Num dia impreciso deste verão, meu marido e eu começamos a comentar com os amigos sobre a possibilidade de deixarmos Santo André da Bahia para residir em Paraty, a pequena cidade colonial do litoral fluminense. Os motivos para uma e outra decisão são de natureza intrincada, não importam, na verdade. O fato que desejo ressaltar é que teve início um curioso e animado ritual de despedidas, onde o aspecto mais destacado foi a rapidez com que tudo aconteceu. Fomos prevenidos, com dois dias de antecedência, para estar no “Bar do Rio” (um ponto de encontro lá do povoado), naquela quarta-feira, oito horas da noite de verão estrelada. Não nos contaram tudo, foi uma surpresa, uma festa!
Uma festa onde ocorreu a estréia do novo grupo de dança local, provisoriamente intitulado “Fridão e as Bailarinas”. A professora do grupo é a Marília Viegas, uma pessoa com talento para puxar o talento do outro; fez um trabalho admirável nesta última temporada. O Fridão não é o único homem a participar das aulas de dança e hidroginástica: o Dieter da Rosângela, o Mazinho e outros também dão seus passinhos. Só que o Fridão tem a particularidade de executar o o ritmo sincopado da dança como Fred Astaire faria, se fosse alemão, vivo estivesse, e morasse na Bahia. Quanto às alunas, bem, elas são de natureza risonha, não são exatamente jovens e parecem estar levando uma vida divertida e criativa, nessa altura da quilometragem.
O pessoal se apresentou no salão vazio do bar-restaurante; na hora do show as mesas foram retiradas para criar um palco. Eles conseguiram levar a coreografia até o final! O público vibrava... rsrsrs.
Uma conquista individual e coletiva de um grupo heterogêneo formado por dançantes do Brasil, Itália, EUA, Alemanha, França, Argentina... Lá em Santo André a gente tem o hábito de apresentações, acho que este costume foi gerado a partir das ações culturais das ONGs locais que promovem espetáculos e outras manifestações culturais. As apresentações de Santo André se tornaram eventos que fazem parte da identidade e do calendário do povoado.
Depois vieram as brincadeiras – ganhamos um guarda-chuva para casal e duas capas individuais de plástico para nos lembrar, sutilmente, que em Paraty chove mais do que em Manaus. Alguém murmurou qualquer coisa sobre o Repelex para os borrachudos e o bote salva-vidas para as inundações -- parece que em Paraty é um fenômeno corriqueiro.
Outro presente foi um par de lençóis brancos onde os amigos escreveram mensagens carinhosas de despedidas... (obrigada!). Também ouvimos canções de adeus entoadas no violão e poesia. Tipo sarau, adorei.
Voltamos para casa com o peito cheio de emoção, felizes com tanta demonstração de carinho e ao mesmo tempo ligeiramente atônitos com o desenrolar dos acontecimentos.
Uma conquista individual e coletiva de um grupo heterogêneo formado por dançantes do Brasil, Itália, EUA, Alemanha, França, Argentina... Lá em Santo André a gente tem o hábito de apresentações, acho que este costume foi gerado a partir das ações culturais das ONGs locais que promovem espetáculos e outras manifestações culturais. As apresentações de Santo André se tornaram eventos que fazem parte da identidade e do calendário do povoado.
Apresentação do Centro de Convivência e Cultura - no Campo de Santo André |
Outro presente foi um par de lençóis brancos onde os amigos escreveram mensagens carinhosas de despedidas... (obrigada!). Também ouvimos canções de adeus entoadas no violão e poesia. Tipo sarau, adorei.
Jean-François e Gemma, uma moça inglesa que foi residir em Santo André recentemente |
Depois de uma festa de despedida deste porte, o jeito é a gente fazer as malas e embalar as panelas. Não dá mais pra se arrepender...
2 comentários:
Paraty? Hummmm......
"A volta dos que não foram [ainda]" ou "A volta dos que não foram e não vão mais?"
Bjks
MJ
Só Deus sabe, MJ...
rsss
bjs!
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