quarta-feira, 30 de setembro de 2009

O segredo de seus olhos


"O Segredo Dos Seus Olhos (El Secreto de Sus Ojos) de Juan José Campanella. O filme consolidou fatos importantes nesse ano como o filme argentino mais visto do ano (muito perto de completar 1 milhão de espectadores) e ser sucesso de critica especializada nacional. A começar pela história tem uma base simples que é sobre um oficial de justiça portenha que se aposentou e começa a escrever um romance policial sobre um caso que ele mesmo investigou. O elenco, encabeçado por Ricardo Darin, Soledad Villamil e Guillermo Francella e pela enorme credibilidade que o diretor tem na Argentina que é algo impressionante.O roteiro tem pitadas sutis de comédia e romance e segue a risca com o suspense policial intenso que consegue criar momentos sufocantes até chegar em seu final com uma apoteose digna de filmes como Memórias de Um Assassino e Zodíaco.
A direção de Campanella é incrivelmente cirurgica. Belissimos enquadramentos de câmera, planos sequencias belissimos, um ótimo trabalho com seus atores e principalmente uma direção brilhante e emocionante. Mesmo com seus 150 minutos de duração, parece que de tão maravilhoso, é pouco tempo para apreciar isso tudo. E com esse reconhecimento do publico e da critica, o filme tem grandes chances de ser o representante argentino para o Oscar 2010 e tenho certeza que se for, pode ser um dos grandes favoritos da noite."
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do blog Cine JP - Cinema em primeiro lugar
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Vi o filme em Barcelona: por sorte nao estava em catalao!
A dupla Campanella-Darin eh a mesma de "O filho da noiva"
Prendeu minha atençao do começo ao fim. Tem mesmo toques sutis de comèdia quando, por exemplo, um dos personagens diz "Essa mulher quer se casar, desesperadamente, atè mais do que a Susanita"
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para quem nao lembra: Susanita è personagem do desenhista argentino Quino.
Mas o post estah aqui porque eh um filme policial, de ficçao, com um assassinato bàrbaro.
Enquanto a morte dos dois professores de Porto Seguro eh realidade que bem merecia se tornar um filme.

domingo, 27 de setembro de 2009

Santa Maria do Mar

Santa Maria do Mar é considerada um dos mais belos templos erguidos na Idade Média. Sua maior virtude, é ter sido construída num período ininterrupto de 55 anos, sob uma só influência arquitetônica, que a torna expoente máximo do gótico catalão. Em seu interior é possível sentir o espírito que Berenguer de Montagut, seu arquiteto e mestre-de-obras, tentou imprimir-lhe: “a igreja do povo”, construída pelo povo e para o povo, protegida e protetora, tendo a luz mediterrânea que flecha a rosácea como seu diferencial.
A igreja foi construída no bairro da Ribera, que, a princípio, era somente o endereço de pescadores, estivadores e todo tipo de gente humilde. O bairro tornou-se próspero e a antiga igreja romana onde os pescadores veneravam sua Virgem ficou pequena para os paroquianos abastados. Os esforços econômicos da Igreja barcelonesa e da realeza, entretanto, concentravam-se unicamente na reconstrução da catedral da cidade.
Unidos pela devoção, os paroquianos de Santa Maria do Mar dão início, em 25 de março de 1329, à construção daquele que deveria ser o maior monumento à Virgem Maria. Em torno de 1350, as paredes, as capelas laterais e a fachada foram terminadas. Treze anos mais tarde um terremoto assolou Barcelona e derrubou o campanário da igreja. Faltando concluir o quarto trecho das abóbadas, um terrível incêndio devastou Santa Maria, reduzindo a cinzas a sacristia, o coro, os órgãos, os altares e tudo mais que não fosse de pedra. O esforço e o dinheiro do povo foram destinados a tudo que o fogo consumiu por completo. Em 3 de novembro de 1383, foi colocada a última parte da abóbada, que levava o escudo da junta de obras em honra a todos os cidadãos anônimos que contribuíram, e, finalmente, em 15 de agosto do ano seguinte, a igreja de Santa Maria do Mar foi inaugurada com uma missa solene.
do blog de RENATO RIGO
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Claudio e eu achamos uma mesa para sentar em frente a esta igreja quando estavamos com as pernas arrebentadas de tanto caminhar. Foi preciso uma enorme paciencia para conseguir um copo de vinho, mas valeu a pena. Estava acontecendo um casamento... participamos, sem querer, daquela festa com tantos vestidos extravagantes passando bem em frente aos nossos olhos.
A melhor indumentaria foi a daquele senhor que estava completamente nu.
Incrivel, no meio da multidao, um homem totalmente desnudo.
Todo mundo riu.

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

mais uma opiniao

Olá!Eu sou apenas uma turista-amiga (de alguns nativos e de poucos "fugitivos" das metrópoles), que pensa em se mudar, um dia, definitivamente, para esse lugar que ainda considero "paraíso tropical", Santo André. Não me sinto, portanto, apta a participar da discussão em foco, a festa rave. (Mas fico pensando que meus tímpanos estourariam ao som de 15.000 W de potência por horas e horas.Socorro!!)Muito legal essa mobilização, esse debate em prol (ou contra!) da comunidade. Agora, se houvesse um plebiscito, e se eu pudesse votar, não só votaria como faria uma super-campanha CONTRA a realização da festa rave, na Praia das Tartarugas. E faria ainda uma convocação geral: vamos ajudar o tempo a lutar, a correr contra a velocidade da globalização. Há lugares, vilas e até cidades, em várias partes do mundo, que resistem bravamente ao "fast" em moda. Seus habitantes são lentos e avessos ao barulho. É o "sertão" que não sucumbe ao urbano. Lugares e pessoas assim afiguram-se como possiblidades de salvação do Planeta. Creiam nisto: os lugares são os homens que, aos lugares e a si mesmos, atribuem significados e valores. Diana Santos, de Belo Horizonte para o Rede Furada.
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Cara Diana>
obrigada por contribuir com sua opiniao
no momento, estou sem tempo para lhe responder com calma, como voce merece
gostaria apenas de lhe pedir para olhar pelo angulo das pessoas que precisam trabalhar
gerar renda...
espero que possamos conversar pessoalmente quando voce for lah em nossa vila
cordialmente,
olimpia

Associaçao de moradores de Santo Andre

Prefeito Jorge Pontes, Nós, abaixo assinados, moradores de Santo André, Município de Santa Cruz Cabrália – BA, através da AMASA – Associação de Moradores de Santo André, manifestamos nosso parecer favorável à realização do evento na Fazenda Amendoeira no próximo réveillon, por acreditarmos que incrementará o turismo e virá a trazer benefícios econômicos para o povoado, desde que enquadrada na legislação vigente, cumpridas as condicionantes que vierem a ser impostas pelo Município e seguidos os princípios de sustentabilidade. Santo André, 20 de setembro de 2009. Seguem 200 assinaturas colhidas até o momento.O original será protocolado amanhã na Prefeitura. Associação de Moradores e Amigos de Santo André - AMASA
José Moreira Filho
Presidente

terça-feira, 22 de setembro de 2009

A velhinha do avião

No aviao de Madrid para Roma, sento na cadeira do meio, entre o Clàudio e esta velhinha (uns 80, por baixo), com uma espetacular flor de plàstico vermelho Ferrari no cabelo. Enorme, impossìvel náo notar. Quando a aeromoça passou, ouvi o sotaque britânico e conversa puxa conversa... ai, ai... ela puxou um monte de santinhos em inglês e foi tentando me converter a viagem inteira.
Bem feito para mim. (Claudio se sacudia de rir).
Aquela senhora foi o tempo todo me explicando que o Armagedon està chegando (eu acho que jah vi este filme antes...). Contou-me que mora em Alicante, que foi para là com o marido porque a vida na Inglaterra estava muito cara, e muitas outras cousas: tirando o aspecto catequizante, a velhinha era muuuuito simpàtica.
Nao deu outra: convidei a velhinha para o reveillon de 2009 em Santo André!
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Brincadeiras à parte...
E muito cuidado com a preservaçao do ambiente e dos recursos naturais , estou achando que (finalmente) Santo Andrè da Bahia vai entrar em roteiro de charme e as pessoas que trabalham com turismo, que tem restaurantes, pousadas, hoteis, quartos para alugar, artigos para vender, passeios para oferecer... finalmente poderao ter uma recompensa melhor por tantos anos de espera, de investimento financeiro e de alma.
Normal, todo mundo quer ter um pouco de prosperidade.
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a carta do organizador da festa do reveillon

Olá a todos que participam deste grupo de discussão.

Meu nome é Carlos Henrique Vaz Ferreira e sou conhecido como Duty.

Sou o responsável por alugar a Fazenda Amendoeiras e tentar organizar a festa de Reveillon que está gerando tanta discussão entre os locais de Santo André.

Eu acredito que antes de tudo, como uma pessoa esclarecida e que entende a preocupação do bem estar geral, ou mesmo próprio, a pessoa que enumera meu evento como festa “Rave”, deveria se informar melhor sobre o que vai acontecer realmente.

Não se trata de uma “Rave” e sim uma festa de ano novo, como tantas que acontecem por todo nosso país.

O público que freqüenta as minhas festas está bem distante da condição de dormir em barracas e tão pouco ficar “viajando de ecxtasis”.

Se assim o fosse não teríamos ocupado a rede hoteleira disponível em Santo André em apenas uma semana e alugado tantas casas de alto padrão. Pela falta de disponibilidade, algumas com nem tanto padrão assim.

Mas o fato é que estas pessoas estão acostumadas ao melhor, viajam para o exterior e por todo país e acredito que tenha sido por isso que escolhi Santo André para realizar a festa. Seus hotéis, pousadas e restaurantes de charme vão de encontro á expectativa deste público.

Eu não sou a favor da liberação das drogas e isso não é o tópico.

Penso até em como contar com apoio do policiamento local. Até mesmo para evitar confusões com roubos e invasões de residências. Pelo que soube, acontece bastante no período do verão.

Venho, através deste, disponibilizar um canal de contato direto comigo para que possam sanar suas dúvidas em relação ao meu evento e até mesmo à minha pessoa e quais são minhas intenções.

Estou sim muito preocupado com o meio ambiente. Prova disso é que estou contratando uma empresa especializada em gestão ambiental, como podem verificar no documento anexo.

Também sou aberto a sugestões de como atuar com responsabilidade e atender o bem estar geral, não apenas de alguns.

Se em Barra Grande acontecia uma grande bagunça no centro, nada tinha a ver com o meu evento, e sim com turistas de um único dia, de cidades próximas e até mesmo de Salvador, que levavam sua própria comida e bebida em isopores e aumentavam o som de seus carros, de péssima qualidade, no último volume, com músicas (arrocha) e danças de baixo calão. Acredito que esse tipo de turista ninguém quer.

Não é o caso de 500 pessoas de classe AA que já pagaram para poder desfrutar da tranqüilidade e beleza de Santo André.

Mas é claro que um evento dessa natureza terá atrações que irão da MPB, Samba e House (musica eletrônica).

Talvez esse tipo de música possa constranger alguns aqui listados, mas não acredito que seja para tanto e está bem longe de ser caracterizado como “Rave”.

Não se desloca um público desse porte sem oferecer entretenimento. E é com isso que eu trabalho.

Ainda gostaria de aproveitar este canal para solicitar aos proprietários de estabelecimentos comerciais que se preparem para receber este público.

Ah, mais uma coisa, para os incautos navegadores do Google, o tal do DJ DUTY INTERNACIONAL nada tem a ver comigo. Eu sou de São Paulo e realizo uma linha de trabalho bem low profile.

Enfim, estou a disposição para dar continuidade ao projeto e esclarecer quaisquer dúvidas.

Um grade abraço

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Santo Andre e a rave -- a carta do Prefeito Jorge Pontes

*PARABENS HENRIQUE, MUITO SENSATA A SUA COLOCAÇÃO QUE REPETI INTEGRALMENTE ACIMA.

A PREFEITURA MUNICIPAL DE SANTA CRUZ CABRALIA ENCONTRA-SE FALIDA EM FUNÇÃO DAS ÚLTIMAS GESTÕES (12) ANOS, QUE OPTARAM POR TERCEIRIZAR TODOS OS SERVIÇOS PÚBLICOS.

HOJE NÃO POSSUIMOS SEQUER UMA ÚNICA CAÇAMBA PARA COLETA DE LIXO... TUDO É LOCADO, TRATORES, PATROL, RETRO, COMPACTADORES, ÔNIBUS, AUTOMOVEIS, IMÓVEIS, ENFIM, NÃO SOMOS DONOS DE NADA.....O QUE NOS OBRIGA AO PAGAMENTO MENSAL DE ALUGUEL QUE NÃO ESTAMIS SUPORTANDO.

COM A QUEDA DA RECEITA FEDERAL, OS ESTADOS TAMBEM ENCOLHERAM SEUS REPASSES, A CRISE MUNDIAL FEZ COM QUE GRANDES EMPRESAS EXPORTADORAS, COMO É O CASO DA VERACEL EM NOSSO MUNICIPIO QUE ANTES DE 2008 CHEGOU A PAGAR CERCA DE r$ 300.000,00 MENSAL DE ISS, HOJE NOS REPASSE EM ALGUNS MESES MENOS DE r$ 20.000,00. COMO EXEMPLO CITO A FESTA DA RÉPLICA DA 1ª MISSA EM COROA VERMELHA DIA 26/04/2009, QUANDO NOS FOI DITO PELA REPRESENTANTE DA VERACEL QUE A EMPRESA SOMENTE PODERIA NOS AJUDA COM A QUANTIA DE R$ 4.000,00, ENQUANTO QUE EM 2008 BANCOU O SHOW DE SERGIO REIS E DEMAIS DESPEZAS.

A INADIMPLENCIA COM O IPTU, ISS, TLF, NO MUNICIPIO, CHEGA PRÓXIMO DE R$ 19.000.000,00, ENQUANTO ISSO AS DÍVIDAS COM AS PRESTADORAS DE SERVIÇOS, COELBA, EMBASA, VIVO, TELEMAR, COM O INSS, IBAMA, CAIXA ECONÔMICA, ENTRE OUTROS SÃO ASTRONÔMICAS E CONTINUAM NOS IMPEDINDO ACESSO A CONVÊNIOS DEVIDO A INADIMPLENCIA. ALGUMAS JÁ CONSEGUIMOS PARCELAR, OUTRAS AINDA NÃO, POR FALTA DE RECURSOS FINANCEIROS.

_/SÓ NOS RESTA UMA SAIDA./_**
AUMENTAR A RECEITA E PARA ISSO ENVIAMOS À CÂMARA UM PROJETO DE LEI JÁ APROVADO QUE CONCEDE 100% DE DESCONTOS DE JUROS E MULTAS EM IMPOSTOS ATRASADOS PARA PAGAMENTO À VISTA... OU EM ATÉ 03 PARCELAS.
ESTAMOS OPORTUNIZANDO À TODOS VOLTAREM A FICAR ADIMPLENTES E CONTRIBUIREM COM O NOSSO MUNICIPIO PARA RESGATARMOS A DIGNIDADE E QUALIDADE DE VIDA DE NOSSA POPULAÇÃO.

COM RELAÇÃO À RAVE, FIQUEM TRANQUILOS, ESTAMOS DISCUTINDO NA CÂMARA DE VEREADORES UMA LEI MUNICIPAL QUE IRÁ LIMITAR O USO ABUSIVO DE EQUIPAMENTOS DE SOM EM VOLUME ACIMA DO ACEITAVAM, SEJA EM VEÍCULOS E/OU FESTAS. E JÁ TEMOS ALGUNS PARÂMETROS NA LEI FEDERAL O LIMITE MÁXIMO É DE 85 DECIBEIS.

O QUE NÃO PODEMOS É ABRIR MÃO DE PROMOVER O NOSSO MUNICIPIO E TORNÁ-LO CONHECIDO EM TODO O MUNDO PARA QUE TODOS E TODAS POSSAM VISITÁ-LO E TAMBEM APROVEITAR UM POUCO DESSE PARAISO, MAS, LOGICAMENTE DENTRO DE UM PROJETO DE DESENVOLVIMENTO ECONOMICO QUE TRAGA SUSTENTABILIDADE E NÃO AGRIDA AOS VALORES CULTURAIS E TAMBEM PRESERVE O NOSSO BEM MAIOR, O MEIO AMBIENTE.
VEJAM O BELO EXEMPLO DE PARATI-RJ QUE CONSEGUIU UNIR HISTÓRIA, CULTURA, LITERATURA E POSSUI UMA GRANDE FESTA (FEIRA) LITERÁRIA CONHECIDA NO MUNDO INTEIRO.
PRECISAMOS PENSAR SANTO ANDRÉ PARA TODOS E TODAS QUE NELA VIVEM E SOBREVIVEM ANTES, DURANTE E DEPOIS DA ALTA TEMPORADA.
LÓGICO QUE NÃO NA VISÃO DO TURISMO DE MASSA DE PORTO SEGURO, COM SEMA DO SACO-CHEIO, ENTRE OUTROS...

MAS UMA VEZ ME REPORTO ÀS SÁBIAS PALAVRAS DO HENRIQUE, EM LUGAR DE VETAR PORQUE NÃO PERSARMOS EM APERFEIÇOAR...
AFINAL, ESTAMOS CONCRETIZANDO UM SONHO ANTIGO, TORNAR ESSA PÉROLA, ESSE PARAISO CONHECIDO POR TODOS!

COM RELAÇÃO À COLETA DE LIXO NA ALTA TEMPORADA, JÁ ESTAMOS PENSANDO EM UM LOCAL ADEQUADO PARA DEPOSITAR O LIXO DOS 03 POVOADOS, POIS O MP INTERDITOU O LIXÃO DO GUAIÚ DESDE O INICIO DO ANO, POIS A GESTÃO PASSADA HAVIA INVADIDO ÁREA PARTICULAR E DEGRADADO.

PRECISAMOS NOS SINTONIZAR E BUSCAR JUNTOS ALTERNATIVAS DE SOBREVIVENCIA PARA A NOSSA POPULAÇÃO QUE AQUI HABITA E NECESSITA DIARIAMENTE DOS SERVIÇOS MÉDICOS, ESCOLAS, EMPREGO, RENDA, ESPORTE, LAZER, TRANSPORTE...

VAMOS CONTINUAR DISCUTINDO NO BOM SENTIDO E BUSCANDO SOLUÇÕES CONJUNTAS PARA OS NOSSOS PROBLEMAS E TAMBEM PARA OS EVENTOS QUE VENHAM ATRAIR E GERAR EMPREGO E RENDA PARA A NOSSA GENTE.

GRATO A TODOS.

ABRAÇO FRATERNO

JORGE PONTES

sábado, 19 de setembro de 2009

carta da olimpia

Caros amigos e companheiros da Vila de Santo André da Bahia:

Longe de Santo André no momento, foi com grande surpresa que li os emails sobre a celebraçao do reveillon deste ano em nossa localidade. Primeiro pelo inusitado da rave, segundo pelo debate que suscitou. Alegro-me em saber que a passividade náo é nossa tônica. O debate tem sido intenso!
Ainda nao tenho uma opiniao completamente formada porque passo os dias na rua ou enfiada em museus. E tem uma fila atràs de mim, aqui na internet do hotel.
Pessoalmente, preferia náo "ter minha praia invadida". Mas costumo olhar para os lados e me esforço muito para ver o interesse geral. Nao tiro meu sustento economico de Santo Andrè, mas evidentemente muitos o fazem, e precisam faze-lo.
Várias cartas surgiram com boas sugestoes, quero aqui adicionar as minhas:
1. que tal consultarmos a própria APA? solicitar um laudo técnico, de quem entende realmente de meio ambiente?
2. quando é a época da desova das tartarugas?
3. qual o impacto real que uma festa -- mesmo de grandes proporçoes causaria?
4. alguèm jà perguntou aos nativos -- majoritários em termos de populaçao -- o que pensam sobre o assunto? ( a Mikie mencionou alguma coisa sobre isto)
5. se a festa for inevitável, como os organizadores poderiam reparar os possìveis danos?
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e principalmente -- vamos continuar a debater a questao?
um abraço para todos,
olimpia

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Espanha, olé!

A zeladora do redefurada está de férias em Madrid, Barcelona...
Pero... chegaram uns emails sobre o reveillon em Santo Andrè.
O que è isto, minha gente, quinhentas pessoas... rave na praia das tartarugas?
Tomara que seja sò um rumor...

terça-feira, 15 de setembro de 2009

dreamroom, a partir de Eyben e Wallace


"sustêm consigo silvos
de móveis e violetas,
arde a cama, contos
da morada – órganon –
o tempo escoa, pó-areia."
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trecho poema Piero
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(lettersroom, denise emmer)

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Caetano Veloso e a música para Barack Obama


IASA - Instituto de Amigos de Santo André

O IASA é uma instituição sem fins lucrativos que trabalha com crianças e jovens em situação de vulnerabilidade social, moradores da Vila de Santo André, distrito de Santa Cruz Cabrália (BA). O forte do IASA é o ensino de música. Aqui vemos a Prof. Simone do projeto Ambiente Musical que ensina violão, flauta doce, bandinha rítmica e coral. O IASA também tem uma oficina de construção de instrumentos musicais.
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Agora também tem aulas de violino!
Nas palavras de Lola França Pinto, a coordenadora artística do IASA:
"Graças a generosidade da senhora Jacinta Abud, que nos doou três violinos foi possível dar início a esta nova disciplina. E temos a perspectiva de atender um número cada vez maior. Durante estas primeiras semanas, a professora Simone fez a iniciação musical do instrumento com todos os alunos de flauta. Apresentou o violino e suas partes (nomenclatura) e a técnica de como posicionar o instrumento juntamente com o arco. A partir do próximo mês será possível avaliar quem serão os três felizardos para praticarem este novo instrumento. Ficou interessado em doar um violino? Fale com a gente."
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Parabéns a toda a equipe do IASA: Nena, Mikie, Lola, Joelson, Simone, Marcelo Bottini

Chloe fez cinco meses


pinkie, o código acima é para fazer um teste
tomara que você me dê sorte
(deu certo, valeu pinkie)
"O gigantesco painel-vitral e a composição dos vitrais que formam a clarabóia no hall do MAB-FAAP são destaques na arquitetura do prédio. Esses painéis foram feitos sob a coordenação inicial de Pietro Maria Bardi. Os vitrais que compõem o painel se baseiam em obras de artistas brasileiros consagrados: Portinari, Bruno Giorgi, Gomide, Segall, Tarsila do Amaral, Tomie Ohtake e outros.
A execução dos painéis foi de Conrado Sorgenicht, considerado o papa dos vitralistas brasileiros, descendente de alemães, filho e neto de vitralistas. A família Sorgenicht chegou a São Paulo em 1888 e fundou a Conrado Vitrais e Cristais, responsável pelos vitrais da Catedral da Sé, do Teatro Municipal, do Mercado Central e da Faculdade de Direito do Largo São Francisco.
A técnica utilizada na execução dos vitrais da escadaria é a mesma adotada pelos vitralistas desde a Idade Média: cada vidro colorido é recortado em uma área única de cor, e cada uma dessas peças são juntadas às outras por perfis de chumbo."
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( site da FAAP )
Vitrais sempre me lembram as Iluminuras dos livros medievais.

pierre gonnord


Quando olhamos os retratos do fotógrafo francês Pierre Gonnord ficamos na dúvida se são fotografias mesmo ou pinturas de outros séculos, mas só até repararmos a contemporaneidade de seus modelos, geralmente imigrantes de alguma minoria étnica clicados nas ruas de Madri, onde o artista mora.
O próprio Pierre Gonnord explica e resume a sua opção de trabalho: "Eu escolho os meus contemporâneos no anonimato das grandes cidades porque os seus rostos narram, por baixo da pele, histórias singulares e insólitas sobre a nossa época. Algumas vezes hostis, quase sempre frágeis e muito frequentemente feridos por trás da opacidade de suas máscaras, eles representam realidades sociais específicas e, por vezes, outro conceito de beleza".

sábado, 12 de setembro de 2009

acessos da internet


Fiquei encafifada com os doze mil acessos que da noite para o dia desapareceram do contador de visitas daqui do redefurada. Sem saber por onde começar a busca, acabei optando pelas técnicas detetivescas empregadas pelo Poirot, um personagem de Agatha Christie, a escritora inglesa de livros de suspense que eu costumava ler décadas atrás – afinal estou ficando velhinha e os métodos de pesquisa criminalística que vejo nos filmes de hoje são um tanto truculentos ou sofisticados demais. Além disso não deixaram traços... nem fio de cabelo, nem pedacinho de unha, mancha de sêmen, ou janela indiscreta para espiar e muito menos testemunhas. Só a queda vertiginosa de um contador que cai.
O próximo passo foi sair à procura dos números pelos navegadores do espaço virtual. Comecei pelo inevitável Google, passei pelo Firefox inteiro, percorri o Linux de cabo a rabo e até entrei no minúsculo Bing – nenhuma pista. Mudei-me para as redes sociais – quem sabe dariam notícia de uma rede furada. As horas foram passando e nada no Orkut nem no Myspace. O Facebook também não estava ajudando muito. Dei dois toques no cursor e quando a página já estava virando -- naquele átimo de segundo -- a cor da touca desta mulher rosa choque chamou minha atenção (é a cor das crocs do meu perfil).

Dei ré. A mulher ainda estava lá, na seção “vocês têm um amigo em comum”. Olhei bem o retrato do amigo comum ampliado pelo zum: definitivamente o fulano era um vero desconhecido – nunca o vira mais magro. Mesmo assim percorri as postagens do blog dele até perceber o título circuito fechado na lista dos blogs prediletos.
Pus o cursor no circuito e dei de cara com outro rapaz simpático – esse lá em cima, vendo a vida no controle remoto. Notei logo que o blog era novo – só tinha umas vinte postagens. Ansiosa, procurei o contador de visitas (nem todo blog tem) e – pasmem! – marcava 12.333 visitas, exatamente o total de acessos que estava faltando no meu.
Levei um tempo para me recuperar. Saí da página do rapaz do trem só para voltar dois minutos depois. Tinha um pressentimento que não deveria ler o que estava escrito.
Mas ninguém resiste a uma boa caixa de pandora. Abri. Foi então que me assustei pra valer: o moço é o meu duplo! Tudo que eu comentava ou postava no meu blog ele repetia invertido:
falei que ia viajar de avião, ele pôs a foto do trem
eu vim para São Paulo, ele foi para o Rio
coloquei a imagem do quadro Alegria de Viver de Matisse – todo esse equilíbrio, a harmonia, as cores – ele postou sobre o horror de Picasso (uma montagem sobre Guernica)



Escrevi uma carta carinhosa para meu neto Matteo, ele respondeu com uma missiva para a avó dele (pelo menos ela se chama Matilde)
Fotografei os veleiros que passam em Santo André -- ele pôs a foto dele andando de jet ski
Inseri um vídeo de alta definição – o estado de arte tecnológico -- do Youtube. Ele contrapôs com uma foto de Felice Beato, de 1870 -- um autêntico daguerreótipo Só temos uma coisa em comum, o moço do trem e eu.
Eu tenho marido, ele também tem.

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

meu blog sumiu



Acordei cedo, terminei de arrumar a mala e já me dispunha a colocar uma postagem sobre a exposição que pretendo ver amanhã em São Paulo (seria "Matisse na paulicéia") quando notei que a contagem de visitantes no meu blog mudou de 24.266 (ontem) para 11.933 (hoje).
Sumiram mais de 12 mil visitas!
Todo mundo que faz blog sabe o que isso significa. Não tenho idéia do que aconteceu. Caso apareça alguém aqui que possa ajudar, agradeço.
(altamente desestimulante, esse sumiço).

terça-feira, 8 de setembro de 2009

aguaceiro na paulista



Vejo nas notícias online que São Paulo não via uma chuva como a de hoje desde 1984. O índice pluviométrico atingiu 70,4 mm em Cabuçu de Cima – se é que este dado lhe diz alguma coisa e você conhece Cabuçu. A chuva forte deixou a cidade em “estado de atenção” informa o CGE – Centro de Gerenciamento de Emergências. Os rios das marginais Tietê e Pinheiros tranbordaram. Ao menos oito vôos foram desviados do aeroporto internacional de Guarulhos e a lentidão no trânsito atingia 119 kms.
A CET (outra sigla!) diz que a tendência é piorar. Com a CET cuidando do trânsito e o CGE das emergências, não vejo com que me preocupar.


Mas acho que é melhor levar guarda-chuva.



Viajo porque preciso, volto porque te amo



Dirigido pelo pernambucano Marcelo Gomes ("Cinema, Aspirinas e Urubus") e pelo cearense Karim Ainouz ("O céu de Suely") o filme foi exibido com sucesso na mostra Orizzonti do Festival de Cinema que está acontecendo em Veneza (a platéia aplaudiu durante mais de um minuto).
Viajo porque preciso, volto porque te amo associa imagens documentais filmadas no sertão nordestino com a locução de um personagem ficcional interpretado pelo ator Irandhir Santos (apenas com a voz). O texto é uma mistura entre anotações técnicas, diário de viagem e carta de amor.
Com fotos e imagens feitas com diversos tipos de câmera, do super 8 ao vídeo digital, o filme indiretamente entrelaça o Sertão azul e pós-moderno de Suely com as paisagens áridas e arcaicas de Aspirinas. A caatinga, o cuscuz, a feira livre e os colchões de palha convivem com boates, letreiros em neon e flores de plástico. A trilha sonora é formada por canções populares (Noel Rosa, Peninha, Lairton dos Teclados, Biliu de Campina, Eugenia Leon) e músicas da banda recifense Chambaril gravadas especialmente para o projeto.
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fonte Diário de Pernambuco

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

dia dos namorados


o velejador e a bike

Alguns dias atrás, chegou este comentário sobre os (bonitos) desenhos que um velejador deixou nas paredes do restaurante Gaivota, aqui de Santo André. Erroneamente, deduzi que fora uma pessoa que estava a bordo do Macanudo, mas não, era um tripulante do Planckton. "Olá, é com enorme prazer que encontro meus desenhos postados neste blog, a arte foi feita por mim, Marcelo Siqueira, tripulante do veleiro Planckton. Macanudo e Mineirim, apenas amigos que conheci em Santo André mesmo. Agora estou ancorado em Salvador, o Planckton está justamente entre os dois mencionados. À minha frente, a nova casa. O veleiro Saga de Amsterdã, me terá como novo tripulante, com ele vou até o Suriname. Eu que nunca pensara em velejar
, descobri um dos maiores prazeres da vida (depois da pintura), velejar...
Ah, a vida no mar! Quem me dera nunca mais voltar...para saber mais sobre minhas pinturas acesse www.flickr.com/vadebike.
ps: minha bike está a bordo comigo, sempre!"
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OI, Marcelo, não sei se você verá esta postagem ou se está a caminho do Suriname, só queria lhe falar que reparei no Planckton, sim, vocês ficaram vários dias aqui. Infelizmente, não fotografei, então segue imagem de outro veleiro que passou depois de vocês. Se você estiver aí, por favor me mande uma foto do Saga e do Suriname, pode ser? Meu marido e eu tínhamos veleiro quando morávamos em Brasília, chamava-se Nó Cego e nós fazíamos parte da Associação dos Veleiros Oceânicos de Brasília. A gente queria chegar até o Cabo Horn com ele, mas não deu certo porque nunca aprendemos a velejar com segurança. Acabamos indo ao Cabo Horn, mas de carro mesmo (até Ushuaia). Velejar é uma aventura, sem dúvida, até mesmo num lago a gente enfrenta o inesperado a todo momento. Aconteceu de entrar água no nosso barquinho, de irromper um pequeno incêndio, da âncora se soltar e a gente ser jogado numa ilhota do lago (chamamos os bombeiros, um vexame), de uma amiga tomar uns drinques e cair numa parte funda e escura do lago Paranoá (foi rapidamente içada), da vela mestra se rasgar, da gente encalhar...
E as regatas? Participamos de muitas, mas só conseguimos chegar a tempo de ver a comissão julgadora uma vez. Em todas as outras quando (finalmente) conseguíamos terminar o percurso náutico, todos já haviam ido embora e o palanque aquático já tinha sido desmanchado. Em Brasília acontece uma prova náutica famosa, a Regata 24 horas. Nós fomos, e estávamos indo até bem, só que à noite nós paramos para ouvir música, tomar vinho e dormir e com isso fomos desclassificados.
Desistimos dos veleiros e das regatas, mas o Cláudio ainda vai pescar no mar profundo a bordo do saveiro Bacana, a tradução brasileira para Macanudo.


sexta-feira, 4 de setembro de 2009

mensagem para meu neto



Mas quando eu olho assim para você o que me passa pela cabeça é a saudade que tenho do tempo que não poderemos viver juntos, das viagens que não faremos e das conversas poucas que teremos. Então pensei em deixar um bilhetinho de vez em quando sem saber como será sua vida depois da mudança avassaladora que se operou nos sobreviventes do século passado quando o cinema começou a ser embalado em caixinhas e veio para dentro de casa, milhares de músicas migraram para embalagens mínimas, os correios viraram uma curiosa instituição que olhamos de soslaio, assim como miramos de banda os livros antigos que se escondem nos museus (veja no dicionário eletrônico o que quer dizer a palavra livro, é um artefato milenar, hoje em desuso).
Dizem que toda carta alcança o seu destinatário mesmo quando ela não passa de uma mensagem dentro de uma garrafa lançada por um náufrago de uma ilha deserta (isso foi antes da diáspora da China, quando ainda existiam lugares desertos), mesmo assim desconfio sempre que todos os arquivos do Google sumirão sem deixar rastro nem memória devido a uma compra hostil no mercado de ações.
Talvez por isso eu faça esse esforço constante de surpreender seu sorriso em outros rostos infantes e guarde com ciúmes a lembrança daquela vez em que dançamos samba puladinho no quarto da televisão quando sua mãe estava de casamento marcado com seu pai e os dois saíram para passear e nós nos vimos sozinhos. Foi nessa noite que dormimos juntos na cama espaçosa que montaram para mim na sala de sua casa e que você afagou minha face pela primeira vez.
Separei com muito cuidado em algum lugar silente da alma os desenhos animados que assistimos e aqueles passeios nos parques de sua cidade e mesmo aquela faixa de saliva babada nos vidros da varanda daqui de casa quando você veio visitar: gostava tanto de olhar para o verde do jardim!
Agora preciso sair, tenho sérios afazeres, mas prometo escrever novamente ao longo dos dias que virão enquanto você cresce.

strawberry fields



"Lucy in the Sky with Diamonds" é o título de uma canção composta e gravada pelos Beatles em 1967, e faz parte do oitavo álbum da banda, Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band.
Composta por John Lennon (mas atribuída à dupla Lennon/McCartney), a canção gerou controvérsia por seu título, que foi interpretado como uma possível alusão ao LSD.
Lennon alegou que a inspiração do título veio de uma fotografia de uma colega de seu filho, Julian.
A colega chama-se Lucy Vodden que apesar de ter sido a fonte de inspiração para uma das canções históricas dos Beatles, contou ao jornal The Guardian em 2009, que não se relaciona com o tema: "Esse tipo de música não tem muito a ver comigo."
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wikipedia

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

John Lennon e Yoko Ono



Do cartunista Liberati, feita "numa folha inteira de papel Schoeler Hammer rústico. Usei pastel seco e lápis de cor e detalhes feitos com canetas do tipo pilot coloridas. O desenho foi feito na redação do JB até às 4 horas da madrugada. Um carro do jornal me levou para casa, o motorista teve que me acordar, pois depois de terminar o trabalho, eu estava dormindo em cima de uma mesa."

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festa indiana (meninos)



Saiu esta semana o segundo informativo do Centro Cultural, do mês de agosto, com notícias das últimas atividades desta ONG pequena mas que realiza um excelente trabalho -- há 10 anos -- com as crianças e jovens daqui do povoado.
A ferramenta utilizada para a transformação pessoal e a busca da formação cidadã é a Arte-Educação.
Na foto, os meninos José Neto, Yuri, Juninho, Samuel, Felipe -- todos paramentados para a festa indiana que aconteceu no final das férias.
Caso alguém queira receber o informativo, favor contatar o Centro Cultural através do email: santoandreccc@gmail.com

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Matteo em Santo André



Matteo, hoje eu fiquei sabendo que uma de suas palavras prediletas é "pizza."
Na Itália é sinônimo de comida.
No Brasil é sinônimo de desânimo com a política.

Sándor Marai



Achei estes trechos no livro de “De verdade”:

“O ouvido do mundo é sofisticado. Bastam alguns sinais, gestos, e a rede de intrigas delicada da inveja, da curiosidade e da malevolência desconfia de alguma coisa. Basta recusar alguns convites, basta não retribuir a tempo o convite que aceitamos um dia de algumas pessoas, e pela linguagem de sinais a engrenagem social depreende que alguém se prepara para fugir da ordem reinante, sabe que esta ou aquela familia ou casal está com algum problema. Esse “algum problema” é tratado na família que se desagrega da mesma forma como cuidamos de um doente contagioso na casa. O comportamento das pessoas com os membros de uma família assim é mais cuidadoso, um pouco irônico, reservado. Naturalmente, elas esperam, nessas horas, pelo escândalo. Não desejam nada com tanta avidez quanto o desabamento do lar alheio.”
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"Já então eu sabia que não era a classe nem a origem o que conferia nobreza, mas a personalidade e a inteligência."
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"Porque os armários eram fechados com muito cuidado, supostamente para proteger os livros. Na realidade, mais os protegiam da leitura, do risco de que ocorresse a alguém olhar e conhecer a matéria perigosa que escondiam."
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Gilvan, um vizinho


Este é o Gilvan, casado com Raimunda, filha de Nérica, a mulher que mora atrás da igreja evangélica e que já me deu tantas mudas de plantas nativas e viçosas.
Gilvan tem muitos filhos & filhas: a gente logo reconhece qualquer um deles, pelo físico, pelo nome, ou ainda pelos bons modos. É pescador, tem uma canoa de madeira daquelas que parecem deslizar sobre a água numa suavidade sedosa. Ao mesmo tempo exerce a função de gari: conseguiu o emprego quando mudou o prefeito.