Imperdível
quarta-feira, 31 de março de 2010
o restaurante da pousada Corsário (El Floridita)
Imperdível
segunda-feira, 29 de março de 2010
caiu um raio na minha rua

Ontem de manhã o céu quase caiu sobre Santo André. Um estrondo apavorante me fez levantar a cabeça do travesseiro em sobressalto -- tive um princípio de pânico. Era um trovão extraordinário, deve ter sido atirado por Zeus em pessoa (ou Tupã, para dar maior brasilidade). Meu vizinho Raílton comentou que já estava acordado conversando com a mãe dele, a Dona Ignácia. Ele foi testemunha que o raio caiu muito perto porque o clarão veio juntinho com o estrondo, não houve separação, parece até que caiu no meio da nossa rua. Naturalmente, este foi o assunto do dia aqui no povoado, as conversas giraram em torno do trovaõ, algo inusitado, todos concordavam. Muito prejuízo no circuito elétrico de geladeiras, televisões, aparelhos de DVD, freezers. As duas lan houses perderam computadores, alguns transformadores derreteram, lâmpadas pipocaram nos postes de iluminação pública e estamos sem telefone até agora. Aqui em casa toda a iluminação do jardim queimou




almodovar, profissão ator






o Cine Cajueiro vai às compras

Uma das nossas atividades prediletas em São Paulo é adquirir filmes para aumentar o acervo do nosso cineminha. Trouxemos os filmes oscarizados (Avatar, Guerra ao Terror, Preciosa, Coração Louco), A Fita Branca (para mim, o melhor do ano), Welcome (mais um filme com o tema da imigração na Europa), Lavoura Arcaica (um dos melhores filmes brasileiros), filmes europeus em geral (os prediletos do público do Casapraia) e um montão de filmes para a garotada, inclusive alguns japoneses de animação cult
Outra coisa que gosto de fazer em São Paulo é olhar para a deselegância discreta de suas meninas

Outra coisa que gosto de fazer em São Paulo é olhar para a deselegância discreta de suas meninas

from Santo André with love
sexta-feira, 26 de março de 2010
o dia que Almodovar passou em Santo André

Antes mesmo de por os pés na pista
do aeroporto, ainda descendo a escadinha do avião, não pude afastar a lembrança daquele surradíssimo refrão baiano: sorria, você está na Bahia. O que isto significa para cada povo é matéria plástica de ampla mutabilidade. Os paulistas, por exemplo, parecem nutrir uma dúvida excruciante. Aqueles de maior arrogância não se incomodam de nivelar os nordestinos em geral, jogam todos no mesmo saco e chamam de baiano todo mundo que fala oxente. Por “baiano” entenda-se o peão, o jeca, o pobretão. Outros, pelo contrário – milhões de outros, porque São Paulo é a nossa China – pensam que o paraíso é aqui. É tanto mar, tanta praia, tanta magia, sensualidade e simpatia. Aparentemente, os gaúchos se alinham com a noção paradisíaca, até notei que a presença dos g

Lembro agora de uma caricatura que achei numa revista americana (the new yorker) durante um vôo demorado: mostrava uma cigana consultando o futuro de um cliente na sua bola de cristal. A imagem mediúnica que aparecia na bola era de uma praia com coqueiros, luar e um casal de ar idílico caminhando de mãos dadas. Ao ver esta cena, o olhar do cliente brilhou como estrela cadente, porém a legenda embaixo da charge era broxante, a cartomante dizendo que aquela visão era apenas o papel de parede da bola de cristal.
Depreendi daí que tal imagem faz parte do imaginário coletivo das gentes – é o que muita gente quer fazer no futuro, de preferência “abrindo uma pousadinha”. Ilhas dos mares do Sul, Caribe, Polinésia, Taiti, Ilhas Maurício, todos estes nomes de lugares trazem consigo uma atmosfera – eles já chegam pra nós carregados “de clima” -- muitas vezes evocam a possibilidade de um amor, uma paixão. Acho que o clichê também se aplica à Bahia.
E agora me lembrei também do que se passou no pós-verão de Santo André entre uma visitante, uma mulher estrangeira, e um homem nativo conhecidíssimo do lugar, mas vou logo avisando que daqui pra baixo qualquer semelhança com alguém que você conheça é mera coincidência e se você insistir em pensar que conhece fique sabendo que seria tudo com consentimento da protagonista, se fosse verdade.
Pedro Juan Gutiérrez, em Trilogia Suja de Havana, cravou a seguinte passagem Esses amores fugazes são deliciosos porque carecem de expectativa. Não têm passado nem futuro. A expectativa destrói muitas coisas. Mas aprender a evitá-la é uma arte.
A moça, “a gringa”, que apareceu no verão, é um mulherão. Loira , olhos azuis, um sorriso bonito Alegre, bem falante, o tipo de pessoa que atrai simpatias (e olhares). Logo conquistou um namorado, um namorado complicado, parece que é casado, mas tocaram o assu
nto pra diante. Dançaram, sorriram, se amaram daquele jeito chamado de biblíco. Nos tornamos amigas, confidentes. Contou-me que estava lendo Jorge Amado, esse escritor que se definia como “um baiano romântico e sensual”. Ah, meu Deus, pra quê? Foi como jogar gasolina na fogueira. Uma noite a tentação foi tanta que se amaram ali mesmo, num lado da rua, era noite alta, contudo havia olhos despertos e bem abertos. Por azar do casal era de um rapaz conversador e nem as bananeiras ao redor impediram que as senhoras que moram por ali, também vissem o ardor da cena ou deixassem de escutar a trilha sonora. (houve protesto na igreja).

Talvez isto tenha afugentado o Romeu. Já não atendia as ligações, nem aparecia amiúde como antes. Ela também desistiu, foi embora, mas já avisou que volta no próximo verão e desta vez quer um romance legal, com outro nativo moreno.
Afinal, estamos ou não estamos na Bahia?
quinta-feira, 25 de março de 2010
dois momentos do IASA
terça-feira, 23 de março de 2010
o que os homens querem das mulheres?

“Depois que os filhos crescem, o que querem as mulheres?
É simples: tudo o que não puderam viver até então. Vá lá, quase tudo. Basta olhar à sua volta. Uma fila de cinema: 60% de mulheres. Um concerto? 70% . Exposição de arte, idem. Carnaval, festa, baile: olha lá elas dançando, com ou sem parceria masculina. Viagens, ecoturismo, passeatas – a lista é longa. Por isso mesmo a mulher pode dar a seu parceiro o que nenhuma geração anterior ao século 20 podia dar. As três últimas gerações de mulheres, não limitadas ao espaço doméstico, são capazes de conversar sobre quase tudo com seus companheiros. Compartilhar idéias, projetos, ambições, bobagens, piadas, boemia. A vida pode ser boa desse jeito, e o amor, uma conversa sem-fim.
O filósofo romeno Cioran afirmou que as mulheres são as novas-ricas do mundo da cultura. Talvez por isso falemos demais. Em compensação, os maridos não são mais os nossos únicos interlocutores.” (ao que acrescento: não são os únicos, mas podem ser os melhores.)
os brasileiros estão voltando pra casa
"Com a crise
econômico-financeira internacional, milhares de brasileiros que deixaram o País em busca de melhores oportunidades no exterior estão voltando para casa. Com o mercado de trabalho interno em expansão e com a falta de mão de obra especializada, trabalhadores brasileiros que foram para o exterior podem dar uma valiosa contribuição para o desenvolvimento do País. A grande massa dos que saíram para trabalhar em outros países é de pessoas com formação média, que não via no País meios para melhorar de vida.

Os dekasseguis, por exemplo, descendentes de japoneses que emigraram em grande número para o Japão, são considerados trabalhadores de baixa qualificação, empregados em trabalhos braçais. Mas nem sempre: 82 experientes soldadores nisseis, treinados em indústrias nipônicas, retornaram ao Brasil, sendo contratados por um estaleiro instalado no Porto de Suape (PE). Como os integrantes desse grupo relatam, eles lutaram no Japão contra preconceitos, mas conseguiram empregos industriais, embora, por serem estrangeiros, sua ascensão profissional fosse barrada. Mas aprenderam muito, inclusive em termos de ética de trabalho, que, como diz um deles, é mais importante que a técnica.
Centenas de outros trabalhadores estão retornando dos EUA e de países da Europa. Sendo estrangeiros naqueles países, tenham ou não visto para trabalhar, são os primeiros a serem cortados em períodos de retração econômica.
Grande número desses trabalhadores ganhou a vida no setor de serviços e teve de aprender línguas estrangeiras. Além da prática adquirida, isso os torna mais habilitados a ocupar postos em restaurantes, hotéis, resorts, agências de turismo, transportadoras, etc., empresas de setores que estão em franca expansão no Brasil.
Há ainda aqueles que fizeram cursos ou treinamento no exterior, estando agora de volta ao Brasil. Essa situação, por sinal, é bastante comum na área de Tecnologia da Informação (TI).
Um terceiro grupo é o daqueles que foram para o exterior dispostos a pegar no pesado, exercendo atividades em períodos noturnos, mais bem remuneradas, para fazer um pé de meia. Com a poupança amealhada, seu objetivo é de se estabelecer por conta própria no Brasil, na cidade ou no campo.Assim, o Brasil, que lucrou com as remessas financeiras desses trabalhadores enquanto estavam no exterior, lucrará também com o retorno de pessoas mais bem preparadas, imbuídas da ética do trabalho, que vêm preencher vagas nas empresas ou fortalecer o empreendedorismo. "
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matéria do jornal Estado de São Paulo, de hoje
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matéria do jornal Estado de São Paulo, de hoje
viagens e globalização





domingo, 21 de março de 2010
Gaúchos e baianos: um texto enviado por Lou Figueiredo

Foto de Salvador de Pierre Verger
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"Me chamo Elilson Cabral, sou de uma pequena cidade no interior do Rio Grande do Sul chamada Capão da Canoa, e andava farto de ouvir falar dos baianos e sua “vasta cultura”. Não suportava mais ouvir o quanto a Bahia era perfeita, suas praias paradisíacas, seus artistas infindos, ou coisas do tipo “baiano não nasce, estréia”. Olhava pro rosto do povo riograndense e via neles tanto ou mais cultura que nos baianos, afinal temos a bocha, a milonga, a guarânia, o chimarrão... o que o mundo via na Bahia que não via em nós?
Resolvi então descobrir o que é que a Bahia tem. No dia 03 de outubro de 1999 desembarquei em Salvador e, logo de cara, ao contrário de baianas com suas roupas brancas e suas barracas de acarajé, dei de cara com um taxista mal humorado porque lhe tinham roubado o celular. Chegando no hotel preparei minha estratégia e resolvi logo ir ao local mais badalado da Bahia, o pelourinho. Chegando no bairro só achei casas antigas e cabelos trançados, espichados, alisados, pintados, enfim, coisas da Bahia. Bem vou encurtar minha historia para que vocês, leitores, não fiquem entediados.
Passei dois anos viajando por toda Bahia, suas praias paradisíacas, ouvindo e vendo seus artistas, saboreando a cultura e consegui chegar a um denominador comum: os baianos não são melhores que nós, gaúchos, na realidade somos até mais civilizados. Ao voltar para minha linda cidade no interior do Rio Grande do Sul senti-me como se tivesse pousado no meu planeta, e logo escrevi um artigo pra uma revista. Agora sim, estou leve.
Será?Parece que não. Passo os dias tentando entender porque sinto tanta falta da Bahia, porque sinto falta de meu vizinho Dorgival, do rapaz que passava vendendo sacolé, do João da barraca de água de coco, meu Deus porque esse vazio? Foi então que descobri o que é que a Bahia tem. Sem pretensão de ofender os meus, digo-lhes que jamais verei nos sorrisos gaúchos a sinceridade do sorriso baiano, jamais sentirei nas percussões de cá o pulsar dos meninos negros de pés descalços que “oloduavam” sem ter medo da dureza futura, jamais terei no abraço de meus parentes o calor que sentia ao ser abraçado pela vendedora de cocada de araçá, jamais sentirei nos territórios daqui o cheiro de dendê. Queridos conterrâneos, na nação de lá eles andam descalços e não é por não terem calçados, eles gostam de viver assim, a chuva não é apenas suprimento e fartura, é diversão, quantas vezes corri pela chuva com o André, filho de Dona Zete. Amigos, naquela nação os cabelos são como roupas, as roupas são como armas e as armas são os instrumentos, que levam uma multidão para uma batalha que dura 7 dias e que sempre acaba em vitória para ambos os lados, uma cabaça é motivo de festa, um fio de arame motivo pra luta (de capoeira), dois homens juntos é motivo pra samba, pagode, e festa. E pasmem queridos patrícios, eles trabalham, e muito, no tabuleiro de cocada, na frente de um volante, com uma baqueta nas mãos, trabalham sim. Não quero ser baiano. Sou gaúcho e brasileiro.
Mas nunca imaginei que conheceria um Brasil que jamais pensei achar exatamente na Bahia, exatamente lá, do outro lado, na outra nação. Não quero me separar deles, não quero pe
rder o direito de dizer que sou brasileiro e que tenho a Bahia como pedaço de mim. Não quero ser baiano, mas mesmo assim não consigo não ser.
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(contribuição de Lou Figueiredo, o proprietário do único fusca de Santo André)

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(contribuição de Lou Figueiredo, o proprietário do único fusca de Santo André)

(obrigada!)

o centro de convivência e cultura

sábado, 20 de março de 2010
a mistura de São Paulo com Santo André

sexta-feira, 19 de março de 2010
a regata Costa Leste
Quem mora em Santo André, ou passa por lá em agosto, sabe o que esta regata significa para o vilarejo... São cerca de 50 veleiros entrando pela enseada (um espetáculo lindíssimo), jogando suas âncoras e permanecendo em terra cerca de uma semana.
Não são velejadores comuns, são solidários, procuram unir o prazer de velejar com o prazer de ser útil, principalmente nas áreas de educação e saúde. Promovem palestras, passam filmes (autoexame de câncer de mama, escovação de dentes, etc), oficinas recreativas (construção de pipas), além de arrecadar (na origem) livros, cadernos, produtos de higiene pessoal e proteção solar para serem distribuídos nos vilarejos e comunidades carentes da costa brasileira. Este ano irão novamente (ôba!)



São Paulo é...




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