Atenta ao ritmo cadenciado dos pingos fortes da chuva e ao cantar álacre do passaredo neste sábado de Vila Molhada, passo os olhos por um ou outro jornal até me deter numa matéria escrita por um colaborador do periódico espanhol El País. Comentava as reações de perplexidade suscitadas fora da Itália com relação à atitude dos italianos em darem respaldo a um primeiro-ministro envolvido em dois processos judiciais e tido como estrela nos tablóides que noticiam escândalos sexuais.
sábado, 31 de outubro de 2009
o encontro de Joan Crawford e Berlusconi em Santo André da Bahia
quinta-feira, 29 de outubro de 2009
contos curtinhos de gonçalo tavares
Um dia, o professor de física pediu-me para calcular a energia libertada no choque do corpo de um menino que caíra da altura de 50 metros.
terça-feira, 27 de outubro de 2009
O filme do Zaqueu
http://www.youtube.com/watch?v=YDsUJAWmchA
segunda parte
http://www.youtube.com/watch?v=pYNtvx0wpqk
terceira parte
http://www.youtube.com/watch?v=R8xxlxygwrM
Músicas tema: Berimbau Blues e Tainá – Dinho Nascimento
Genteboa Produções Artísticas e Culturais LtdaCD Berimbau Blues
segunda-feira, 26 de outubro de 2009
IV Encontro Xamânico
Gonçalo Tavares em Bagdá
Hoje: 2 carros = 155 mortos
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Figuras de Santo André (Seu Capador)
domingo, 25 de outubro de 2009
Hoje é dia de prosa
(As Brasas, Sándor Márai)
sábado, 24 de outubro de 2009
varre varre vassourinha
(principalmente se for numa rua limpa) não é só a Prefeitura que precisa atuar... nós, os moradores, também podemos contribuir -- e muito -- para a limpeza do lugar
esse é o panfleto que foi distribuído pelo poder público no povoado, hoje
olhem o primeiro parágrafo
"Entulhos e podas passam a ser de responsabilidade de cada morador ou proprietário do terreno"
O problema é: para onde vamos mandar o lixo? Para o Guaiú? ou para Cabrália? E os buracos na Avenida Beira-Rio e Beira-Mar? As (poucas ) ruas de Santo André precisam, urgentemente, de uma mão municipal e providencial.
sexta-feira, 23 de outubro de 2009
o mutirão de Santo André
livro de cabeceira do momento - As Brasas, de Sándor Márai
"A condessa tocava com enlevo: executavam a Fantaisie Polonaise de Chopin. Na sala tudo parecia vibrar. Da música parecia se desprender uma força mágica capaz de levantar os móveis e inflar as pesadas cortinas de seda das janelas. Era como se todas as coisas velhas e mofadas, enterradas há tempos nos corações humanos, recomeçassem a viver, como se no coração de cada criatura se aninhasse um ritmo mortal que, em dado momento da vida, poderia começar a pulsar com violência implacável. Os pacientes ouvintes compreenderam que a música representava um perigo. Mas a mãe e Konrad, sentados ao piano, já não ligavam para esse perigo. A Fantaisie polonaise era só um pretexto para a explosão de forças que se agitam e fazem eclodir tudo o que costuma ser cuidadosamente camuflado pela ordem estabelecida."
imagem: Frédéric Chopin, no quadro de Delacroix (curioso: faz 3 dias que Delacroix aparece no meu cotidiano -- ontem também falamos dele na conversa do cinema)
http://www.youtube.com/watch?v=tSvMhdb4WYE (para ouvir trecho da Fantaisie)
"Não deveríamos ter desembarcado em Minneapolis?"
Em terra, o temor de um sequestro teve início quando os controladores aéreos perderam o contato de rádio com os dois pilotos do Airbus A-320, que tinha 147 passageiros a bordo.
A preocupação era tamanha que quatro caças da Força Aérea foram colocados em alerta.
Mais de 240 km depois de Minneapolis os pilotos perceberam o esquecimento. Eles restabeleceram o contato com a torre de controle e o avião fez um giro de 180 graus para pousar sem problemas.
"Os pilotos explicaram que estavam em meio a uma discussão sobre o futuro da companhia e se distraíram", afirma um comunicado da NTSB.
quinta-feira, 22 de outubro de 2009
o post da Lola e a pizza da Joyce
quarta-feira, 21 de outubro de 2009
Bravo, Ziraldo!
A balsa de Santa Cruz Cabrália (Bahia)
De relance, o amigo argentino ligou a idéia do desenho com o quadro de um pintor famoso – teria sido Delacroix? Chegou bem perto: olhei no Google e achei A Balsa do Medusa do artista romântico francês Théodore Géricuault (1791-1824) – sendo que o próprio Delacroix posou para a obra. Eram amigos.
O quadro foi inspirado pelo naufrágio do Medusa, um navio do governo que transportava colonos franceses para o Senegal quando afundou na costa oeste da África por incompetência de seu capitão que, por sinal, foi o primeiro a abandonar o navio levando a tripulação e todos os barcos salva-vidas. No início, puxaram uma jangada improvisada com 149 passageiros, mas logo cortaram a corda deixando os colonos à deriva sob o sol equatorial por 12 dias, sem víveres e sem água. Apenas 15 sobreviveram. Géricault investigou a estória com faro detetivesco, entrevistando os sobreviventes que lhe contaram passagens terríveis, de fome, delírio e loucura. A imagem dos corpos retorcidos dos passageiros desnudos é a própria representação da luta pela sobrevivência, tema que obcecava o artista.
terça-feira, 20 de outubro de 2009
Parcas e Moiras
No tempo mítico dos gregos havia três irmãs sombrias, cuja origem é discutida – dizem que eram filhas de Érebo e da Noite. Chamavam-nas de Moiras.
Só sei que eram divindades e tecelãs do destino.
Tratavam de matérias finas como nascimento, casamento e morte.
Cloto, a mais jovem, girava o fuso e tecia os dias da vida de cada alma.
Láquesis se ocupava em misturar aos fios o quinhão de sofrimento e provação destinado a cada ente; e finalmente
Átropos tinha o poder de determinar a hora da morte cortando o fio com sua tesoura encantada.
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(enquanto isso, em Santo André)
Foi curta assim a vez de Leandro
Morreu na estrada 001 da Bahia
Perto da ponte de Santo Antônio
Saiu sem saber que Láquesis pusera uma moto em sua rota
E que Átropos já tinha a tesoura na mão
Tava lá
o corpo estendido no chão.
Da janela daqui de casa ainda ouço o soluço da vizinha.
pelo menos quatro pessoas morreram e 20 ficaram feridas hoje em um duplo atentado suicida registrado em dois pontos do campus de uma universidade nos arredores de Islamabad....as explosões, quase simultâneas, ocorreram em uma cafeteria para mulheres da Universidade Islâmica Internacional e dentro de uma sala de aula...
Bilhete de identidade
Darwish ganhou notoriedade nos anos 60, com a publicação de seu poema "Bilhete de Identidade". Escrito em primeira pessoa, o poema conta o momento em que um árabe fornece os números de seu documento em uma barreira israelense, na tentativa de retornar à sua terra.
Sou árabe
O número do meu bilhete de identidade: cinquenta mil
Número de filhos: oito
E o nono... chegará depois do verão!
Será que ficas irritado?
Toma nota!
Sou árabe
Trabalho numa pedreira com os meus companheiros de fadiga
E tenho oito filhos
O seu pedaço de pão
As suas roupas, os seus cadernos
Arranco-os dos rochedos...
E não venho mendigar à tua porta
Nem me encolho no átrio do teu palácio.
Será que ficas irritado?
Toma nota!
Sou árabe
Sou o meu nome próprio - sem apelido
Infinitamente paciente num país onde todos
Vivem sobre as brasas da raiva.
As minhas raízes...
Foram lançadas antes do nascimento do tempo
Antes da efusão do que é duradouro
Antes do cipreste e da oliveira
Antes da eclosão da erva
O meu pai... é de uma família de lavradores
Nada tem a ver com as pessoas notáveis
O meu avô era camponês - um ser
Sem valor - nem ascendência.
A minha casa, uma cabana de guarda
Feita de troncos e ramos
Eis o que eu sou - Agrada-te?
Sou o meu nome próprio - sem apelido!
(...)
... Então
Toma nota!
Ao alto da primeira página
Eu não odeio os homens
E não ataco ninguém mas
Se tiver fome
Comerei a carne de quem violou os meus direitos
Cuidado! Cuidado
Com a minha fome e com a minha raiva!
sábado, 17 de outubro de 2009
Um passeio pelo povoado de Santo André da Bahia
passo pelo banco do Estacionamento da Marina invariavelmente ocupado por ela mesma e seus amigos, talvez seus parentes; fazem parte de minha caminhada, da paisagem humana, quando voltou, perguntaram
e ainda vi o Saraiva, uma pessoa com estilo,
uma figura
Por onde passo, vejo claramente a modesta roda da fortuna local se movimentar; empurram-na os que fabricam e vendem artefatos de fibra natural (gerando empregos fixos e legalizados) , os que trabalham na construção civil, nas reformas dos imóveis (a loja de construção e seus empregados também), os que vendem produtos têxteis (Patrícia Farina agora administra a loja do Costa Brasilis), tem a loja do Araticum (Lucimar), os artesãos que promovem a feirinha das sextas-feiras para venda dos artigos aos turistas, a oferta de serviços e lazer (restaurantes e afins, tranlados de vans, passeios marítimos)... bem, a lista é longa.
Espero que possamos ter um verão extendido, que as pessoas passem um bom período conosco e que procurem entender qual é o verdadeiro tesouro de Santo André.
Quem é frequentador daqui conhece a lenda do tesouro misterioso.
O tesouro de Santo André não está escondido, pelo contrário, salta aos olhos.
Tomara que o verão venha cheio de música boa, de gente de todas as idades, de respeito ao próximo e à natureza.
A tentação de Santo Antônio
Enquanto isso, na Itália, lado a lado com as expectativas otimistas e o sopro de modernidade trazidos pela descoberta do brave new world, desenrolava-se um movimento cultural luminoso e humanista conhecido como Renascimento.
Mas havia algo de podre no reino da Dinamarca.
Havia um clima apocalíptico no ar – pois o mundo ia se acabar.
São imagens asquerosas, mas que exercem um enorme fascínio – é o bizarro em forma de arte.