
Fiquei imóvel, olhando para as palavras na tela até que achei por bem obedecer às instruções: troquei a senha e saí da sala para contar o episódio para meu marido. Ele estava quieto, olhando fixo para o computador dele. Mostrou-me uma mensagem semelhante. A tentativa de invasão no computador dele viera de Delaware, outro estado americano. O mais surpreendente veio depois. A cada 20 minutos chegava uma nova mensagem do Google dizendo a mesma coisa, só mudava o local de origem dos invasores.
Metade do mundo americano querendo ler nossas cartinhas!
Como avisar que estavam cometendo um engano terrível, que somos apenas dois insignificantes viventes? Trocamos as senhas, uma segunda e uma terceira vez. Aquele fenômeno devia ser orientado por um programa de computador, o bombardeio era regular e preciso. Finalmente nos empenhamos em colocar umas senhas complicadíssimas, com dez dígitos, incluindo números, letras e símbolos gráficos.
O ataque parou.
O problema agora é que não conseguimos lembrar as novas senhas.