Neste ano da graça de 2012, a FLIP dura quatro dias e terá início bem na data da independência dos EUA - 4 de julho. Um mês antes, ou seja, hoje, os ingressos foram postos à venda na rede e, pra quem mora em Paraty, numa determinada agência de turismo na rua principal do comércio da cidade. Existe uma modesta reserva de mercado para os moradores locais; dez por cento, informaram. O início das vendas foi programado para as 10hs. Quem chegava antes pegava uma senha; ganhei o número 46. O número um, descobri durante a espera, chegou às 5 da manhã. A moça da organização avisava que haveria duas filas, "uma preferencial, para os idosos, e outra para os normais". Ri demais com isso...a maior parte do público esperante era de velhinhos! Além disso parecer "normal" é a coisa mais fácil do mundo. Ela também riu do deslize linguístico, era jovem e bem humorada, muito diferente de um casal de rabugentos que questionou meu direito de estar na frente deles (portavam o 51). Só porque me ausentei da fila para tomar um suco, comprar uma pinça de sobrancelhas, depois tive que correr até a agência do Banco do Brasil para sacar em moeda viva porque não estavam aceitando cheques como forma de pagamento... Afinal, para isto existe senha, penso.
Consegui todas as palestras que queremos ver/ouvir, além do show do Lenine e da ciranda de Tarituba. No pacote, a conferência do meu querido catalão Enrique Vila-Matas, para procurar entender essa dobra sobre si mesma que ele faz da Literatura. Ou ter notícias dos livros do espanhol Javier Cercas e do colombiano Juan Gabriel Vásquez que se voltam para episódios violentos do passado de seus países, ou a reflexão de Luiz Eduardo Soares e Fernando Gabeira sobre o autoritarismo, tão oportuno em época de criação da Comissão da Verdade; o mundo de Shakespeare; as palestras sobre o homenageado deste ano, o poeta mineiro Carlos Drummond de Andrade; o prêmio Nobel francês Le Clézio; ou um painel focado em cidade e democracia ...
"Ao mesmo tempo que mostram o potencial de mobilização dos meios
digitais, protestos recentes no mundo árabe e nos países europeus
reafirmam a força da rua e da praça como palco de manifestação da
vontade popular. O espaço urbano pode ser um local de encontro e
convivência das diferenças, mas também a expressão mais visível da
desigualdade social. A partir dessa contradição, o indiano, radicado nos
Estados Unidos, Suketu Mehta, e o brasileiro Roberto DaMatta discutem o
papel das cidades na vida democrática"
(trecho do catálogo da FLIP)
Literatura& afins: aqui vamos nós.
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