quinta-feira, 26 de junho de 2014

o sol da meia-noite e a hidrelética de Belo Monte

Irmão Sol, Irmã Lua

Meus dois filhos jamais estiveram tão geograficamente afastados como hoje: a mais velha está na cidade de Tromso, no extremo norte da Noruega – perto do Polo Norte. Vai participar da Maratona do Sol da Meia-Noite que acontece hoje, em pleno círculo polar ártico. Tromso foi a porta de entrada para as expedições que se aventuraram no mundo do gelo e da neve. O explorador Roald Amundsen, primeiro homem a alcançar os polos Sul e Norte, viveu durantes meses na cidade.
Não será fácil, faz frio, e chove.
O mais jovem é um dos engenheiros que está trabalhando para construir a terceira maior hidrelétrica do mundo, em Belo Monte, no Pará, à margem do Rio Xingu – próximo à linha do Equador.
Não é fácil, os alojamentos são espartanos, as jornadas de trabalho são intensas (6 dias por semana, às vezes, sete), é a época da seca, e o calor, escalda.
Estou aqui na torcida -- num saudoso Trópico de Capricórnio.

terça-feira, 10 de junho de 2014

Que estranho chamar-se Federico



 “Um álbum que reúne fotografias, recortes, flores secas e até mesmo uma mosca imprensada entre as páginas”: é assim que Ettore Scola descreve seu último filme “Que estranho chamar-se Federico”.  O diretor octogenário volta ao passado para contar um pouco de sua infância, sua amizade com Fellini desde o tempo de “artista de jornal” , como a obra do mestre de Rimini esteve presente em toda sua obra e como marcou definitivamente o cinema italiano e  mundial. Filmado inteiramente no Estúdio 5 da legendária Cinecittà, onde  Fellini criou a maior parte de sua obra,  Scola faz um  “retrato cubista” de Fellini.
No início o espectador se depara com o jovem Federico (então com 19 anos) chegando à redação do jornal humorístico romano “Marco Aurélio”, onde não apenas escreveu, mas se tornou “ghost writer” de seus colegas. Cinco anos mais tarde, seria a vez do próprio Ettore chegar à redação com seu portfólio debaixo do braço. Foi assim que começaram a amizade que perduraria pela vida. Ambos tinham o gosto pelo design, frequentavam os mesmos bares e tinham um grande amigo comum – Marcello Mastroiani, o ator predileto desses dois grandes diretores da “italianice”.  Essa convivência permite a Ettore aprofundar o retrato das manias do amigo. Quando tinha insônia Federico entrava em seu automóvel e fazia longos passeios noturnos pelas ruas de Roma em busca de sono e de inspiração, dando caronas a desconhecidos que abordava nas ruas. Em uma das cenas mais emblemáticas entra no carro a prostituta Wanda cujas desgraças lembram a personagem imortalizada pela atriz  Giuletta Massina, em “Noites de Cabíria”.  
Palhaços, mágicos, mulheres de seios fartos, figuras bizarras, os cinco Oscars que Fellini ganhou, tudo é relembrado através de pedaços de filmes, entrevistas, a música de Nino Rota.    Até a capacidade de Federico para reinventar suas memórias, como visto no documentário  “Fellini: sou um grande mentiroso”.  Gostava de contar, por exemplo, que aos 5 anos tinha fugido de casa para se juntar à trupe de um circo o que nunca aconteceu.
Gostei especialmente da montagem no final do filme, feita a partir de imagens das obras-primas de Fellini. Uma homenagem apaixonada que faz o espectador nem tanto “entender” Fellini, mas experimentar um pouco de sua fabulosa imaginação.

segunda-feira, 2 de junho de 2014

Frida Kahlo

O quadro da esquerda - "Autorretrato com vestido de veludo" - foi o primeiro da série feita por Frida Kahlo para contar, através da pintura, um tanto de sua atribulada vida. À época ela estava com 19 anos; fez para o amante, Alejandro Arias. O quadro da direita é o célebre "Autorretrato com colar de espinhos e beija-flor". O olhar de Frida sugere tanto seu sofrimento quanto sua tenacidade - as libélulas e as borboletas ao redor de sua cabeça são símbolos de esperança e renascimento.
O beija-flor pendurado em seu colar é um símbolo mexicano de sorte no amor. No entanto, o pássaro está morto.  Talvez devido à sua atormentada relação com Diego Rivera: ambos tiveram amores extraconjugais e se separaram diversas vezes. Frida teve um caso durante mais de um ano com o revolucionário russo Leon Trostky, enquanto Rivera namorou Cristina, a irmã de Frida. Os dois quadros e outros 40 retratos e autorretratos fazem parte da exposição que está no museu Scuderie del Quirinale, em Roma. Traz ainda uma coleção de fotografias do cotidiano de Frida e fragmentos de seu diário, cheio de ilustrações e mensagens poéticas onde expressa sua vontade de morrer: 
 " Espero alegre a saída e espero não voltar jamais".
Ave, Frida, descansa em paz..

Geraldo Alckmin e a falta d´água em São Paulo


José Mujica, Presidente do Uruguai















"Todo vício é uma praga, menos o amor."