santo André (3)


terça-feira, 24 de março de 2009

FLIP - Festa Literária Internacional de Paraty




Estou pensando em ir ao FLIP deste ano, no começo de julho, em Paraty. Só fui um FLIP até hoje, mas espero não perder mais nenhum.
Literatura e Paraty fazem uma dobradinha linda.
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O homenageado deste ano será Manuel Bandeira.
Na página oficial do evento achei este texto dele. Poder-se-ia chamá-lo de blog do Bandeira.
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Nome: Manuel Carneiro de Sousa Bandeira Filho.
Nasceu no Recife, na rua Joaquim Nabuco, em 1886. Solteiro, sem filhos.
É míope, usa óculos e se sente infeliz por isso.
Já deixou duas vezes de fumar e não tem muito orgulho disso, porque acha que é mais fácil deixar de fumar do que fumar pouco.
Agradece os livros que recebe e responde as cartas; danado da vida, mas responde. Gosta de criança e de animais, sobretudo de cachorro. Não gosta de abiu nem de caqui, nem de melancia. É contra os regimes totalitários, da direita ou da esquerda, contra a lei de inquilinato e contra a mão-única nas ruas Marquês de Abrantes e Senador Vergueiro.
Cada vez mais admira e estima o poeta Carlos Drummond de Andrade, e diz: “Quem não estiver de acordo, é favor não falar mais comigo”.
Romancistas brasileiros de sua predileção: José Lins do Rego e Rachel de Queiroz. Seu cronista predileto: o velho Braga. Pintores brasileiros de sua predileção: Portinari, Pancetti e Cícero Dias da 1ª fase. Compositores brasileiros de sua predileção: não tem predileto. Pertence ao Partido Socialista Brasileiro.
Não é requintado: gosta de jiló, cinema falado, rádio, mesmo com “friture”, e de poetas de segunda ordem. Detesta escrever para jornais e falar em público. Não tem nenhuma religião, mas a de sua simpatia é a católica. Se pudesse recomeçar a vida, gostaria de ser o que não pode: arquiteto.
Gosta de todo gênero de leitura, sem predileção. Tem medo de ter medo na hora de morrer. Gosta mais de visitar do que ser visitado.
Não tem secretário nem criado, e prepara o seu café da manhã; sabe fazer muito bem sorvete de café e doce de leite.
Gosta da solidão.
Com um poema publicado num jornal conseguiu que o prefeito mandasse calçar o pátio para onde dão as janelas do seu apartamento.
Não se casou porque perdeu a vez.
Ri com muita facilidade porque é dentuço.
Faz versos desde os dez anos de idade.
Coisas que mais detesta: fila de qualquer coisa, responder a enquetes, dar opinião sobre os pardais novos, esperar retardatários, fazer plantão em guichê, viajar de trem etc.
Gosta de: tirar retratos, ver figuras, ler suplementos literários, bestar etc.
Gostaria de morrer de repente, mas em casa. "
MANUEL BANDEIRA
(texto condensado)

Hoje é dia de Porto Seguro

Enquanto espero a Aram Pneus consertar o meu, passeio pelos blogs -- internet móvel tem suas vantagens -- e acho este texto da Rosana Hermann que parece pertinente com a fase pela qual o mundo (e nós) passamos...
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"Deve ser a crise mundial, respingando em todos os indivíduos. De repente, o molho desanda. As coisas saem fora da ordem.Tenho recebido vários emails, mensagens, de pessoas que estão vivendo períodos difíceis. Depressão, desespero, solidão. Falta de perspectiva. Insatisfação com a realidade. Medo. Dúvida. Sofrimento. De certa forma estamos todos sentindo isso,no corpo, no espírito. Nessas horas é bom lembrar que tudo passa. É um momento, uma fase.Sim, estamos no durante, é hora de provações.Mas também elas passarão.A ordem do dia, mesmo no meio da confusão, é salvar o que temos de melhor e deixar o resto ir.
Cuide bem da alma, do coração, da fé.
São eles nossas ferramentas para atravessarmos a avalanche.
São eles que vão nos guiar para o outro lado.
São eles que vão nos manter em pé."

segunda-feira, 23 de março de 2009

Para alegrar seu coração


Pousada Peki - Arraial de Ajuda


Jeannete (a loura), com as amigas.
Jeannete e seu marido Houssein transformaram uma pousada em um centro cultural.
Um lugar que vale a pena conhecer!

"Terra Vermelha"


Ver postagem abaixo

Filmes - Em tempos de Oscar



Nesta temporada de óscares, os filmes que mais gostei de ver enquanto estava em São Paulo, foram dois filmes europeus, um deles passado em Dourados, Mato Grosso do Sul.

Achei brilhante, a técnica fílmica do diretor francês Laurent Cantet na película que arrebatou a Palma de Ouro (Cannes/2008). Entre os muros da escola tem ares de ficção com traços de documentário, e estilo de reality show, alternadamente. O diretor centrou o roteiro na dificuldade de o homem contemporâneo manter sua identidade num mundo miscigenado, multicultural e em acelerada transformação.

Cantet, como todo bom cineasta, sabe que o maior valor do cinema está nos olhares e gestos sutis que só a câmera pode captar – e não no espetáculo. A personagem principal é um professor, vivido por François Begaudeau, um ex-professor e autor do livro que deu origem ao longa-metragem. Os alunos são alunos reais das escolas da periferia da capital francesa. Cantet consegue tirar deles, enquanto atores, todos aqueles tiques de representação. Pisa em trilhas documentais, mas é através da ficção que ele consegue apresentar as contradições desse universo.

Os alunos, quase todos descendentes de imigrantes, alguns ilegais, são o rosto de uma Europa que não quer se olhar no espelho. É um filme social sem resvalar no discurso rasteiro, uma obra marcante, crítica e dura, mas também engraçada e cativante.

Deixa os oscarizados no chinelo.
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Outro filme que me impressionou nesta temporada foi o italiano “Terra Vermelha” (“La Terra Degli Uomini Rossi”), produzido e dirigido pelo cineasta Marco Bechis, de origem italiano-chilena mas com grande vivência no Brasil.

A fita brilhou no Festival de Veneza (2008) apresentando a luta dos índios da etnia Guarani-Kaiowá, de Dourados, Mato Grosso do Sul, cuja terra está sendo destinada à produção de bio-combustível para carros. Mostra a breve história de amor entre um jovem guarani que está sendo treinado pelo avô para ser xamã e a filha de um latifundiário, contra um panorama de invasões de terra, suicídios e rebeliões.

O filme contou ainda com a participação de cerca de 200 índios Guarani e foi feito em Dourado, a cidade que é o epicentro do drama indígena. Uma das cenas mais chocantes é aquela em que os atores Guarani simulam a invasão de uma fazenda a partir de acampamentos na beira da estrada e a contra-ofensiva dos fazendeiros.

“Terra Vermelha” mostra a devastação causada pelo alcoolismo e pela depressão naquela comunidade indígena, onde desde 1985, vem ocorrendo um grande número de suícidios entre os jovens, frustrados por viverem em reservas, sem conseguir alimentos para suas famílias e confusos no mundo diferente que os cerca.

“Os suicídios acontecem porque não existe justiça. A única justiça é para os empresários que investem bilhões", disse Ambrósio Vilhalva, que representa Nádio, o chefe guarani que lidera a revolta.Bechis declarou que seu filme mostra que a cultura dos indígenas não desapareceu, apesar de eles frequentemente usarem roupas ocidentais ou tingirem o cabelo.
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Quanto ao “Milionário”, o filme que ganhou o Oscar, confesso que fiquei desapontada, talvez por expectativa superdimensionada.

Interessante observar os traços da influência do diretor brasileiro Fernando Meirelles sobre este filme. É (quase) um ‘Cidade de Deus” indiano, mas tem o mérito de contar a história de uma forma criativa, através de um espetáculo de TV de perguntas e respostas cujos prêmios, aos acertadores, são milionários.


sexta-feira, 20 de março de 2009

Aniversário da sobrinha




Querida Sarah:


Sei que você faz aniversário no dia 18 de março.
Minha dificuldade está em saber quando é 18 de março. ..Cada vez mais presto atenção à previsão do tempo e menos aos dias e às horas.
Mesmo atrasada, quero lhe fazer meus BEST wishes. Talvez o melhor dele seja querer que você continue a ser assim: uma garota vivaz, bonita, inteligente e muito querida!
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Gostei bastante de suas fotos londrinas... mas o que é isso à direita?

quinta-feira, 19 de março de 2009

"O dragão da maldade contra o santo guerreiro"

Se estivesse vivo, o genial cineasta baiano Glauber Rocha, teria completado 70 anos no sábado passado. Na foto, ele aparece ao lado de Visconti e Yves Montand, durante o festival de cinema de Cannes, em 1969.
Segue algumas de suas "máximas."
"Eu sou um apocalíptico que morrerei cedo. As vezes sinto-me louco e absolutamente feliz dentro de uma infinita solidão"

"Acredito na eternidade, mas não em Deus. A morte é uma invenção da direita. A família é protestante num país católico em que todos, estou na Bahia, freqüentam os terreiros e praticam o Candomblé"

"Passei a infância na pequena Vitória da Conquista, sudoeste da Bahia, onde nasci e cresci lendo a Bíblia e ouvindo histórias do sertão, de matadores de aluguel e cangaceiros, que iriam virar filme. Queria me tornar um escritor, mas só tinha uma certeza: escreveria sobre minha terra. Prefiro os escritores brasileiros aos europeus"

"Nossa cultura é a macumba e não a ópera. Somos um país sentimental, uma nação sem gravata"

Oficina de dança em Santo André - Vivian Lee



A Vivian está organizando uma oficina de dança em Santo André (vide o programa abaixo).
Embora o público alvo seja o novaiorquino, o evento está aberto para qualquer pessoa que queira participar.


DANCE WORKSHOP BAHIA
De: 10.4.2009 até 18.4.2009
SANTO ANDRÉ – BAHIA
Saída de New York: 10.4.09
De 13 a 17.4 - Workshop





Haverá aulas aeróbicas na água (mar) e alongamento.


AULAS DE DANÇA: samba, maculelê, afro-brasileira, zouk, lambada e samba de roda


Atividades opcionais com: caiaque, windsurf, kitesurf, passeios de barco.


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Os interessados podem contactar Vivian.lee@terra.com.br, inclusive aqueles que porventura necessitem de hospedagem.

quarta-feira, 18 de março de 2009

temporal em São Paulo



Cheguei ensopada no balcão de identifica-
ção do prédio do meu médico. O atendente de terno cinza, óculos e dentes amarela-
dos digitou errado o número da minha carteira de identidade e quis me convencer de que eu não sou eu.
Cheguei ensopada e atrapalhada na catraca de entrada do prédio do meu médico. Provei que eu sou eu mesma depois de digitado o número certo. Mesmo assim caiu tudo: bolsa, guarda-chuva, a pilha de exames e o crachá de visitante.

Cheguei ensopada, atrapalhada e atrasada na sala de espera do meu médico. Ele ainda não havia chegado. A TV de plasma postada em frente às cadeiras para paciente sentar mostrava um circo chinês (coreano?) com música correspondente. Depois de um tempo aquele tlin-tlin-tlin contínuo começou a me enervar.

Saí ensopada, atrapalhada, atrasada e estressada do consultório do meu médico.

O início do novo livro de Hanif Kureishi


É assim:
"Segredos são minha moeda corrente: ganho a vida com eles."
O protagonista é um psicanalista londrino

Viciados em pão


Ilhéus (BA)

Os meninos no casamento de Fabiana e Ângelo




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fotos de ana tere-
sa tamancoldi

terça-feira, 17 de março de 2009

Notícias de Santo André

Henrique Costa, Presidente da Associação Pró Cultura e Turismo Santo André, avisando data e hora da (última) reunião:

"Caro amigo / amiga

Você que faz parte da diretoria que criou a Associação Pro Cultura e Turismo Santo Andre-Bahia ou foi associado, convidamos para a Assembléia Geral de dissoluçao desta Associação.

Dia 21 de março de 2009 - sábado
Às 11hsLocal : Casa da Léa Penteado e Claudia Schembri, onde está o registro da Associação"

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Anúncio da CVC de hoje, no jornal "O Estado de São Paulo"
"Oportunidade - Pacote para o Costa Brasilis voando TAM com 50% de desconto na passagem aérea, com apenas 1 real de entrada e dez iguais de R$ 93,70

Preço: baixou de R$ 1.297,00 para R$ 938,00
Permanência: 5 dias, em regime de meia pensão.

Somente até amanhã"

De que é feita a cajuína?



A primeira vez que tomei cajuína foi na casa de Tia Marly e Marcone, lá em Teresina. Na noite abafada, a refrescante bebida piauiense descia cristalina. Ainda mais que o momento era de reencontro de pessoas da mesma família que não se viam há anos, e que seriam incapazes de se reconhecerem à primeira vista.

Na adolescência eu passara umas férias inesquecíveis com essa parte da família, onde minha tia era a única mulher, mãe de 4 meninos adoráveis. Creio que, à época, todos se apaixonaram um pouco por mim; um caso típico de prima mais velha. Até hoje lembro do rosto contrariado do mais velho quando me viu paquerando um soteropolitano da minha idade:

“Este cara está com cara de quem quer casar com prima”.
Nunca esqueci o carinho dos priminhos; a lembrança dessas férias em Salvador tem gosto de algodão doce, de tão boa.
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Por outro lado, adoro a música do Caetano, especialmente pela profundidade do primeiro verso:

“Existirmos: a que será que se destina?”

Remete à célebre fala de Hamlet: “Ser ou não ser: eis a questão”
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E, por oportuno, replico parte de uma entrevista de Caetano Veloso contando como surgiu sua canção Cajuína, uma das mais bonitas de seu repertório.

“CAETANO VELOSO FALA DE CAJUÍNA
Numa excursão pelo Brasil com o show Muito, no final dos anos 70, recebi, no hotel em Teresina, a visita de Dr. Eli, o pai de Torquato. Eu já o conhecia pois ele tinha vindo ao Rio umas duas vezes. Mas era a primeira vez que eu o via depois do suicídio de Torquato. Torquato estava, de certa forma , afastado das pessoas todas. Mas eu não o via desde minha chegada de Londres: Dedé e eu morávamos na Bahia e ele, no Rio (com temporadas em Teresina, onde descansava das internações a que se submeteu por instabilidade mental agravada, ao que se diz, pelo álcool).
Eu não o vira em Londres: ele estivera na Europa mas voltara ao Brasil justo antes de minha chegada a Londres. Assim, estávamos de fato bastante afastados, embora sem ressentimentos ou hostilidades. Eu queria muito bem a ele. Discordava da atitude agressiva que ele adotou contra o Cinema Novo na coluna que escrevia, mas nunca cheguei sequer a dizer-lhe isso. No dia em que ele se matou, eu estava recebendo Chico Buarque em Salvador para fazermos aquele show que virou disco famoso.
Torquato tinha se aproximado muito de Chico, logo antes do tropicalismo: entre 1966 e 1967. A ponto de estar mais freqüentemente com Chico do que comigo. Chico eu eu recebemos a notícia quando íamos sair para o Teatro Castro Alves. Ficamos abalados e falamos sobre isso. E sobre Torquato ter estado longe e mal. Mas eu não chorei. Senti uma dureza de ânimo dentro de mim. Me senti um tanto amargo e triste mas pouco sentimental. Qaundo, anos depois, encontrei Dr. Eli, que sempre foi uma pessoa adorável, parecidíssimo com Torquato, e a quem Torquato amava com grande ternura, essa dureza amarga se desfez. E eu chorei durantes horas, sem parar. Dr. Eli me consolava, carinhosamente. Levou-me à sua casa. Ele não dizia quase nada. Tirou uma rosa-menina do jardim e me deu. Me mostrou as muitas fotografias de Torquato distribuídas pelas paredes da casa. Serviu cajuína para nós dois.
E bebemos lentamente. Durante todo o tempo eu chorava. Diferentemente do dia da morte de Torquato, eu não estava triste nem amargo. Era um sentimento terno e bom, amoroso, dirigido a Dr. Eli e a Torquato, à vida. Mas era intenso demais e eu chorei. No dia seguinte, já na próxima cidade da excursão, escrevi Cajuína.

segunda-feira, 16 de março de 2009

Um rolê por São Paulo


Andamos pela rua José Paulino, um comércio popular no bairro do Bom Retiro.
São mais de 350 lojas distribuídas em quatro quarteirões de influência israelita.
É muito procurada por quem quer comprar roupas baratas


Lugares assim, com lojas demais, roupas demais e paciência de menos, sempre me deixam confusa e acabo não comprando nada.

Saiu no "Estadão"


A poesia de Cesare Pavese
"Os que bebem não sabem falar às mulheres,
se perderam de tudo, e ninguém os aceita.
Andam lentos na rua, e as ruas e postes
não tem fim.
Alguns deles dão giros mais longos,
mas não há o que temer: amanhã eles voltam pra casa."

Concertos dominicais


Ontem, domingo, fui até a Sala São Paulo, na região da Luz, ouvir um concerto dominical da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo.

O edifício é belíssimo, realçando a performance da orquestra. O local é tido como a melhor sala de concertos da América Latina.
A área em torno, conhecida como Cracolândia, tem centros culturais fantásticos, todos próximos: o Museu da Língua Portuguesa, a Pinacoteca e a Estação Pinacoteca. Desde a década de 1990, a região passa por uma ampla revitalização urbana, com a restauração de diversos prédios, como a própria Estação da Luz. Até 2010 surgirá outro complexo cultural: o do Teatro de Dança de São Paulo que ocupará a área da antiga rodoviária.
Uma amiga arquiteta com quem jantei esses dias me disse que 3 grandes incorporadoras compraram grandes áreas ao redor (para exploração imobiliária), e que agora os preços da região estão nas alturas. Difícil conciliar essa idéia com as imagens vivas dos moradores de rua que por lá abundam, assim como as favelas verticais formadas em prédios extremamente degradados. Num deles pode-se ler a célebre frase do anarquista Proudhon: "A propriedade é um roubo".
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Preço do espetáculo dominical: R$ 2,00 (inteira) e $ 1, 00 (estudante)

A arquitetura da música


Adorei a arquitetura da Sala São Paulo: imponente, por um lado, pelas colunas gregas altíssimas e, por outro, leve, devido à madeira clara utilizada para o chão, o teto, os camarotes, e ao desenho moderno das cadeiras.
A grande inovação tecnológica da Sala é o teto móvel, formado por placas que podem ser abaixadas ou erguidas para ajustar a qualidade de som, de acordo com o tipo de música a ser tocada.
Com capacidade para 1.484 lugares, a sala conta ainda com 22 camarotes.

Fechado com a porta aberta



O bairro oriental de São Paulo – a Liberdade – fica perto daqui; nunca deixo de ir lá, quando estou em São Paulo. Adoro perambular pelas ruas, olhar as quinquilharias, comprar artigos diferentes em suas mercearias, visitar a feirinha e comer pastel na Rua dos Estudantes.

Entramos num restaurante sem nome inteligível; apenas um ideograma na porta. No cardápio pratos como “ovo preto”, “língua de pato” e outras iguarias exóticas. Pedi uma porção de guyoza bovino cozidos no vapor; de-li-ci-o-sos. Notei que uma mesa redonda grande, dessas que tem uma parte giratória, estava sendo colocada com muitos pratos: sentaram-se nela vários ajudantes de cozinha (brasileiros), além do chef chinês e as mulheres que atendem às mesas, todas chinesas, mal falavam português.
Dessa hora em diante, ninguém mais pode entrar; os pretendentes a clientes enfiavam os pescoços pela porta e o chinês dizia, taxativo, “acabou a verdura.”