Ontem à noite eu refletia sobre a dificuldade de se trabalhar com entretenimento.
Trabalhar, direis, ora, ora, pois, pois, então ver e passar filmes é trabalho? É, sim, e como! Manter o equipamento de exibição em ordem – transportar, montar, operar, os consertos, comprar, assistir e selecionar os filmes – tudo isto embute um tempo escondido dentro da tela, quando, às vezes, tudo o que se deseja é ir à praia ver o vento mover as ondas do oceano ou ondular a folhagem das árvores.
Nem sempre é desejável ficar no escurinho do cinema quando a luminosidade de fora perpassa pelas frestas das persianas.
Mas, enfim, lá fomos nós, Cláudio e eu, para mais uma sessão de sábado à noite no Casapraia. Pensávamos que com a vila quieta e ainda em baixa estação, a platéia seria a mais íntima possível, aquela meia dúzia de tarados por cinema a qual já nos afeiçoamos tanto, então levamos um filme difícil, como bem explica a crítica no post acima.
Qual não foi nossa surpresa, de repente, não mais que de repente, a casa encheu. O jovem casal, recém-chegado para morar em Santo André, o sobrinho do amigo italiano, o casal de Arraial de Ajuda com a filha, os novos baianos que aportaram este ano, um casal de hóspedes do Guiau, o povoado vizinho, e nós, os de sempre.
Respirei fundo e lamentei internamente não termos levado um filme mais tradicional. Esse pessoal prefere filme de ação, pensei... E ação, definitivamente, não é o caso da Stellet Licht, o título original da película. Também não tem roteiro dinâmico, cortes contínuos, reviravoltas a cada quadro, música pop, montagem pós-moderna...Ainda por cima, um dos temas principais é o tempo, quer algo mais metafisico?
Trabalhar, direis, ora, ora, pois, pois, então ver e passar filmes é trabalho? É, sim, e como! Manter o equipamento de exibição em ordem – transportar, montar, operar, os consertos, comprar, assistir e selecionar os filmes – tudo isto embute um tempo escondido dentro da tela, quando, às vezes, tudo o que se deseja é ir à praia ver o vento mover as ondas do oceano ou ondular a folhagem das árvores.
Nem sempre é desejável ficar no escurinho do cinema quando a luminosidade de fora perpassa pelas frestas das persianas.
Mas, enfim, lá fomos nós, Cláudio e eu, para mais uma sessão de sábado à noite no Casapraia. Pensávamos que com a vila quieta e ainda em baixa estação, a platéia seria a mais íntima possível, aquela meia dúzia de tarados por cinema a qual já nos afeiçoamos tanto, então levamos um filme difícil, como bem explica a crítica no post acima.
Qual não foi nossa surpresa, de repente, não mais que de repente, a casa encheu. O jovem casal, recém-chegado para morar em Santo André, o sobrinho do amigo italiano, o casal de Arraial de Ajuda com a filha, os novos baianos que aportaram este ano, um casal de hóspedes do Guiau, o povoado vizinho, e nós, os de sempre.
Respirei fundo e lamentei internamente não termos levado um filme mais tradicional. Esse pessoal prefere filme de ação, pensei... E ação, definitivamente, não é o caso da Stellet Licht, o título original da película. Também não tem roteiro dinâmico, cortes contínuos, reviravoltas a cada quadro, música pop, montagem pós-moderna...Ainda por cima, um dos temas principais é o tempo, quer algo mais metafisico?
Pesa, ainda, a responsabilidade para com os donos da casa, que nos deixam à vontade para traçar a nossa diminuta curadoria.
Na próxima encarnação quero trabalhar em área mais tradicional, quem sabe no Banco Central, lá no Planalto Central.
De alívio, só saber que “o mestre” adorou. E ainda ilustrou minha ignorância sobre a aparição de um chansonnier francês em determinada sequencia do filme: aquela onde as crianças assistem, em companhia de um fulano surgido do nada, um musical na TV em preto em branco, dentro de um furgão da fazenda. Quando assisti o filme em São Paulo, pela primeira vez, fiquei curiossíma para saber quem seria o cantor, pensava que era o Boris Vian. Pesquisei em mil sites, inclusive em inglês e francês: nada. Perguntei ao mestre, meio sem esperança, e a resposta foi imediata: Jacques Brel, compositor de Ne me quite pas. E ainda sabia a vida toda do cara. Pois é, internet pra quê, se temos fonte local.
Para compensar, hoje quero um dia bem baiano: comer goiamum na barraca do Léo no Guaiú, ver Regina e Maria Nilza, depois ir para o aniversário de Stefano Arosio, na casa do Giampi em Mojiquiçaba, conversar com o povo todo, e, quem sabe, até ouvir axé.
Na próxima encarnação quero trabalhar em área mais tradicional, quem sabe no Banco Central, lá no Planalto Central.
De alívio, só saber que “o mestre” adorou. E ainda ilustrou minha ignorância sobre a aparição de um chansonnier francês em determinada sequencia do filme: aquela onde as crianças assistem, em companhia de um fulano surgido do nada, um musical na TV em preto em branco, dentro de um furgão da fazenda. Quando assisti o filme em São Paulo, pela primeira vez, fiquei curiossíma para saber quem seria o cantor, pensava que era o Boris Vian. Pesquisei em mil sites, inclusive em inglês e francês: nada. Perguntei ao mestre, meio sem esperança, e a resposta foi imediata: Jacques Brel, compositor de Ne me quite pas. E ainda sabia a vida toda do cara. Pois é, internet pra quê, se temos fonte local.
Para compensar, hoje quero um dia bem baiano: comer goiamum na barraca do Léo no Guaiú, ver Regina e Maria Nilza, depois ir para o aniversário de Stefano Arosio, na casa do Giampi em Mojiquiçaba, conversar com o povo todo, e, quem sabe, até ouvir axé.
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