O vôo para São Paulo foi retardado pelo pé-d’água que desabava sobre Porto Seguro e impediu o avião da TAM de pousar. As horas de atraso foram compensadas pelo simples fato de estarmos num aeroporto, um espaço tão adorável quanto uma estação de trem ou um cais de porto. Viagens: um prazer sempre renovado. A alegria de reencontrar o Caio, o Antônio, os amigos de Santo André da Bahia que moram na capital. Abrir os cadernos culturais e sentir vertigem só de passar os olhos pela lista de atrações da temporada artística.
Comecei meu roteiro na Pinacoteca com as Aventuras das Linhas de Saul Steinberg, o mais famoso, o mais paradoxal e ao mesmo tempo o mais humano dos desenhistas humorísticos surgidos da arte moderna. Um escritor que desenhava contos com linhas e outros elementos gráficos. Conheci-o nas páginas da revista The New Yorker. Saí com um sorriso no rosto: seus desenhos, aparentemente simples, são lindos e divertidos.
"Vista do mundo a partir da Nona Avenida" lápis, tinta, lápis de cor e aquarela sobre papel. Para uma capa da The New Yorker, de 1976. A imagem é uma forma bem humorada de mostrar como os habitantes de New York enxergavam o mundo.
Um comentário do Veríssimo diz que "Steinberg gostava de produzir papéis pseudo-oficiais – diplomas, certificados de premiação, passaportes completos – para os amigos, caprichando nas assinaturas pomposas e nos carimbos ininteligíveis. Era a sua maneira de ironizar o mundo protocolar e o oficialismo repressivo da época. Gostava de contar que tinha se tornado “Dottore in Architetura” em 1940 sob o regime fascista, e que no seu diploma, concedido em nome de Victor Emmanuel III, rei da Itália e da Albânia e, graças a Mussolini, imperador da Etiópia, estava escrito “Steinberg, Saul… de razza Ebraica”.
Um comentário do Veríssimo diz que "Steinberg gostava de produzir papéis pseudo-oficiais – diplomas, certificados de premiação, passaportes completos – para os amigos, caprichando nas assinaturas pomposas e nos carimbos ininteligíveis. Era a sua maneira de ironizar o mundo protocolar e o oficialismo repressivo da época. Gostava de contar que tinha se tornado “Dottore in Architetura” em 1940 sob o regime fascista, e que no seu diploma, concedido em nome de Victor Emmanuel III, rei da Itália e da Albânia e, graças a Mussolini, imperador da Etiópia, estava escrito “Steinberg, Saul… de razza Ebraica”.
O desenho acima é uma "página do diário perdido de Rimbaud", totalmente fictício. Foi fabricado na prancheta de Steinberg.
O pessoal que trabalha com moda adora o modo como ele representa as roupas, chapéus e sapatos em seus trabalhos. Steinberg ria das madames em desfile...ironia, uma marca |
"Bucareste" (detalhe) |
3 comentários:
spotoMaravilhoso, o traço desse artista. Seu blog é 10.
O trabalho desse artista é maravilhoso, seu blog idem.
Oi Tonho!
alegro-me em saber que gostou do Steinberg... Você e a Mercedes precisam vir curtir um pouco de São Paulo...
abração,
olimpia
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