sexta-feira, 31 de outubro de 2008

hospedagem em Santo André da Bahia


Pelo email alguém me pergunta pela Suite CasaPraia.
Bem, quando olho para ela me dá vontade de morar lá.
Filha única, veio se juntar às pousadas de charme de Santo André: Victor Hugo (outro lugar perfeito), Gaili, Ponta de Santo André, Jacumã, Araticum...

Abaixo, algumas informações adicionais:

Extensa área verde como entorno
Mar à vista
Colchão king-size c/ dossel
Lençóis e toalhas de banho de algodão puro
Ar condicionado "split"
Ventilador de teto
Aquecimento de água central
Cofre
Tina no deck, frente à praia
Frigobar
DVDs/Livraria
Som
Pérgola para massagens e relax
Chuveiro com vista para o mar
Ducha externa

Santo André musical


"Pedro Spalla cantor e compositor retoma a sua carreira depois de um exílio voluntário. Embrenhou-se nos mares e matas brasileiras, onde aproveitou para reciclar valores e composições criando, assim, um novo álbum intitulado “Feijão da tia Maria”, gravado no Rio de Janeiro em 2008.

Um disco de ritmos variados que passeia pelo rock, reggae, samba e baladas. Pedro o define como “Rock tropical.”

Apos seu retorno às praias baianas, convida o velho amigo, Stefano Visigalli para tocar contrabaixo, Roger Lemm, guitarra, Marcelo Botini, percussão e Marcinho Borges, violão base.

Formam o grupo eletro-acústico Spalla e trupe com um repertorio original que agrada pelo balanço e letras poéticas.

Contato para shows: (73) 3671-4028 / celular (73) 9123-2305 ou pelo email visigallis@uol.com.br "
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Spalla e sua trupe estão distribuindo acordes pelo arraial.

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Fernando Sardo em Santo André(BA)

Matéria do jornal "O Estado de São Paulo"
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"Flautas de PVC e tubos vazios de desodorante spray, saxofones de papel, um violino feito com uma brilhante lata velha de trufas Santa Edwiges, daquelas de 180 gramas. Mais adiante, um banjo feito de uma opaca lata de bombons. Bobinas de papel com um alto-falante no interior rende um violoncelo.
Em Santo André, no Parque Jaçatuba, o luthier Fernando Sardo ensina a garotos da região que o som está em todo lugar - e que o lixo, ao contrário do que se pensa, não é apenas um depósito de refugos, mas um manancial inesgotável de instrumentos sonoros. Ele faz essa transformação - do lixo em som - há 25 anos, uma pesquisa sonora que começou aos 16 anos com uma cabaça que achou no sítio de uma tia, em Rio Preto, e transformou em cítara. "
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Hoje, para nossa sorte, Fernando Sardo está em outro Santo André, o nosso, aqui na Bahia. No IASA, às 16Hs.
Não dá para perder, gente, o moço é (deveras) especial. Encontrei-o na pizzaria na outra noite... além de talentoso é simpaticíssimo!

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

aposentou, foi morar na praia



O olho da meia-noite


Madrugada, que tempo bom! Nas horas mortas e lindas da noite, olho para a casa desembrulhada, os cantos cheios de pacotes empilhados, o sono espalhado pelos seres.
Exceto nesse quarto de música sussurrada com os vestígios do dia, onde uma mulher canta que já é tarde, que não vai mais dormir, e que vai sair sem direção.

O olhar perambula e se detém no livro de cabeceira do momento: um autor que discursa sobre o seu desânimo para discutir ou questionar os paradigmas da civilização que se esborralha, e dá seu veredicto: vivemos agora dos rendimentos da criatividade já instalada.

Nietzsche fala do pensamento como se falasse de uma festa, e agora?

Estamos vivendo aquele clima indefinível de fim de festa, José.

Se uma nova festa virá, não se sabe ainda. Estamos passando para outro estado, e não sabemos qual será este novo tempo. Talvez se caracterize por dispensar – e talvez nem sentir necessidade – de controlar tudo, o presente, o passado e o futuro.

Depreendo que a contribuição ao pensamento de hoje já não pode ser sistemática; ela tende a ser ensaística. Passa por aceitar a fragmentação de questões e perguntas, o pensamento como um processo de libertação, e o grande desafio: deixar-se atravessar pelo movimento de liberdade, sem que a liberdade inclua negar a dependência.

Toda a provocação da liberdade criativa é aprender a pensar.

O resto é agregado.

Idéias intrigantes de Emmanuel Carneiro Leão, e seu (excelente) livro “Aprendendo a pensar”.

É difícil pensar – diz ele – “porque temos os ouvidos entupidos com o ruído dos tempos e do alarido da civilização."

É uma turbulência curiosa.

Não se escuta o barulho que faz.

Em agradecimento às pessoas de Brasília que trouxeram preciosidades para a minha própria festa – e que, agora, na minha preciosa idade, continuam trazendo – registro nessa vacilante página virtual a certeza da gratidão e a continuidade de um bem-querer.

Parto para outras festas, outros convidados, e outros penetras, essas pessoas inesperadas que surgem do nada e deixam muito.

“É tarde eu já vou indo... preciso ir embora... até amanhã...”
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Uma madrugada qualquer de maio de 2006.

Passo as últimas horas na casa de Brasília, onde cresceram meus filhos, minhas esperanças e nossas árvores.

Nela, moro há décadas.

Amanhã, a partida para viver na Bahia.


terça-feira, 28 de outubro de 2008

O Jornal do Sol

Para os Amigos de Santo André que moram longe e não têm acesso ao exemplar mensal do Jornal do Sol, retirei alguns excertos da edição outubro/2008, pela ordem de aparecimento nas páginas do jornal.

“Em efeito, Jorge Pontes só tomará o seu cargo em janeiro de 2009, durante este tempo o atual prefeito conserva suas funções. Não duvidamos nem por um segundo que ele fará tudo para entregar ao seu sucessor uma prefeitura arruinada, ou pior. É certo que Jorge Pontes sabe disso, ele sabe que o antigo prefeito tentará se vingar de sua arrasadora derrota e desta imensa diferença de 20% de votos! Portanto, estou segura que ele tomará as precauções necessárias. Também penso que todos nós devamos ajudá-lo nisso. Como? Simplesmente denunciando tudo o que nos pareça suspeito na administração da prefeitura até janeiro de 2009. O mais ínfimo detalhe pode ser revelador.”

Seção “Opinião”, carta da leitora Kátia P. Alves, Santa Cruz Cabrália
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“Para você que é profissional de turismo, o que Porto Seguro precisa nessa área?

Primeiro, preparar a cidade para agregar novos valores ao destino. Vamos construir o palácio das artes e o teatro municipal, fazer shows, trazer bienais de livros, trazer peças que estejam em cartaz nacionalmente, fazer algo muito importante por Porto Seguro. E agregar esses valores ao turismo local. Queremos criar espaços culturais e depois dessa revitalização, vamos divulgar Porto Seguro nacional e internacionalmente. Quero fazer feiras em Milão, Madrid, Roma, Lisboa, Barcelona, quero buscar os europeus para cá. Vou à Holanda, Espanha, Itália, Portugal. Vamos fazer feiras de impacto, vamos aparecer na televisão, levar a cantora mais famosa da Bahia para se apresentar na TV de lá, levar capoeira, levar arte, artesanato, levar os índios, levar os caciques para a Europa. E vamos preparar as aldeias indígenas para receber esse turismo.”

Entrevista com Gilberto Abade, prefeito eleito de Porto Seguro
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“Foi o caso do presidente da Casa (Câmara Municipal de Porto Seguro), Hélio de Paula, que continua com sua candidatura “indeferida por recurso” e seus votos estão anulados no resultado oficial do site do TSE (http://www.tse.gov.br/). De acordo com o advogado da Câmara Municipal, Roni Guerra, o vereador já recorreu às instâncias competentes e aguarda o desfecho do caso. Que na opinião dele, será favorável.”

Da Matéria “Presidente ganha mas, de acordo com o site do TSE, não leva”
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“E foi para reavivar a Cultura que trouxe profissionais qualificados para a equipe. Cláudia Schembri, interrompeu os estudos para uma prova de mestrado em Gestão Cultural em Belo Horizonte para assumir a direção de cultura. Formada em pedagogia e administração de empresas, com pós-graduação em Recursos Humanos e MBA em marketing pela FGV. José Luiz Oliveira, formado em Publicidade, com experiência na área de evento na Riotur (empresa de turismo da cidade do Rio de Janeiro) estava em Porto Seguro e veio somar, se mudando para Cabrália. E foi com estes dois amigos, somados com os que viemos a conhecer, que nos determinamos a fazer o melhor possível pela cidade.

Fizemos uma Oficina de Cinema de Animação deliciosa, um Natal com música clássica e dança na Praça do Coração, a Bicharada em Coroa Vermelha, colocamos mais uma vez o Cordão de Caboclo nas ruas, Sérgio Reis na grande festa de 26 de abril, a Chegança veio junto com a festa de São Pedro, iniciamos a rede de interação cultural, onde, a convite do Centro de Cultura de Porto Seguro, levamos a apresentação do Caboclo, e para a Vila de Santo André aulas de culinária inteligente... E muito mais tínhamos a fazer... Na verdade os sonhos são enormes, principalmente numa cidade que aprendi a amar e respeitar...”

Seção Cidade, carta “Aos caros amigos” de Léa Penteado
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“Aproveito para fazer um incentivo a todos que desejam mudanças contra a corrupção no nosso país, para que divulguem e enviem as suas assinaturas através do MCCE – movimento contra a corrupção eleitoral, para que as leis que hoje ainda permitem políticos inescrupulosos que estejam com processos, mesmo que não julgados, possam ser candidatos a qualquer cargo político. Dessa forma, com certeza, aos poucos eliminaremos esse câncer político-social.
Mais informações sobre o MCCE - www.lei9840.org.br/iniciativapopular

Seção Cidade, jornalista Ray Rangel
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“Santo André está sempre me surpreendendo. Visitei uma pequena fábrica de doces e licores caseiros e descobri que a proprietária desenvolve um trabalho social invejável, visto que trabalha praticamente sem nenhuma ajuda de fora. Iolete Alcântara de Freitas é a responsável por esse trabalho de formiguinha que atualmente atende a cinco meninos na faixa etária de 10 a 14 anos que trabalham com ela pelo turno da tarde, após as aulas na parte da tarde, após as aulas na parte da manhã e que promove uma ocupação para esses menores que ao invés de ficarem na ociosidade se aproveitam dos conhecimentos, etiquetando e embalando doces. O carinho dessa pessoa preocupada em dar um futuro decente a essas crianças, verdadeira cidadã é um exemplo a ser seguido”

Seção Cidade, jornalista Ray Rangel
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E para quem quiser acompanhar as notícias desta região, é só olhar na internet: www.jornaldosol.com.br

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

a identidade da praia de Santo André


Quem somos nós, os moradores de Santo André?

À medida que o tempo se desenrola em sua inexorabilidade, mentalmente alguns traços começam a tomar forma sobre este lugar atípico em que vivo, e o que mais me chama a atenção é a falta de identidade.

Pois responda quem puder: qual é a identidade de Santo André?

Creio que já existiu, 3 ou 4 décadas atrás, quando aqui só viviam os nativos do lugar ( as três famílias), e um ou outro forasteiro, brasileiro ou não, em número próximo à insignificância. É provável que nesta época existissem padrões de pensamento e de conduta social mais ou menos comuns a todos, e que a relação com a natureza fosse equilibrada. Pelo que entendi, era uma relação de mãe para filhos, devido à abundância dos frutos do mar e da terra e também porque a renovação dos recursos naturais era possível e adequada, tendo em vista o número diminuto de habitantes e a falta de contato com outras “tribos”.

Uma sociedade extrativista e (quase) isolada, em pleno século XX. Incrível como este lugar ficou intocado durante séculos, se pensarmos que Cabral aportou bem ali, em Coroa Vermelha.

E agora? E agora que um pouco de tantos mundos vieram parar aqui?

Evidentemente, não é um fenômeno próprio de Santo André, é mais geral. Porto Seguro e, notadamente, Arraial de Ajuda também são expressões dessa vertente social. Por experiência própria sei que Pipa (RN), Morro de São Paulo (BA), Canoa Quebrada e Jericoacara (CE) e, por certo, muitas outras praias se tornaram ou estão se tornando em novos lares para os que se aventuram a morar em outras plagas.

Talvez seja isto que me trás uma sensação de pulverização, de vez em quando. De falta de norte dentro da vila, uma sensação de pertencer e de não pertencer.

Não saio daqui de jeito nenhum, só para passear. Quero ver onde isso vai dar.

Aniversário na rua - Caio Pacheco


Comida caseira Restaurante D'Ajuda


sábado, 25 de outubro de 2008

Pousada Peki, Arraial de Ajuda

São apenas 30 kms entre Santo André e Arraial de Ajuda, mas devido às duas travessias de balsas nos rios João de Tiba e Buranhém, leva-se por volta de 1 hora e meia para fazer o percurso. Isso se o caminhão do gás não chegar primeiro na fila da balsa. Por questão de segurança os botijões de gás têm a primazia de atravessar o rio sozinho: os demais automóveis e os pedestres precisam esperar mais meia hora até a chegada da próxima balsa.
Aqui na Bahia é melhor a gente não ter pressa.

Fomos conhecer outro micro cine-clube, o Cine Peki, na pousada do mesmo nome. Quem toca os dois é o simpático casal Jeannete e Houssein, ele iraniano, ela holandesa; nós já os “conhecíamos” através da troca de emails em torno do cinema. A internet é um excelente canal para realçar os relacionamentos, especialmente quando podemos nos encontrar on line e off line.

O filme exibido foi “Shine a Light” a película de abertura do Festival de Berlim 2008, dirigido por Martin Scorcese, sobre os mega stars Rolling Stones. A platéia, como é típico em Ajuda, não poderia ser mais eclética. Há um casal que está morando na pousada, ela metade grega-metade holandesa, ele indonésio. Estavam também um inglês, uma paulista de Assis, uma chilena, um alemão...

Depois (e antes) do filme saímos para passear na cidade. Para quem mora em Santo André Arraial parece Hollywood, cheia de gente, letreiros luminosos, restaurantes, bares e lojinhas bonitas. Foi ótimo rever Marianna e conhecer o pai dela, dono da Pousada Roballo, um lugar muito gracinha: ao final da Rua Mucugê (a mais movimentada), prima pelo sossego, pela preservação do arvoredo antigo e pela proximidade da ladeira que conduz ao mar. Encontramos também a professora da URFJ mentora (em parceria com o marido) de um louvável e oportuno projeto ambiental de proteção aos corais.

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Macanudo



Liniers, o quadrinista do jornal La Nacion, finalmente chega ao Brasil. Para os fãs de HQ é um presente já que este argentino pode figurar na mesma galeria dos consagrados Quino e Maitena.

Seus quadrinhos tem personagens fixos, como a garota sonhadora Enriqueta e seu gato Fellini (inequívoca homenagem a Calvin e Haroldo), os pinguins, o "robô sensível" Z-25 e personagens que aparecem e somem, em geral desajustados sociais, sapos falantes, tipos românticos...

Mas é sempre um humor fino, recheado de referências pop. Liniers tem vários livros publicados, suas ilustrações aparecem em camisetas, faz exposições em museus e lançou na Espanha Conejo de Viaje, relato autobiográfico de suas viagens pelo mundo.


Macanudo, em Buenos Aires, é mais ou menos a mesma coisa que "bacana", uma gíria para se transmitir um sentimento de aprovação ou admiração.

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

os brasileiros estão voltando pra casa


Brasileiros vivem o fim do sonho americano

Lourival Sant'Anna

Quando Washington Souza deixou São Vicente, no litoral de São Paulo, seu filho Tiago era um menino de 9 anos. Hoje, é um rapaz de 16. Eles nunca mais se viram. Mas a crise da economia americana vai unir de novo a família. Cozinheiro há sete anos no restaurante Via Brasil, na Rua 46, em Nova York, Washington resolveu voltar para casa: com a crise econômica, o sonho americano se desfez para ele, como para muitos brasileiros - e americanos.

Num sinal da mudança de percepção em relação aos Estados Unidos - que por gerações exerceu enorme magnetismo sobre brasileiros em busca de uma vida melhor -, Washington conta que, antes de a crise se agravar, arrumou emprego num restaurante para Tiago em Nova York, mas o rapaz não quis vir: preferiu ficar para prestar vestibular para informática.

O cozinheiro não se arrepende de ter emigrado. Ele ganha US$ 760 por semana, trabalhando de segunda a sábado das 7 horas às 19h e nos domingos até as 13h. Pagando apenas US$ 50 por um quarto no apartamento de um cubano, com vista para a Times Square, ele fez formidável pé-de-meia. Construiu sua casa em São Vicente, com R$ 30 mil. Nos últimos sete anos ele juntou R$ 100 mil e investiu numa fazenda de engorda de boi e numa granja em Várzea Grande (PI), sua cidade natal. O negócio, tocado pela irmã, rende-lhe R$ 6 mil líquidos por mês.

Na lojinha de presentes Búzios, da baiana Marcela Ramos, também na Rua 46 (batizada de Little Brazil), as vendas caíram 10% em relação ao verão passado. "Tem mais lugares vazios para alugar e mais pessoas fechando seus negócios", observa Marcela, de 27 anos, há 9 nos EUA.

"Conseguir trabalho não está fácil", atesta a capixaba Alessandra Marques, de 31 anos. Ela trabalha meio período numa clínica de beleza e ganha US$ 400 por semana. Antes da crise, a clínica faturava de US$ 10 mil a US$ 15 mil por mês. Hoje, fatura US$ 4,5 mil. Antes, 40% das clientes eram brasileiras. Elas desapareceram.

Seu marido, o americano Frank Chavarrie, de 47 anos, trabalhava numa empresa de processamento de dados que tinha muitos clientes no World Trade Center. Depois do atentado de 11 de setembro de 2001, foi demitido. Depois de 10 anos nos EUA, Alessandra está voltando para Vila Velha (ES), com os dois filhos, de 9 e de 5 anos.

O paulistano João de Matos, cujo negócio principal é a agência de viagens BACC, diz que vende 50 mil passagens por ano.

Só que agora muitos estão comprando apenas o bilhete de volta para o Brasil.

terça-feira, 21 de outubro de 2008

Instituto dos Amigos de Santo André(IASA)


Partituras, flautas e violões andam trinando pela vila desde que o IASA incrementou o contato e o ensino musical para o público infanto-juvenil. No outro dia estava molhando as plantas do jardim quando fui surpreendida por um delicado som de “Asa Branca” vindo da Escola Municipal – uma coisa linda, em total harmonia com o trinado dos pássaros que voam em bandos por aqui.

Era a primeira apresentação pública dos pequenos músicos em formação.

Também nos meus passeios de bicicleta pelas ruelas do povoado, não raro encontro meninos miúdos soprando flautas-doce pelas esquinas, ou jovens maiores dedilhando violões.

Encantada com mais esta contribuição para a formação de uma cultura artística em Santo André, procurei a Lola e o Joelson visando conhecer melhor o projeto Ambiente Musical. Dessa conversa, e após a leitura de minucioso relatório de atividades, retirei as seguintes informações:


O projeto Ambiente Musical se ramifica em 4 áreas benfazejas: flauta, bandinha rítmica, coral e violão. O instrumental é de primeira linha e já foram adquiridos reco-recos, coquinhos, trinta flautas Yamaha, cinco violões, agogôs, estantes de partituras, pandeiros, triângulos e pratos. Para ministrar as aulas, foi contratada a professora Simone Passos, uma pessoa com ampla experiência em ensino de música e a escolha não poderia ter sido melhor. Tive a oportunidade de vê-la atuar em sala de aula: é impressionante como ela consegue envolver e manter as crianças interessadas.


A bandinha rítmica

Voltada para crianças entre 3 e 6 anos, procura introduzi-los no mundo da música através de atividades singelas como a percepção dos sons do ambiente externo: o bramido do ar, o vento nas árvores, o chilrear dos pássaros.

Os estilos musicais abordados vão das canções da tradição oral (“Marcha Soldado”, “Na Bahia tem”) até a música erudita. É a atividade musical mais apreciada pelos meninos que se encantam em manusear os instrumentos.

O ensino da flauta

A flauta doce é outra atividade das mais prazerosas devido à facilidade de manejo desse instrumento tão poético. São 30 alunos lidando com um repertório bem conhecido, aprendendo a distinguir sons graves e agudos e a executá-los com a graça de seus sopros. Gradativamente vão sendo apresentados à teoria musical: pauta, notas, claves, solfejos.

O coral

As aulas enfatizam a fisiologia da voz, a importância da respiração e os cuidados que os coristas precisam ter com a voz.

O repertório é ótimo e bem nacional, incluindo a antológica “Aquarela do Brasil” com arranjos próprios para um coro juvenil.

O ensino do violão

A idéia inicial comportava 5 alunos, mas conseguiram abrigar 10 em cada turno. É uma jornada bem mais longa e para percorrê-la já foram dados os primeiros passos: contato com o instrumento, troca de cordas, e os primeiros acordes.

A luteria

Os doze alunos – sob a coordenação de Marcelo Bottini – estão animadíssimos e ansiosos para fabricar e tocar os instrumentos produzidos. O primeiro deles será percussivo – o leque de escolhas inclui tambor, atabaque, djambê ou alfaia – e a escolha será feita em conjunto.

A luteria funciona num galpão especialmente construído para este fim e está muito bem equipada: prateleiras, ferramentas, cabaças, peles para tambores, serra elétrica, furadeira, etc.

Este mês a luteria terá um reforço de peso: o luthier Fernando Sardo virá de São Paulo para capacitar melhor o professor e dar as diretrizes das oficinas.
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Além do projeto Ambiente Musical, o IASA desenvolve outras atividades como o jogo de capoeira, a exibição de filmes, expressão corporal e uma “Rádio Web Impacto Jovem”.

Foi um grupo misto formado por jovens da rádio e da lutheria o grande responsável pela adorável apresentação de domingo à noite, quando tivemos oportunidade de assistir ao espetáculo “O Curupira”.

FOI LINDO: a casa estava cheia e a encenação foi delicada e criativa deixando boa parte das pessoas emocionadas.

Aplaudo, de pé, o trabalho do IASA, dos professores contratados e a vontade de aprender desses garotos!

Comida caseira

Maria de Ajuda é membro de uma das famílias mais numerosas e conhecidas de Santo André. Seu restaurante é simples, muito limpo e a comida, saborosa. Fica na Rua do Outeiro, s/n, quase em frente à igrejinha católica.

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Santo André e o cinema

Depoimento de Léa Penteado (http://www.santoandre-bahia.com/).
(foto de Cláudia Schembri)

"Em 2004 quando fui morar em Sto André me convidaram para fazer um projeto de inauguração da Veracel ... Além das festividades com discurso, precisavam de uma ação de relacionamento com as comunidades do entorno (10 municípios) e numa pesquisa na região descobri que num raio de 100km não tinha cinema...

Fiquei pasma ! E criei uma Caravana de cidadania que aconteceu em 2005, de agosto a setembro, um fim de semana em cada cidade e aos sábados tinha cinema, sessão para crianças e adultos...No blog da época http://caravanaveracel.zip.net/ você pode dar uma olhada na delicia que foi este projeto... Eu chorava todos os fins de semana ao perceber que bastava tão pouco para as pessoas serem felizes...

Com esse cinema na cabeça, muito mais do que o conteúdo cinéfilo mas a oportunidade de ver o mundo grande e ouvir outras histórias, fiquei pensando com a Claudia em fazer alguma coisa em nossa vila... Um dia conversando com a Monica Paoletti que estava preocupada com a garotada que tinha visto nascer que se encontrava perdida em drogas e gravidez antes do tempo, sugeri convidar os moradores para verem umas fotos lindas que a Claudia havia feito de um final de campeonato de futebol... Pedi emprestado um projetor da prefeitura e aproveitamos este apelo das fotos para juntar o povo e a Monica levar os jovens para um papo... Surgiu assim o Papo Filme...Escolhiamos os filmes, faziamos os cartazes e começamos mostrando fotos e exibindo filmes... Fotos que tinham a ver com a identidade local... E todos gostavam de se ver grandes e bonitos... Aos poucos deixamos o papo para quem é profissional, mas aí o vírus do cinema já estava impregnado nas crianças e jovens que gostavam até de ver os filmes numa TV quando não havia mais projetor... "
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Léa, obrigada pela colaboração!

Alô, CVC!



Como bem lembrou um amigo de Santo André (por email) e conforme a opinião de muita gente daqui: se a CVC pretende mudar sua imagem ligada às viagens populares, que tal mudar o jeitão daquela horrível chalana amarela?
Alguém sugeriu o modelo da foto. Por favor, contribuam para o bem estar de todos diminuindo a altura do som e tendo responsabilidade sobre os dejetos jogados no rio... É o básico!

lojinha de doces


È a casa da Nininha.
Fica na Rua do Campo.
A janela mais cobiçada pela meninada daqui.

Outono em Roma


sábado, 18 de outubro de 2008

"Sonhe com o mundo. A gente leva você"




“A gente” é GJP, iniciais de Guilherme Jesus Paulus, um homem de perfil carismático, 58 anos, presidente e fundador do Grupo CVC, o maior operador de turismo nacional e um dos dez maiores do mundo, um empresário que já vendeu passagens para o atual Presidente da República quando Luís Inácio Lula da Silva era sindicalista no ABC paulista.

A empresa acaba de chegar ao povoado de Santo André (Bahia) onde administrará o resort local (o Costa Brasilis) que está instalado, como bem sabemos, em uma região de grande beleza natural e cuja biodiversidade inclui mar, rio, mangue e ilhas. O hotel possui 122 unidades e a possibilidade é que já agora em novembro passe a hospedar uma média de 150 pessoas por semana.

Como os grandes grupos de turismo não costumavam incluír o pernoite aqui – até agora a presença deles estava restringida aos passeios de chalana, a almoços em restaurantes pré-estabelecidos pela operadora, à compra das cocadas da Iolete e a curtos passeios a pé pelo povoado – não é difícil de prever que este fluxo turístico afetará a economia local e o nosso cotidiano. A empresa provavelmente será o maior contribuinte de ISS para o município de Santa Cruz Cabrália – a cidade da outra margem do rio – e isso poderá vir a alterar o constante descaso do poder público municipal com as vilas que fazem parte de sua jurisdição administrativa como Santo André, Santo Antônio e o Guaiú. Os negócios dos pequenos empresários, a mão-de-obra, a venda de peças artesanais e dos artigos do diminuto comércio são outros itens passíveis de mudança.

Por curiosidade e a eterna disposição para procurar entender o entorno em que vivo, coletei alguns dados sobre o grupo de empresas que se encontra sob o guarda-chuva da holding CVC.

AS EMPRESAS DO GRUPO

Lojas próprias

Aparentemente o poder da CVC está em sua rede de lojas próprias: 248 atualmente, cerca de 300 pontos de venda até o final deste ano e planos de expandir para 500 até 2010;

Segmento hoteleiro

Cerca de 707 leitos, espalhados por locais diversificados como Gramado (RS), Maceió (AL) Porto de Galinhas (PE), Natal (RN) e possibilidade de incluir o complexo turístico de Sauípe.

Empresa de aviação

Em junho de 2007 a CVC comprou a companhia aérea WebJet por R$ 20 milhões. À época a empresa possuía dois aviões Boeing 737-300; hoje tem seis e até o fim do ano estará com oito unidades.

A base é no Rio de Janeiro e a tendência é aumentar a frota para 15, 20 aeronaves. A Webjet transporta 25% dos passageiros da CVC e a TAM é responsável pelos outros 85%.

A abertura do capital em bolsa de valores

A oferta pública de ações estava programada para setembro deste ano, mas precisou ser adiada para 2009 devido à volatilidade que assola o mercado de capitais mundial.
Nessa oferta, a CVC pretende colocar 30 % de seu capital e captar 2 bilhões de reais.

A Set Travel Boutique & Entertainment

É a nova marca do grupo que pretende atingir o segmento da chamada “classe A” oferecendo viagens especialmente desenhadas para um público mais exigente.

“O difícil será se distanciar da imagem de empresa que construiu fama com viagens populares. Sonhar, é lógico, não custa nada.” (IstoÉ Dinheiro).
Para o bem ou para o mal, Santo André da Bahia nunca mais será o mesmo.

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Cine Cajueiro: o outro lado da tela





Hoje é gratificante, mas já passamos por maus pedaços. A primeira frustração foi logo no início, quando o Centro Cultural e de Convivência (CCC) nos convidou para passarmos um filme. O público formado pelos adolescentes que frequentam o Centro.
Animados, escolhemos o filme, o da Amelie Poulin. Foi um desastre! As pessoas não gostaram, acharam monótono, enjoado. O filme era legendado e a gente ainda não tinha se dado conta da dificuldade dos meninos para ler legendas. (Curioso como o cinema usa a linguagem verbal oral e escrita simultaneamente) No começo, até que a sala estava cheia, mas à medida que a fita desenrolava os espectadores foram saindo, um a um. Ao final sobramos nós, o Visigalli, e dois rapazes. Nosso conforto foi pensar que pelo menos aqueles dois haviam ficado para ver o final do filme. Até o momento em que percebemos que dormiam a sono solto...
Houve outros fiascos, naturalmente, como em qualquer empreitada. Paulatinamente, fomos nos liberando da obrigação de agradar sempre.
Outra noite complicada foi a do “ Ó Paí, Ó” , esse filme brasileiro que na verdade é um grande clip da Bahia, de Salvador, em particular. Parece um comercial da Bahiatur, mas é alegre, agrega identidade, é colorido, musical: enfim, lazer.
A gente acha válido passar filmes objetivando o lazer, simplesmente. Aqui na vila não há muitas opções de entretenimento, principalmente à noite. Então nem sempre passamos filmes recheados de mensagens edificantes ou educadoras, se for apenas lazer, está bom. Contudo, a gente tenta preservar o que achamos seja “de qualidade”.

Margeando esta questão – indo um pouco adiante – penso também que a arte deve estar desobrigada de questões morais ou políticas e gosto do velho slogan “arte pela arte”. Nas palavras de Paulo Leminski:

“A curiosa idéia de que a arte não está a serviço de nada a não ser de si mesma é relativamente recente. Data do romantismo europeu do século XIX, apogeu da Primeira Revolução Industrial e da hegemonia burguesa, momento em que o artista se torna um desempregado crônico.
Arte e artesanato. A indústria veio para substituí-lo.
Sem função social, mas ainda cheia de sua própria importância, a arte entre horrorizada e fascinada, volta-se contra o mundo utilitário que a cerca, negando-o, criticando-o, como um não-objeto feito de antimatéria.
O mundo burguês é anti-artístico. A arte não precisa mais dele. Já pode nascer a "arte pela arte".

Ah, sim, voltando à noite do “Ó paí, ó”: foi exibido no bar do Paulo, o Cabana Nativa, que nos pareceu muito adequado para o tipo de filme, pois lá tem música, cerveja, forró. Só que alguns pais levaram crianças e quando o filme terminou dois deles vieram nos questionar sobre a propriedade das cenas sensuais, com crianças presentes... Ai que sufoco!

Por outro lado, desde quando criança deve frequentar bar? Afinal, é local para adultos.

E as falhas técnicas? Quando o filme fica mudo e a gente descobre – depois de algum estresse – que esquecemos de ligar as caixas de som, ou colocamos o amplificador de cabeça para baixo (e não achamos os botões certos)... Quando a gente acerta tudo e esquece de levar o filme... quando os equipamentos começam a pifar... (já estamos no quarto aparelho de DVD, a corrosão da maresia)... quando o filme não “roda”...

Sem contar que sempre nos questionamos sobre a presunção de escolher filmes para os outros verem.

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Cine Cajueiro


Raras fotos de nossos encontros cinematográficos na rua.
As fotos ficaram péssimas... se alguém puder ajudar com as próximas, agradecemos.

Breve história do Cine Cajueiro



O início

Foi no meu primeiro verão em Santo André, quando conheci uma moça louca por cinema, a Krika. Ela trouxe de São Paulo uma coleção de filmes clássicos, principalmente da nouvelle vague, aquele movimento de renovação da linguagem fílmica – mais voltado para a expressão do que para a comunicação – que se espalhou pela cinematografia mundial depois de surgir na França no final dos anos 50.

Víamos os filmes lá em casa, à época com vista para o rio João de Tiba e para um centenário cajueiro copado. No começo o grupo era até significativo em tamanho, mas aos poucos foi se esvaziando porque, como é natural, nem todo mundo estava a fim de ficar vendo “O ano passado em Marienbad” em noites de verão baiano.

Numa noite de particular entusiasmo – havíamos acabado de rever “A noite americana”—olhamos para a rua e “vimos” o cinema no meio da rua, embaixo do cajueiro. Truffaut nos fez decolar e nos levou para mais longe do que o próprio filme.

A parte técnica

Foi rápido, estilo “shazam”. Alugamos o projetor de um italiano – para nossa sorte ele voltou para a Itália logo depois e nos vendeu o aparelho pela metade do preço. Foi ótimo mesmo porque ele tinha um amigo chato e briguento: sumiram, os dois.
Cláudio e Caio montaram a telona (2 por 2) com lona plástica branca, madeirite e canos de pvc. As cadeiras eram as de casa mesmo, depois nós fomos comprando as cadeirinhas de plástico branco que são a cara e o bumbum do Cine Cajueiro.

Escolhemos o filme, fizemos os cartazes, espalhamos pela vila e continuamos nesse exercício de compartilhamento até hoje, quase 2 anos depois e mais de 100 filmes rodados.

Muita gente cooperou, no mínimo com entusiasmo, com idéias, com alguns filmes. A parte financeira, a continuidade e a persistência acabaram ficando por nossa conta (Cláudio e eu, aposentados em estágio de ócio criativo) até porque o verão acabou, o pessoal se foi, e os daqui têm outras atividades a tocar, inclusive econômicas.

Os precedentes

Nos contaram que anos atrás o pessoal projetava fotos dos moradores. Ainda não era cinema porque faltava um dos elementos básicos, o movimento, mas imagino que foi um bom começo.

Depois veio a Mônica Pauletti, outra paulistana que tem casa aqui. Ela desenvolveu um ótimo trabalho chamado “Papo filme”, um projeto semelhante ao nosso: artesanal e com recursos próprios. Cada vez que a Mônica vinha – a cada 3 meses, mais ou menos, o cinema acontecia. Vi alguns deles – excelentes escolhas – e a Mônica agregava valor, porque sendo psicóloga, conversava com os meninos e meninas após os filmes.

As parcerias

Numa reedição mambembe saímos por aí de tela e filme na mão. Passamos filmes na Escola Municipal, no Centro de Comunidade e Convivência, no IASA, no Cabana Nativa e – a parceira mais longa (desde maio 2007) e profícua até hoje – com o Casapraia, onde estamos todos os sábados, às 21hs, numa rica e intensa troca com os cinéfilos locais e visitantes.

Citar as pessoas que nos incentivaram a tocar este trabalho de formiguinha seria maior que a formiguinha... foram (são) tantas...!

O Cine Cajueiro hoje

Agora estamos em outro endereço, não mais embaixo de um cajueiro, agora é debaixo de uma mangueira, ao lado da casa que construímos em Santo André. Toda terça-feira, 19:30.

Ontem exibimos “As crônicas de Spiderwick”, dublado (infelizmente o público infanto-juvenil não consegue ler as legendas com a rapidez necessária). É um desses filmes do filão Harry Potter cheio de goblins que os meninos chamam de jupatis.

Foi uma dessas noites lindas em que o cinema “bombou”: cerca de 50 meninos pequenos e grandes, as cadeiras não foram suficientes (ainda bem que justo agora soubemos que o Gaili vai nos doar 10 cadeiras de plástico) e, pela primeira vez, pediram (numa algazarra infernal) que passássemos outro filme, findo o primeiro.

Afinal era noite de lua cheia...

As fotos

Não sabemos bem porque, mas não tínhamos fotos do Cine Cajueiro até ontem.

Talvez porque sentimos que nem imagem nem palavra conseguem passar o clima lúdico que envolve a platéia no momento real. Talvez porque a gente tem resistência a “quebrar” o momento com flashes e poses, talvez porque somos péssimos fotógrafos... o fato é que o Ray Rangel, um jornalista amigável do Jornal do Sol nos pediu fotos para publicar uma matéria (seria a segunda do Cine Cajueiro, a primeira saiu no Topatudo de Porto Seguro, por obra e graça de Marianna Robalo) e a gente só conseguiu essas, de péssima qualidade...

Bem, hoje vamos abrir exceção e colocar algumas aqui nessa redefurada.

Para finalizar, umas palavras do Truffaut:
“Sempre me perguntaram em que momento da minha cinefilia desejei tornar-me diretor ou crítico e para falar a verdade não sei; sei apenas que queria aproximar-me cada vez mais do cinema. Um primeiro estágio consistiu em ver muitos filmes, um segundo em anotar o nome do diretor ao sair do cinema, um terceiro em rever freqüentemente os mesmos filmes e em determinar minha escolha em função do diretor. Naquela época de minha vida, porém, o cinema agia como uma droga, ao ponto do cineclube que fundei em 1947 ostentar o nome pretensioso, mas revelador de Cercle Cinémane (Cícirculo Cinemaníaco). Acontecia-me assistir o mesmo filme cinco ou seis vezes no mesmo mês e ser incapaz de contar corretamente o roteiro porque, nesse ou naquele momento, uma música que se elevava uma perseguição na noite, o choro de uma atriz me entusiasmavam...”

Tanti auguri



Stefano Visigalli fez anos por esses dias e preparou, entre outras iguarias, um delicioso creme de alho-porró onde ele deve colocar algum ingrediente exótico pois tentei fazer em casa, seguindo a receita que ele me ensinou, mas o resultado saiu bem diferente.
Foi um dia ótimo, ameno, em boa companhia e com um baita ramo de orquídeas puxando o nosso olhar para o jardim. Tomara que Stefano faça aniversário de novo este ano

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

restaurante Gaivota, de Santo André



Estava comendo meu peixinho no Gaivota ontem quando vi um chapéu de cowboy dentro d'água. Observando melhor, reparei um homem embaixo do chapéu.


O rapaz mora em Valença, chama-se Hermann Gallerani e adora chapéus. 

sábado, 11 de outubro de 2008

Costa Brasilis, o resort de Santo André



Trecho retirado de um texto mais longo no portal da CVC (palavras do presidente)

“Abrimos o mês com uma novidade, um paraíso a ser desvendado: Santo André da Bahia. Nessa região, está localizado o Costa Brasilis Resort, a mais recente novidade e aposta da CVC. Sob gestão da GJP, administradora de hotéis do Grupo CVC, o resort conta com uma área de 50 mil m² rodeada pela natureza exuberante do local. Com estilo colonial lembrando a charmosa cidade de Paraty e decoração indígena, todos os detalhes se unem para oferecer o conforto e a sofisticação de um resort 5 estrelas. São 122 unidades que se dividem entre apartamentos com varanda e bangalôs, ambos completamente equipados.
A grande atração do Costa Brasilis é o SPA Ruby, onde os hóspedes encontram sossego e tranqüilidade para cuidar do corpo e da alma. O SPA conta com um centro estético completo, um campo de saúde com médicos de diferentes áreas e tratamentos corporais de relaxamento, tudo com uma das vistas mais belas do litoral brasileiro. Os esportes náuticos também são o grande atrativo do hotel, que oferece toda estrutura para desfrutar da pesca oceânica e outros tipos de lazer ao mar. Para quem procura relaxar e se divertir em uma praia particular e paradisíaca, o resort é a mais nova indicação da CVC Turismo.”
Guilherme Paulus
Presidente do Conselho de Administração CVC
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Ontem à noite conversávamos, em grupo grande, sobre a chegada aqui em Santo André de uma potência brasileira na área de turismo. Muitos questionamentos, poucas respostas. Só é certo que haverá mudanças, e, penso, fortes. Se fosse cineasta faria um filme: "O último verão antes da CVC"

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

você gosta de jaboticabas?

Vi em algum lugar que Larissa Bertani (30 anos) emagreceu 44 quilos em cinco anos, depois de iniciar um diário virtual no qual contava detalhes da luta contra a balança. “O blog ficou conhecido e isso me motivou. Queria mostrar que era capaz”, disse ela.

Minha experiência com blogs é recente e amadora, mas procuro um motivo desde o início. O de hoje é o seguinte: sei que daqui a pouco não vou conseguir lembrar mais de nada. Um modo mínimo de guardar uma parte desse imenso saco-de-gatos em que todos vivemos é a memória virtual. Armazeno, para o futuro próximo, imagens de pessoas, de lugares, muita coisa de Santo André, e (quase) todo tipo de fragmento do chamado mundo real. Sendo real uma palavra com infindáveis significados, além de tema para incontáveis obras nas áreas de filosofia, psicanálise, cinema, literatura ou ciências “exatas”. You name it.

Ah, bom, isto se o Google existir até lá, porque hoje, como ontem e todo dia desde 16.9.08, o mundo está se acabando, a economia e as finanças estão em queda livre, será que vamos ter outro crash29, outro Bretton Woods.

Acordei cedo, chovia a cântaros (felizmente) e de lá para cá trabalhei algum tempo como digitadora para uma amiga, como secretária para outra (com muito carinho, voltem quando quiserem), plantei 3 mudas novas no jardim, atendi meia dúzia de crianças que passaram para devolver ou levar filmes, fiz, em parceria com meu marido, a faxina da casa (já que a moça não apareceu), e agora uma pausa para blogar, antes de iniciar a leitura do último livro de Alberto Manguel (aquele que lia os livros para Borges após a cegueira deste). Comprei em São Paulo, há vários dias, e até agora só deu tempo de ler a citação inicial do Raymond Queneau,

“Toda grande obra de literatura, ou é a Ilíada ou é a Odisséia.”

Como diz Haroldo de Campos (melhor tradução para português), o caráter trágico do poema evidencia a insignificância dos conflitos humanos. No canto de abertura, ao solicitar o empenho da mãe contra os gregos, Aquiles lembra sua triste condição de mortal, o que será repetido, em tom de lamento, pela própria Tétis, na resposta que dá ao filho:

“Mãe, que me dotaste
De uma vida tão curta, não devia o Olimpo
Cumular-me de honras?”

“Ai de mim! Te criei nutrido de infortúnio:
Sem lágrimas, sem dor, assim eu te quisera
Sentado junto às naves, pois te espreita a Moira:
Tens vida breve.”

Mas como foi mesmo que vim parar aqui? Eu só ia comentar que nossa jabuticabeira deu fruto pela primeira vez: uma (1) jabuticaba. Para o próximo ano esperamos dobrar a produção e quem sabe entrar no campo do agronegócios.


segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Resultado das eleições Santa Cruz Cabrália - Bahia

Para Prefeito:

JORGE PONTES - 7.025 votos - 58,83 %
FILÓ (* ) 4.576 votos - 38,32 %
JORGE AGUIAR - 341 votos - 2,86 %

(*) - Como o Sr. Bahiano tinha contas a prestar com a Justiça Eleitoral, colocou o Sr. Filó no lugar dele, apenas 24 horas antes das eleições. Este procedimento é permitido pela legislação eleitoral em vigor. Mas demonstra que o Sr. Bahiano levou a farsa até o final.

Câmara Municipal: (vereadores eleitos)

ISRAEL MARINHO - 396 votos - 3,46 %
HUMBERTO CACHOEIRA 355 votos - 3,10 %
CARAJA – 337 votos - 2,94 %
PIXULA - 323 votos - 2,82%
LUCIANO MONTEIRO 312 votos - 2,72 %
VAVA 271 votos - 2,37%
FABIANO DO VADÃO 268 votos - 2,34 %
NICEIA 265 votos - 2,31%
PASTOR JOHNSON 256 votos - 2,24%

Os candidatos a vereador de Santo André:
Célio - 104 votos
Paulo Lacerda - 101 votos
Santinho - 38 votos
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Felicidade é ver um prefeito que confunde público com privado ser afastado do cargo pelo voto popular.
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Jorge Pontes, muito sucesso em sua administração vindoura, a qual, esperamos seja bem sucedida e tingida pela ética.
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A julgar pelos resultados das eleições para a Câmara Municipal, se Santo André se unir em torno de um candidato, faz um vereador. Que a lição nos sirva para a próxima.
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sábado, 4 de outubro de 2008

Ensaio de verão (Santo André-BA)


Ontem à tarde Ana Lúcia ligou para avisar que haveria ensaio da banda no bistrô, antiga pastelaria. Depois de um dia resolvendo problemas em Porto Seguro, ninguém se animou, mesmo sendo sexta-feira. Ficamos conversando e ouvindo o som dos “meninos” na varanda de nossa casa mesmo. Já pensávamos em dormir quando entrou a gaita do Mimo, lindo som, de arrepiar, aquele toque jazzístico introduzido em meio às guitarras de Visigalli, Roger, e Giampi – que já chegou para o verão, e estava comemorando o visto de entrada permanente no Brasil. Primeira vez que vem para o verão de Santo André sem data marcada para voltar para o Vêneto. Tim-tim, Giampi!

Mudamos para lá, querendo ver e ouvir o grupo ao vivo – o quinto era o Marcelo argentino, na percussão; sempre tirando da cartola os variados instrumentos musicais onde consegue todo tipo de “batida”. São muito legais as bandas do verão daqui. Todo ano, mudam as composições humanas e musicais. Tomara que os mineiros mais melódicos que conheço (alô Felipe, Hippie, Frodo e turma toda), e os franceses (aquele sax do Jean-François...) venham com muita vontade de fazer música, estes concertos imprevistos para nós e os visitantes.

Só sei que a noite foi ótima, cheia de emoções delicadas. Especial para quem mora aqui, uma espécie de ensaio de verão para “the good and old boys” (and girls)... Pertinho, Aloísio e Wando conversavam na calçada do Gaivota`s. Ninguém queria ficar dentro de casa, ficamos até os músicos cansarem e embalarem seus instrumentos.

Meio por acaso vi a prévia da programação de verão do Casapraia (WOW), agora com um espaço que eles chamam – modestamente – de suíte. Prestem atenção nas imagens que estão enviando, devagarinho... embora nem palavras, nem imagens consigam transmitir o clima imaterial que a gente sente por lá.

Também ouvi notícias que nossas pousadas de charme – Victor Hugo e Gaili – já estão fazendo as reservas para o reveillon de ... 2009! Porque para a virada do ano de 2008, quem não fez reserva talvez encontre alguma dificuldade. Quem não puder estar aqui no reveillon, apareça no verão: promete ser longo, energético, bonito e cheio de surpresas, de pontes para o inesperado.