terça-feira, 9 de fevereiro de 2016

Machu Picchu, Peru


Machu Picchu (dicas de principiante)
Se informe sobre o clima e a melhor época de viajar para os Andes, antes de comprar as passagens para o Peru. É bom deixar um pouco de espaço para o imprevisível, ele pode ser companheiro.  Arriscamos viajar no verão, a época das tempestades - “ fuja dessa roubada” -- alertam os blogs dos viajantes. Neste janeiro de 2016, o El Niño segurou a chuva no céu, no céu infinitamente azul de Cusco e Machu Picchu. Como a estação era de baixa, não havia filas nem o excesso de turistas da Europa e Estados Unidos que vão para lá na alta temporada, entre maio e setembro.
O melhor blog que encontrei do passo-a-passo para Machu Picchu foi este
Resumo do trajeto:
1.avião do Brasil para Lima
2. avião de Lima para Cusco
3. trem de Cusco para Águas Calientes  o nome foi mudado para Machu Picchu Pueblo, mas todo mundo continua usando o antigo)
4. ônibus de Águas Calientes para  o parque
A etapa de número três demanda a escolha entre três estações ferroviárias, Poroy, Urubamba ou Ollantaytambo. Optamos pela última, a mais distante, quase 100 kms longe de Cusco. Alugamos um táxi para o percurso Cusco-Ollanta, mas é possível pegar vans ou ônibus e gastar menos.  Há duas companhias férreas, a Inca Rail e a concorrente Peru Rail.  Compramos bilhetes no Vistadome da Peru Rail, num vagão de janelões envidraçados, bem amigável para apreciar as montanhas, o rio Urubamba que corre em paralelo com a linha do trem, as árvores da mata, o arco íris do verde, as samambaias,  “e as orquídeas, e as orquídeas”, repetia o motorneiro eletrônico.  Muito gostoso andar de trem nessa zona, uma faixa de transição que vai da Cordilheira dos Andes para a Amazônia. Bonitíssimo. Dormimos em Águas Calientes, a cidade-base, depois de um jantar delicioso no “Índio Feliz”, o segundo restaurante mais recomendado pelo Trip Advisor – o “The Tree House” está em primeiro lugar, pela escolha dos visitantes.   Águas Calientes é feinha, caótica e animada, você sente que está num dos umbigos do mundo, fluindo entre o confundir das línguas e as dobras do tempo. No dia seguinte fomos de ônibus para o parque, trajeto curto, 20 minutos. Pode-se caminhar montanha acima, é opcional, rs.  A gente se poupou para o passeio dentro da cidade inca, rende umas 5 horas, num sobe e desce contínuo de degraus altos – com muitas paradas para  respirar e meditar pela contemplação.  A beleza da natureza é estonteante, não tenho palavra nem imagem para representar o espírito dessa cidadela de pedra cercada de picos altíssimos.  Aviso amigo: dentro do parque obedeça à direção indicada pelas setas escuras pintadas nas tabuletas encravadas ao lado dos degraus. Distraída, subi uma enormidade de escada pela contramão.  Quando me encontrava quase no topo encontrei um guarda do parque. O homem era baixinho, musculoso, vestia bermuda safari, quepe de explorador, usava um negro bigode fino e tinha olhar nada amigo.  Ele nos mandou retroceder sem dó e sem piedade, descemos tudo e subimos a mesma quantidade de degraus, pelo outro lado.
A cidade perdida dos Incas tem uma área agrícola, feita de terraços e silos de armazenamento de alimentos, e outra urbana, das casas, cemitérios, praças, templos e mausoléus da realeza, tudo colocado numa organização admirável, as ruas e as escadarias planejadas para a passagem gloriosa do deus sol.
Fez lua cheia nessa noite.

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