terça-feira, 4 de setembro de 2012

estrada Paraty-Cunha para principiantes

Nunca ouvira falar de Cunha antes de nos mudarmos da Bahia para o estado do Rio -- não tínhamos o hábito de viajar para localidades montanhosas. Agora que moramos em Paraty estamos explorando os vilarejos das serras que nos circundam. De Cunha conhecemos primeiro os produtos da roça - toda semana desce uma camionete com produtos orgânicos e bichos "caipira":  galinha, pato, porco, ovo... Sábado passado resolvemos conhecer a cidade subindo pela famosa estrada do parque nacional. Cunha se situa numa ferradura formada pelas Serras do Mar, Bocaina e Quebra-Cangalha. Já sabíamos da fama de boniteza da estrada, toda verde de Mata Atlântica. Uma festa para os olhos, tanto a paisagem desdobrada em serras infinitas, como
os detalhes: as flores, as cores, o efeito da luz sobre a vegetação
É perto, apenas 48 kms. Só tem um probleminha: há um trecho sem asfalto que é incrivelmente ruim. Um rio seco, pedras e buracos. Levamos cerca de 50 minutos para percorrer 9 kms, bem devagarinho... Estávamos num carro alto e com tração nas 4 rodas e assim mesmo demos uma "raspadinha" no chão. Fiquei espantada com a audácia dos carros menores que encontramos no caminho.  Vimos um fusca e uma Brasília amarela servindo de lotação: transportam passageiros entre Cunha e Paraty. A Brasília, coitada, caiu numa vala da estrada e precisou parar.
Quando finalmente chegamos, demos uma volta nas ruas adjacentes à praça da matriz, olhamos o mercado municipal que é bonitinho e tem artigos próprios do lugar como as botinas, a excelente cerveja artesanal dos alemães, as frutas e verduras locais. Dos 25 mil habitantes, cerca de 12 mil vivem na área rural. Desde 1695 os aventureiros  andavam na região -- subiam a serra pela trilha dos índios guaianás em busca do eldorado - o ouro e as pedras preciosas das Minas Gerais.  Naquela época Cunha era chamada de "Boca do Sertão" - tornou-se uma parada obrigatória  para o descanso e reabastecimento das tropas. Em 1948 a cidade foi transformada oficialmente em Estância Climática pelo governo do estado de São Paulo.  Como é típico em cidade do interior a principal atração é ...fazer nada. Sentamos numa agradável padaria com cadeiras e mesas colocadas num trecho de rua onde não passa carros. Depois do almoço resolvemos regressar a Paraty, preocupados com a estrada esburacada - não queríamos passar pelo famigerado trecho no escuro... Deixamos os passeios (cachoeiras, Pedra da Macela, ateliês de cerâmica) para uma próxima visita.
A volta foi com adrenalina: Cláudio precisava parar para analisar qual parte da estrada seria menos ruim. Confesso que sentia medo quando encarava o precipício... cheia de buracos, pedras, estreita e ainda beirando o abismo... 
A estrada já foi interditada várias vezes... Encontramos um acidente sério, este carro que precisou ser guinchado... Se alguém pretende ir por lá, veja primeiro esse vídeo (1m22) que achei no youtube http://youtu.be/q_dAOoT3G70

2 comentários:

m.Jo. disse...

Olímpia,
Você precisa ver as cerâmicas de Cunha: Mário e Mieko, Cidraes, Toledo, Carvalho e Sandra Bernardini.
E outros.
Valem a viagem.

olimpia disse...

m.Jo.
suas dicas chegaram na hora certa
temos visitas de Brasília, uma delas é ceramista ... agora já sabemos onde ir.
Valeu!!
bjs