sábado, 27 de fevereiro de 2010

Santa Cruz Cabrália

Ao abrir a caixa de correio hoje encontrei duas mensagens relacionadas.
A primeira do nosso misterioso To de olho na cidade, diz assim:
"Hoje o prefeito, Jorge Pontes, foi notificado a readimitir alguns funcionários que conseguiram uma liminar em Salvador. O oficial de justiça notificou o Prefeito, na câmara municipal de vereadores, este por sua vez terá que cumprir a ordem judicial imediatamente."
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A outra é da Mikie, uma pessoa estimada e respeitada aqui no povoado. Coloco aqui porque ela me disse que tentou colocar como comentário ao blog, mas não deu certo
"Oi Olímpia, eu também tenho recebido estes e-mails. O tom deste enviado a você é de alguém que escreve com a alma e é difícil acreditar que a mesma pessoa que nutra tamanha estima pela nossa querida Maninha e pelo nosso povoado seja a mesma, incapaz de assinar o que escreve. São feitas denúncias a pessoas que conheço há 25 anos, algumas eram crianças quando cheguei a Cabrália. Difícil acreditar. Por que não questionar o Prefeito diretamente? Se existem provas concretas, porque não utilizar os meios legais? As irregularidades devem ser denunciadas e não somente a título de estardalhaço, mas de cidadania e justiça. Abraço. Mikie"
(Obrigada, Mikie, por partilhar conosco a sua sempre sensata opinião.)

tristezas de um livreiro


Achei este relato no blog Poesia incompleta, cujo dono é português e dono de uma livraria.
"Senhora com um ar-de-doida-recentemente-solta-do-hospício
- Bom dia, tem algum livro de John Kelly?
Livreiro um-tudo-ou-nada-esmagado-diariamente-pela-enorme-ignorância
- Não tenho, infelizmente, mas posso procurar alguma referência.
Senhora com um ar-de-doida-surpreendida-pela-clamorosa-falha
- Não tem? Então mas fizeram agora um filme sobre ele e você não tem?
Livreiro um pouco mais aliviado
- Ah, esse, creio que se chama John Keats.
Senhora com ar-de-doida-feliz
- Sim, é esse mesmo.
Livreiro: De momento, não tenho nada, mas vou encomendar. Quer deixar-me um contacto?
Senhora:
Não, compro noutro sítio. Como é que disse que ele se chama? John Kitty?"
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A graça está no trocadilho com a palavra inglesa kitty, muito usada para chamar os gatinhos, lembra a domesticididade de uma modorrenta vida de classe média. É isso, as mulheres confundem facilmente um grande poeta com um animal de estimação. Ou com um desenho japonês, o Hello Kitty.
(mesmo assim, achei engraçado)
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(às vezes penso que o mundo prefere mulheres assim (eternas loiras-burras)

Paulo Coelho na Espanha



Na edição espanhola do último livro do Paulo Coelho, alguém trocou as letras do nome do escritor brasileiro...A editora deve ter tido um baita prejuízo.
A estória é passada no bastidores do Festival de Cannes, baseada nas próprias experiências do autor (de novo!) que segue um assassino em série no meio dos produtores, starlets, cineastas etc

A biblioteca de Babel

A biblioteca de Babel é um conto metafísico de Borges que se acha inserido no livro Ficções, de 1944. Fala de uma realidade em que o mundo é constituído por uma biblioteca infindável, contendo todas as possibilidades de realidade.
Um bibliotecário de gênio descobriu a lei fundamental da Biblioteca: todos os livros continham os mesmos elementos -- as letras do alfabeto, além do espaço do ponto e da vírgula. Também percebeu um fato confirmado por todos os viajantes: não havia dois livros idênticos, a Biblioteca é total e suas galerias e hexágonos registram todas as possíveis combinações de todas as letras em todos os idiomas. Tudo mesmo: a história detalhada do futuro, as autobiografias dos arcanjos, milhares de catálogos falsos (e a demonstração da falácia desses catálogos), os evangelhos (e seus comentários), a versão de cada livro em todas as línguas, enfim, qualquer coisa que você possa imaginar, inclusive o livro de sua vida, letra por letra. E outro que registra seus pensamentos. Estão lá, em algum livro ou em alguns bilhões deles. Vale a pena procurá-los?
Quando entro em uma livraria, costumo lembrar deste conto para me acalmar, porque a visão de muitos livros me dá sempre uma certa ansiedade, pois sei que em termos quantitativos de nada adianta ler um livro ou um milhão de livros, qualquer número será infinitamente pequeno diante da quantidade total. É um sentimento de impotência parecido com aquele do personagem interpretado por Sean Connery em O nome da Rosa, quando ele sai do incêndio carregando alguns poucos livros -- o resto foi todo consumido pelo fogo. No filme (e no livro de Umberto Eco que deu origem ao filme), a biblioteca e o bibliotecário cego são uma clara homenagem à Borges.
Hoje em dia se fala que a Biblioteca de Babel é a internet. Não é infinita, mas é suficientemetne grande para parecer.

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Santo André - nova página na Web


Vocês devem estar lembrados de uma oficina de danças promovida pela Vivian, em 2009. O evento trouxe muitas estadunidenses para Santo André ,tanto que à época apelidamos a Vila de Vicki Cristina Barcelona.
Vai acontecer novamente, veja na página da Vivian Lee, aqui.


você conhece o chatroulette?

É um serviço de videochat, disponível na internet. Não precisa fazer cadastro, é só entrar, ligar a webcam e tem a possibilidade de entrar e se conectar com qualquer pessoa, ao acaso. Se não gostar do que aparece na tela é só clicar "next". O jornalista Victor de Martino experimentou, abaixo as impressões dele

"Para produzir a reportagem "Site que conecta pessoas aleatoriamente vira mania na internet", passei cerca de noventa minutos conectado ao Chatroulette. Para falar a verdade, gastei boa parte desse tempo me reconectando ao serviço, porque ele caia constantemente.
Durante o tempo em que permaneci efetivamente ligado ao sistema, sofri bastante para conseguir falar com alguém. A maioria dos usuários aperta o botão "Next" em frações de segundo, sem nem ao menos lhe dar a chance de se apresentar.
O fato de ser homem e ter 28 anos não me favoreceu em nada, pois, como dito na matéria, a maior parte do público do Chatroulette tem cerca de 20 anos e é homem, ou seja, só quer se comunicar com as mulheres.
Nem mesmo meu crachá da BBC, que deixei constantemente diante da webcam para demonstrar que era um repórter em busca de uma entrevista, parecia capaz de atrair colegas virtuais.
Essa sensação de ser rejeitado virtualmente é bem esquisita. Imagino que para um adolescente em fase de auto-afirmação essa experiência inicial do Chatroulette possa ser devastadora.
Nesse processo de rejeição instantânea, eu conseguia apenas vislumbrar meus companheiros de Chatroulette. Muitos asiáticos. Muitos mesmo.
Ficaram na minha memória as imagens de um cara usando a máscara daquele psicopata assassino do filme "Pânico" e exibindo uma faca de mentira; uma garota que estava deitada na cama, coberta até a altura dos olhos; um grupo de jovens negros vestidos de mulher; e uma adolescente que deveria ter no máximo uns 12 anos."

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

para onde vai o povoado?


Há poucos dias alguém comentou que o Rede Furada tem um viés para o lado bom e bonito da Vila de Santo André. É provável. No que tange ao foco do blog as mudanças foram se instalando como se tivessem vontade própria. No início eu gostava de colocar notícia sobre economia, política etecetera, depois fui abandonando porque nessas searas existem dezenas de blogs feitos por excelentes profissionais. Agora me restrinjo a mencionar fatos bombásticos como a prisão do Governador Arruda e sua gangue ou situações trágicas como a recente dissolução de um país (Haiti). Meras vinhetas, pois para as análises profundas existem os especialistas. Literatura, cinema, família, tecnologia, comportamento, moda e outros são recorrentes, principalmente pinturas. Adoro quadros porque as imagens contam histórias interessantes e muitas são estupendas em beleza, primor técnico, ou originalidade do tema. Sempre que possível, passo horas aprazíveis (mesmo o dia todo) dentro de um bom museu contemplando óleos sobre telas. Acrílico sobre papéis. Instalações. Fotografias. (portanto, adoro mexer com as imagens deste e de outros blogs).
Entretanto o assunto que mais dá liga a esta página que ora pode estar na sua tela ora pode estar apagada, é mesmo a povoação onde vivo, o Santo André da Bahia. Estou consciente da miopia do olhar individual, mas de forma alguma me sinto morando no Éden, nem acho que todo mundo aqui é gente boa. Muitas vezes falo de coisas tristes que ocorrem no povoado através de uma imagem ou poema que expressam dores universais. Como em qualquer lugar aqui tem assuntos polêmicos, inclusive àqueles de meio-ambiente. Basta lembrar o bafafá que envolveu a festa do réveillon na Praia das Tartarugas. Recebi uma mensagem anônima, de “To de olho na cidade” onde – entre vários assuntos – comenta a venda da fazenda da Dona Rita e o loteamento que está surgindo em seu lugar, com desmatamento irregular, tanto que o primeiro comprador, um espanhol, ainda não conseguiu a licença da Prefeitura para construir. Ora, para eu me posicionar sobre isto precisaria fazer todo um trabalho investigativo senão vira denúncia vazia... só que não sou repórter, nem trabalho no Ibama. Esta semana, por acaso encontrei alguém da família na praia, e resolvi perguntar. A resposta pareceu-me franca e sincera houve um erro inicial, mas já estamos resolvendo, tanto que o Luciano, funcionário da Prefeitura, está fazendo um trabalho no local para determinar o que se pode e o que não se pode vender.
E por falar no missivista anônimo: estamos nos divertindo tentando descobrir sua identidade, as teorias são ótimas! (existe um detetive dentro de cada morador). Uns acham que é mulher, outros que é homem. Parece certo que mora em Cabrália. E deve ser um tanto coroa já que nutre paixão por Maninha há mais de 30 anos.
Por outro lado, algumas atitudes danosas são bem evidentes, inequívocas até, como a MANCHA MARROM que a chalana da CVC vai deixando como um rastro na água à medida que avança no rio João de Tiba. A gente estava almoçando no Gaivota quando o Cláudio me chamou a atenção. Não se trata de areia revolvida pelo casco do barco, nem água turva pela chuva (faz tempo que as chuvas deixaram de freqüentar Santo André) era na parte mais profunda, bem no canal. Uma coisa nojenta, de sujeira de motor ou, pior, das latrinas químicas da embarcação. E pelo tamanho da multidão – as escunas e chalanas têm passado apinhadas, ultimamente – o dinheiro que deve estar entrando no cofre da CVC não é desprezível. Desprezível é esta atitude de descaso com a saúde da população local e dos próprios turistas. Até quando?
Talvez este seja um tópico para a Associação dos Moradores debater, com quem de direito. Sábado próximo teremos a eleição – infelizmente só se apresentou uma chapa até agora – para uma nova diretoria da AMASA. Uma amiga de Santo André comentou sobre a falta de esperança neste processo. Entendo este sentimento de cansaço, afinal a Associação dos Moradores foi criada há uns 15 anos e não tem sido muito bem sucedida até agora. Há argumentos contrários onde se enumera algumas lutas e conquistas.
Acho que a maturidade chega bem devagarzinho, para as pessoas e para as instituições. Quem sabe agora não é a hora e a vez da AMASA?
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foto de Cláudia Schembri

curtinhas

Sexta-feira próxima exibiremos o primeiro filme da Sofia Coppola, no Casapraia (As virgens suicidas). Não perca, se estiver por aqui. Às oito e meio, digo, oito e meia.
Ontem na sessão do Cine Cajueiro foi emocionante ver o quanto as crianças e jovens gostaram do ET de Steven Spielberg, um presente do Davide, trouxe de Salvador uma cópia dublada. Com quase 30 anos, o filme não prometia, eu pensava que todos já tinham visto na TV. Errado, apenas 2 meninos haviam assistido. A maioria dos adolescentes questionando “ah que tipo de filme é este” e “humpf, deve ser chato”. Só foi a fita começar a desenrolar e a magia entrou no ar – é impossível resistir ao charme do monstrinho. Riam muito ou ficavam concentrados, respirando curto. Na cena que o ET foi se despede do menino Elliot alguém desatou a chorar, foi a Ellen, filha de Joílson, a bichinha ganhou um abraço porque começaram a rir dela (“chorona, chorona...”).
Pelo jeito, na regra dos meninos daqui, homem não chora, mas mulher também não.

mensagem para minha neta

Você nem imagina como pensei em você naquela noite de cinema do Casapraia, você apareceu linda na minha mente quando ouvi uma espectadora sussurrar “Chloe, venha para cá.”
Era uma jovem, mais ou menos da idade de sua mãe, falando com a filha dela. Comentei que tenho uma neta com este nome e – pasme! – uma terceira mulher da platéia veio para junto de nós dizer sobre a filha dela que também se chama ...Chloe.
Contou-me que o nome está na moda, já é o sexto na preferência das estadunidenses.
Vamos fundar uma comunidade no Orkut as Chloes de Santo André.
Chloe, venha para cá.

ganhei fotos de presente

de Paloma, minha vizinha-mirim, alguns aninhos atrás
do par mãe-e-filha mais bonito do pedaço (estas duas primeiras, presentes da Vera Zippin)
as netas da Wally neste último verão de Santo André
e dois dias depois, já na Alemanha
uma passageira clandestina que foi na bagagem dos sapatos (de Santo André até a Alemanha)
as netas, e a barata na neve, presentes de Wally
e esta do Rene Maltese... (obrigada!)

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Eleições da AMASA

A primeira chapa para concorrer às eleições da Associação dos Moradores de Santo André (AMASA) no próximo sábado, dia 27.2. já está formada, com a seguinte composição:
Célio (para Presidente), Messias, Carlinhos, Otomar, Welton, Leonardo, Míriam, Paulo Maciel (Conselho Diretor). Para o Conselho fiscal, apresentaram-se os seguintes candidatos: Sílvia, Juraci, Mazinho,Nélson Zippin, Maria D' Ajuda, Renilsom

A casa das 7 mulheres ou o Ocaso das 7 musas

(Fernande, esquerda)


Foram sete as mulheres que fizeram a cabeça de Picasso, um homem de paixões intensas e talento inatural, que teve a vida marcada pela genialidade e pelo fascínio pelas mulheres. Como se sabe, nos quadros do amor o pintor foi um caso à parte, um tipo de superstar da época, disputadíssimo pelas damas e outras senhoras, o que vamos e venhamos era uma maravilha para seu decantado priaprismo.
(retrato de Olga, à direita, em cores)

Do signo de escorpião -- um animal tão intenso no abraço quanto na ferroada – Picasso foi um amante insensível e despreocupado com os sentimentos das mulheres, mesmo vivendo uma relação intensa ao se apaixonar por outra descartava a antiga sem pestanejar. Dora Maar repetia que Picasso utilizava a mesma técnica de conquista, dizendo coisas como “Sabe que antes de você nascer eu já havia pintado seu rosto? ou “Quando você anda pelas ruas não lhe dizem que parece um quadro de Picasso?”
Fernande Olivier, a primeira musa (1904 a 1912)
Viveu com ele durante os anos de pobreza e boemia. No livro “Na cama com Picasso” ela é descrita como “alta, bonita, cabelos ruivos e fartos, olhos verdes amendoados e um corpo que lembrava o das esculturas gregas. Nádegas belíssimas, era a própria Vênus calipígia. Vestia-se com elegância, portava-se como uma senhora, expressava-se em um francês refinado.”
Fernande era uma modelo exuberante, tinha 26 anos e costumava posar nua – conheceu Picasso em seu atelier, o Bateau-Lavoir, uma antiga fábrica desativada. Passaram a viver juntos no outono de 1905 até 1912 ano em que ela tomou a decisão de deixá-lo porque ele já se mostrava ausente na relação. Ela nunca se recuperou da separação. Morreu solitária e na miséria, em 1956. Fernande foi a amante que influenciou a passagem da fase azul, período em que a melancolia e a morte tingem os trabalhos do artista, para a fase rosa. Foi ela que lhe proporciounou estabilidade para experimentar novas cores e novos temas.
A vez de Eva (1911 a 1915)
Conheceram-se no circo Médrano, em Paris, em torno de 1910. Eva era delicada, introvertida e casada com um pintor polonês, a quem logo abandonou para viver com o pintor espanhol, sem vínculos legais.Nunca posou para ele, mas há inscrições em alguns quadros cubistas de frases como “J’aime Éva” e “Pablo/Eva” . A coitada morreu de câncer e tuberculose quando ainda morava com Picasso deixando-o arrasado.
A próxima foi Olga Koklova (1917 a 1935)
Nascida na Ucrânia, Olga era uma mulher ruiva de olhos verdes, muitas sardas e bastante ciúme. O pintor a conheceu durante uma passagem por Roma da companhia de balé russa de Sergei Diaghilev -- ela fazia parte do elenco de bailarinas. Casaram-se numa igreja ortodoxa em Paris e não viveram felizes para sempre, a relação foi repleta de brigas violentas. Tiveram um filho em 1921 (Pablo filho trabalhava como motorista do pai).
Fútil e ambiciosa, Olga incentivou-o a freqüentar a alta sociedade parisiense. Com esta moça, filha de um coronel hussardo, o artista retomou a figuração e mergulhou no “discreto charme da burguesia” vindo a pintar retratos da aristocracia européia. Ela morreu de câncer em 1955, em um hospital de Cannes.
A quarta casa: Marie-Thérèse Walter (1927 a 1943)
Picasso conheceu essa linda garota de 17 anos, uma moça alta e loura descendente de suecos, em frente as Galerias Lafayette, uma das mais famosas lojas de departamentos parisienses. Tornaram-se amantes, embora nunca tenham vivido juntos, ele a visitava semanalmente. Dessa relação clandestina nasceu Maria de La Concepcion, apelidada de Maya. Marcou uma fase lírica, surrealista e sensual na obra de Picasso – no auge da relação ele arredondou e suavizou os traços das mulheres que pintava. Embora o relacionamento deles tenha sobrevivido por 7 anos, após um breve entusiasmo inicial Marie-Thérèse se transformou numa sombra vaga. Enforcou-se em 1977, quatro anos após a morte de Picasso.
A quinta chamava-se Dora (1936 a 1944)
Morena de olhos azuis-claros e grossas sobrancelhas, seu nome verdadeiro era Henriette Theodora Markovitch. Chegou a viver um tempo na Argentina, com o pai, de nacionalidade iugoslava. Tinha brilho próprio como fotógrafa e figura mundana – era a musa dos surrealistas, amante do escritor Georges Bataille e amiga dos poetas Paul Éluard e André Breton – quando Picasso a avistou pela primeira vez numa noitada do Café Deux Magots em Paris.
Era uma noite de outono, ela estava sentada numa mesa a sua frente. Usava luvas pretas com bordados de rosas e se ocupava em cravar um pequeno canivete na madeira entre os seus dedos espalmados na mesa. Às vezes errava o alvo e aos poucos a luva foi se manchando de sangue. Picasso comentou com um amigo que a achava extraordinariamente bela. Mais tarde Picasso lhe pediu estas luvas e guardou-as numa vitrine junto com outros objetos.
Dora Maar se tornou uma amante alucinadamente apaixonada. Todos os dias esperava um sinal de Picasso em seu apartamento, sem aceitar outros convites, pois ele poderia telefonar convidando-a para sair. Os dois brigavam muito: Picasso gostava de acusá-la de infiel, insultava-a e zombava dela até levá-la ao pranto quando então calmamente puxava seus cadernos de notas e fazia esboços dela chorando. Nesta época ele ainda estava casado com Olga e continuava seu romance com Marie-Thérèse. A maioria dos retratos de Dora Maar mostra uma face distorcida, machucada, pintada em cores desarmônicas e tristes.
“São todas faces de Picasso, nenhuma é Dora Maar”, ela dizia. Um dos mais memoráveis retratos do artista é sem dúvida, o seu “Mulher chorando”, pleno de cores que desnorteiam o olhar: verde, vermelho, violeta, amarelo, azul... O lenço branco amarrotado se mistura com as lágrimas. O chapéu alegre dá a impressão que a mulher se fez bela numa expectativa de felicidade e agora está ali, exposta à visão de todo mundo, uma face em chamas e despedaçada pela emoção. É o rosto que aparece em Guernica, aquele da mulher que segura o filho morto, numa convulsão de dor. A face da mulher em pranto sem lágrima é a de Dora Maar.
Das mulheres do artista foi a que mais sofreu com a separação. Viveu sozinha em sanatórios e conventos até sua morte aos 90 anos.
A sexta foi Françoise Gilot (1943-1953)
Ela mesma uma pintora produtiva e talentosa, conseguiu manter uma relação familiar com Picasso durante dez anos. Tiveram dois filhos, Claude e Paloma. Tiveram um convívio sufocante – não deve ser nada fácil casar com um gênio. Em suas memórias, diz que foi manipulada e traída pelo marido.
A última: Jacqueline (1952 a 1973)
Picasso e Jacqueline Roque – uma mulher bonita de cabelos negros, olhos azuis e traços fortes – casaram-se secretamente e viveram juntos até a morte dele. Neste período, o artista trabalhou intensamente, inclusive sobre obras de Velasquez e Delacroix. Musa dos últimos anos, secretária e agente, foi retratada de forma obsessiva – nada menos que 163 quadros foram dedicados a ela.Jacqueline venerava o marido, ele era seu Deus e seu Sol. Não suportou a perda, em depressão profunda se suicidou com um tiro na cabeça em 1986.

sábado, 20 de fevereiro de 2010

tô de olho na cidade

Não sei quantos de vocês receberam emails com a assinatura tô de olho na cidade

As mensagens começaram a chegar esta semana, foram enviadas para uma extensa lista de destinatários, (a lista está aberta). Só que não sabemos quem está escrevendo... Usei a opção "responder" de meu email para tentar um contato e ontem recebi uma mensagem personalizada (abaixo)

"Olimpia

Seu BLOG é maravilhoso, porem tem outra característica, mostra o belo, a vida social de Santo Andre, as pessoas boas deste cantinho do mundo que eu tanto gosto. João Capador, a boca mais suja do vilarejo, e o melhor coração do local. Maninha, existe pessoa mais querida no mundo? Sou apaixonado por ela há 30 anos.

Você e Claudio que vieram para somar, trazem cultura para este canto perdido do planeta. Enfim, deu-me saudades das pessoas e momentos bons que passo aí, às vezes, não tanto quanto gostaria. Das Pizzas da Joyce, dos passeios de caiaques, das noites tranquilas de antigamente. Hoje bem perturbadas pelo barulho do som horrível das caixas de musica do Hotel CVC.

Santo Andre, te garanto, foi também melhor. Com a chegada do turismo, as coisas vão acontecendo. Umas boas outras ruins.

Fiquei muito triste com o fogo que no ano passado devorou a mata e o brejo do Acuba. Depois com a ganância, o despreparo, e a falta de cultura cívica dos proprietários, herdeiros de Dona Rita, que desmatam e derrubam arvores centenárias num dos lugares mais bonitos do lugarejo. Dona Rita nunca permitiria tal atitude, se estivesse viva. Ela, pessoa boa, não é culpada pelos desmandes dos filhos, ignorantes, preguiçosos e sem visão no futuro que infelizmente Deus lhe deu. Mesmo assim, Santo Andre é maravilhoso.Vamos continuar a lutar pela sua conservação, vamos tentar impedir que destruam. Meu abraço com carinho a todos que amam Santo Andre.

To de Olho na Cidade."

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resolvi colocar aqui no Rede Furada porque acho que os temas são pertinentes

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Yôga para adultos

O professor de yôga Léo Dourado voltou a dar aulas de yoga, agora na sede do IASA
As aulas acontecem às terças e quintas, das 9 às 10 horas da manhã.
A mensalidade é R$ 40, 00, para quem puder pagar
se não pode, converse com o Léo, ele dá um jeitinho

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

uma loira bem devassa

Peguei carona na idéia deste post aqui, no blog da Lô Politi, profissional de cinema e publicidade.
É amiga de Santo André, vem para cá faz anos.
Coprodutora do filme TRINTA (sobre o Joãozinho) exibido no Casapraia ontem, sob um céu estreladíssimo.
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O filminho do youtube (pouco mais de um minuto) é ótimo. Achei a escolha da música perfeita. A loira também(Paris Hilton).
http://www.youtube.com/watch?v=BGzwHAOMEZg

o que é isso, companheiro?

Como eu expliquei em post anterior, antes do carnaval, a última reunião de moradores daqui do povoado navegou em águas tranquilas.
Com quórum alto, inclusive a presença de jovens e pessoas que normalmente não frequentam as reuniões comunitárias e bom
nível de participação, podemos dizer que foi um sucesso.

Contudo...
as reuniões anteriores eram mais pitorescas

ilustração de Maria Eugênia

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

o carnaval em Santo André

Foi só a noite de ontem, aconteceu no Aldeia Tangerina, quem organizou foi a Miriam Silva. A música estava ótima, a praça estava cheia e rolou a tradição dos homens se vestirem de mulher. A melhor fantasia: a do Jura (reparem a figura...) O italiano sorridente é o Davide
Mimo, de Milão, vestido de árabe
a galerinha jovem
Gregório levou a mãe Lola e a amiga Ronira para jantar fora, em pleno carnaval
Márcio do Oberoi
apareceu um marujo que me parece familiar...
a fotógrafa Nerina e parte da banda
um grupo bem humorado
sorrisos de plantão
o beijo e o brinco
Paulinho e Charlie, sérios como quê
ganha uma rede furada quem advinhar quem são as senhoras das moitas...
adorei o chapéu com flor do Welton
Juraci e Mônica
quem será?
ala jovem
os nossos alemães também gostam de carnaval
o sorriso contagiante de Ana Teresa
os irmãos César e Aloísio, pescadores...