Que livro você levaria para uma ilha deserta? (G. K. Chesterton)
Gilbert Keith Chesterton é um escritor inglês do início do
século XX, considerado pela crítica como um dos maiores
criadores de histórias policiais de todos os tempos — ao lado de Agatha
Christie, Arthur Conan Doyle e Edgar Alan Poe. Louvado por autores-monstros como o argentino Jorge Luis Borges (para quem ele fazia "um milagre a
cada parágrafo"), Chesterton teve uma carreira intelectual profícua e
diversificada: foi contista, romancista,
caricaturista, jornalista, humorista, polemista e biógrafo.
Achei divertido ler o que Borges escreveu sobre a biografia de Chesterton: "Gravemente observar que de todos os livros de Chesterton o único que não é autobiográfico é o livro Autobiografia. Não é um paradoxo muito memorável, mas é quase a pura verdade".
Do seu leque de personagens, o que lhe rendeu fama internacional foi o Father Brown, dublê de padre e detetive, conhecedor da maldade e dos
labirintos da alma humana. O preferido de Borges... "Como
livro inicial e de iniciação, eu indicaria, antes, qualquer dos cinco
volumes da Gesta do Padre Brown".
Um dia perguntaram a Chesterton qual o livro que ele levaria para uma ilha deserta em alto mar, caso lhe acontecesse estar num navio que fosse a pique. Provocador, o prosador deu uma resposta
desconcertante para uma pergunta que poderia
ser embaraçosa e difícil para alguém que supostamente devorava livros como
quem saboreia petit gateaux ou espumas. A resposta mais comun costuma ser A Bíblia ou outro livro sagrado. Alguém poderia pensar em Robinson Crusoe, talvez A Ilha do Dr. Moreau,
de H. G. Wells ou ainda a volumosa enciclopédia. Os modernos desejariam um tablet e o baixaki correndo o risco de só encontrar rede furada.
Chesterton não raciocinou nem como erudito nem como místico: confiou na lógica e deu a resposta que lhe parecia evidente: um manual de construção
de botes.
3 comentários:
Boa, essa.
Eu me me vi às voltas com dilema parecido quando fui morar em Angola. Escolhi Fernando Pessoa: bússola para os descampados da alma.
Oi Mazé:
Seu comentário veio dobrado, acabei de excluir o duplo, só por mania de "organizar", rsssss
Dá pra notar que andou lendo Fernando e seus heterônimos, hehehehe...
Acho que sua escolha para Angola foi perfeita
Pelo meu lado... tenho horror a esta pergunta!
bjks
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