segunda-feira, 30 de abril de 2012

Santo André da Bahia nas redes sociais


 A lembrança de Santo André da Bahia persiste, mesmo depois que vim para Paraty. Por isto resolvi continuar a colecionar aqui no blog todos os depoimentos que consigo encontrar sobre este povoadozinho especial do extremo sul da Bahia.   O de hoje vem de um blog chamado "Magia do Mar" (aqui)
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"As praias, sejam elas no Espírito Santo ou em qualquer lugar do Brasil e do mundo, possuem uma conexão com a Magia do Mar.
Por isso resolvemos preparar algumas dicas para você conhecer o que tem de melhor no nosso país! Sabemos que vários locais têm praias lindas, mas primeiro queremos que você desfrute cada cantinho desse lindo litoral brasileiro.
O primeiro post é sobre um ‘lugarejo’ na Bahia com nome de cidade do ABC paulista, conheça Santo André da Bahia!
Neste destino não há ‘nada’ além do mar. Isso mesmo, o local é pacato e feito para curtir os dias de sol relaxando. Distrito de Santa Cruz Cabrália, o trajeto é feito de balsa da cidade para o seu distrito. Mesmo pacato, o Santo André reúne aconchegantes pousadas e restaurantes.
Entre as atividades que você pode aproveitar no destino estão: mergulho nos corais e passeio de Jipe pelas praias.

Curiosidade = Santo André passou a adotar o nome Santo André da Bahia para não ser confundido com a cidade paulista de mesmo nome. A iniciativa foi dos próprios moradores! "
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Aqui no blog uso esta denominação de "Santo André da Bahia" no mínimo desde 2010 (neste post, por exemplo).  Foi a maneira que encontrei para deixar claro que depois de aposentada eu não tinha ido morar no ABC paulista. Nada contra o Santo André de São Paulo, é que depois de passar décadas morando em Brasília, realmente estava na hora de voltar para o litoral...
Ah! Uma observação para o pessoal do blog "Magia do Mar"...  não tem passeio de Jipe pelas praias de Santo André... de maneira nenhuma. Carro lá, não entra na praia. É um ambiente preservado, tem restinga, maria-farinha, pescador, bugigão... Jipe, não!

quarta-feira, 25 de abril de 2012

"Leitora sobre fundo negro" (Matisse, 1939)

Quando cheguei aos 12 anos o planeta terra atravessava uma década marcante na história da humanidade: os fabulosos anos sessentas.   De lá pra cá minha vida virou e desvirou, ao sabor da providência, do acaso, ou do que chamamos de deus; e por decisões de próprio punho, acertadas ou estúpidas. Não passei grandes reviravoltas geográficas – a bem da verdade quase não troquei de endereço. Morei em poucos lugares: no Rio Grande do Norte, nos Estados Unidos, em São Paulo, e, principalmente, em Brasília. 
 
Quando os números se repetiram, vieram invertidos – cheguei aos nada-fabulosos sessenta,  o ano agora é 2012 -- e me encontro morando no litoral novamente; nesse povoado chamado Santo André da Bahia onde Cláudio e eu vivemos quase seis anos --  e de onde partimos para sempre,  fez uma semana ontem.  “Partir para sempre” é uma expressão que não significa muita coisa. É da mesma família do “fim do mundo está chegando”. 
 
Acima é a Rua da Linha do Telegráfo, uma rua quietinha onde morávamos na Bahia. Por meandros do destino decidimos vir morar por tempo indefinido no estado do Rio; mais precisamente na cidade de Paraty. Chegamos aqui num domingo, depois de percorrer 1403 kms num carro pequeno abarrotado de maletas, computadores, tralhas absurdas (como dois guarda-chuvas enormes, um lençol todo rabiscado de mensagens afetuosas, três travesseiros) e um cachorrinho, o Zé Ninguém. 
Foi nossa primeira experiência de viagem com cachorro a bordo.  Pensei que ele detestaria ficar o dia inteiro preso dentro de uma lata com 4 rodas; que uivaria protestos durante a metade do caminho, que tentaria saltar pela janela do carro na primeira oportunidade...  Passou-se o oposto: travava-se um corpo-a-corpo cada vez que precisávamos tirar o bicho de dentro do automóvel -- ele resistia bravamente, cravando as unhas em qualquer superfície próxima, tentando se segurar.  Cachorros são animais de atitudes surpreendentes. 
Cláudio passeando o Zé na estrada: hora do xixi
nosso novo lar em Paraty

Mudança de endereço

Paraty, como Santo André, também tem uma linda Avenida Beira-Rio, um lugar bom para caminhadas e o uso da ciclovia
Alugamos uma casa: durante um ano vamos experimentar morar em Paraty. O dono do imóvel é marceneiro e artista plástico: tudo neste quarto foi feito ou pintado por ele: as camas, as cômodas, o assoalho, os quadros...Praticamente a casa toda.
o bairro onde moramos é chamado Caborê - está separado do Centro Histórico por um rio, o Perequê-Açu
 a vista para as montanhas, vistas das janelas do andar de cima

terça-feira, 10 de abril de 2012

Santo André da Bahia: onde se hospedar, por Nina Santos

os jardins frente ao mar da pousada Victor Hugo (foto de Pablo)
"Eu fiquei hospedada na Pousada Victor Hugo que fica em frente à praia de Santo André. Ela conta com 10 chalés, café da manhã e acesso direto à praia.
 (Nina)
 Os chalés ficam em um jardim lindamente ornamentado e iluminado através do qual é possível ter acesso à casa principal. Nela é servido o café da manhã e funciona o restaurante do local. Atravessando a casa se tem acesso à área de praia com cadeiras, espreguiçadeiras e sombreiros. A praia em frente é calma e razoavelmente vazia. A maior parte das redondezas é de casas particulares.
guloseimas matinais (foto de Nina)
 Ficamos em uma júnior suite, que contava com uma cama de casal e outra de solteiro, ambas muito confortáveis. O quarto tinha também uma varanda com uma rede e uma agradável vista para o jardim. Me impressionei com o espaço de armários, bastante espaçoso.
foto Nina Santos
O banheiro é bastante funcional, apenas o chuveiro deixa a desejar, mas nada que comprometa a estadia. Além de ter toalhas nos banheiros, o hotel fornece toalhas específicas para praia.
(Nina)
O café da manhã tem poucas, mas ótimas opções. Além do que fica exposto na mesa, eles preparam ovos mexidos e beiju com queijo na chapa sob demanda.
 Eu adorei a pousada. Além de agradável e aconchegante o serviço é super simpático e dormir e acordar nesse ambiente de jardins e praia deserta realmente não tem preço. Aliás, tem sim, a diária do quarto standard custa R$180 (em abril/2012)."
 Cara Nina, obrigada por compartilhar suas impressões conosco, os moradores e visitantes de Santo André. Você acertou em cheio: a Pousada Victor Hugo é uma das melhores opções de hospedagem.

Santo André da Bahia: como chegar, por Nina Santos

Nina Santos
"Santo André é um distrito de Santa Cruz Cabrália, no sul da Bahia. Ele fica há mais ou menos a 35km de Porto Seguro, principal cidade da região. Para fazer o trajeto Porto Seguro – Santo André é preciso atravessar o rio João do Tiba com uma balsa que leva em torno de 10 minutos de uma margem a outra."
deixando Cabrália em direção a Santo André (foto de Amale)
 A estrada que sai de Porto Seguro e chega até a balsa é boa apesar da grande quantidade de quebra-molas. Para pegar essa estrada você deve seguir as indicações de Litoral Norte e vale o aviso de que ela pode ficar um pouco congestionada em horários de chegada e saída das praias por causa da grande quantidade de ônibus de turismo que circulam na região. A balsa, durante o dia, sai de 30 em 30 minutos. À noite ele funciona de uma em uma hora e de madrugada (entre meia-noite e 6h da manhã) o espaçamento é de 2h entre as saídas. A passagem para veículos custa R$11.
luar sobre o joão de tiba (foto de Bruna Bohrer)
 A balsa me pareceu segura, apesar de um pouco precária, e não tive problemas com filas (ao contrário da balsa de para Arraial). Depois de sair da balsa do outro lado do rio, basta entrar à direita onde uma placa indica “Santo André” e seguir por uma estrada de terra batida com muitos desníveis mas nada que prejudique a circulação de carros de passeio. Nessa rua principal se encontram os hotéis e restaurantes do distritos. Dele é também possível ver a margem do rio e, com sorte, uma lua maravilhos."

domingo, 8 de abril de 2012

Fazer o quê em Santo André da Bahia?

O redefurada não esconde que gosta de contribuir um tiquinho para divulgar um povoado bem singular do litoral baiano . Sempre que encontro algum relato de férias passadas em Santo André, trago para cá. O de hoje é desta moça bonita ao lado, a Camila Camargo, uma "paulistana, nascida em 30 de novembro de 1984. Ser sagitariana é meu pretexto favorito para explicar a vontade que tenho de estar sempre com a mochila nas costas e o pé na estrada. Pesquisadora de profissão e curiosa de nascença, preciso viver permanentemente como quem está pronta para partir." (aqui)
Camila esteve aqui no povoado no verão passado,  e eis o que ela nos conta:
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"Badejo assado na folha de bananeira com farofa de coco, cuscuz marroquino e tagliatelle al dente com camarão. Hum… tudo estava incrível e renderia uma longa ceia, se não fosse o relógio lembrando que eram 5 pra meia-noite. Mais alguns tic-tacs e todos foram tomados pela euforia de correr pra praia com uma taça na mão.
5, 4, 3, 2, 1! Um show de fogos coloridos explodiu sobre a minha cabeça. Eram centenas deles e estavam incrivelmente perto. Foi lindo, realmente lindo. E assim começou meu 2012, na praia de Santo André, sul da Bahia.

"tranquilidade absoluta em plena véspera de Reveillon: minha idéia de paraíso"
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Sobre Santo André
Santo André surgiu no meu roteiro de Reveillon aos 45 do segundo tempo. No dia 13 de dezembro, me peguei pensando em possíveis destinos e lembrei das três vezes que estive na Bahia, todas inesquecíveis. Concluí que não podia, e nem deveria, passar outros 8 anos longe. Era hora de matar a saudade!
Chegando a Santo André me surpreendi. Como pode um lugar tão próximo a Porto Seguro, notoriamente terra do axé music e das festas de formatura, ser essa calmaria toda? Apurando entre os moradores, soube que nos últimos anos a praia esteve mais cheia em função da festa de música eletrônica “Dolce Vitta”, mas que nesse verão o agito havia migrado de vez para a vizinha Trancoso, a prima “hype$$$” de Santo André, por assim dizer.
“Sorte a minha”, pensei. “Agora é só me dedicar à fina arte do dolce far niente“. E me dediquei com afinco. Foram 8 dias de havaianas no pé e água de coco na mão. Na mala, só biquinis, vestidos e filtro solar. Mais que isso, é exagero.
Elielto, pescador local


Mas o fato é que Santo André tem pouco mais de 500 habitantes e se mantém relativamente no anonimato. O belo local tem a rara tranqüilidade de uma vila de pescadores, somada à forte influência da cultura estrangeira.  São alemães, italianos, argentinos, portugueses que foram chegando, se apaixonando e, por isso, ficando.
Juergen Lechte, o primeiro alemão a chegar em Santo André
O lance é que na Bahia esse tipo de mistura dá pé. Tem arroz arbóreo, tomate pelatti e azeite de primeira dividindo espaço com suco de graviola no mini-mercadinho. E tem molho pesto feito de caroço de jaca na mesa do Marcello, italiano dono da casa em que fiquei hospedada. Bom demais.     
Marcello, Cristina e filhas fazem parte da colonia italiana de Santo André
Está precisando de férias onde seu principal compromisso seja ir da rede pro mar e do mar pra rede? Então tome nota:
- Compre passagem para Porto Seguro, que fica a 1h45 de vôo de São Paulo. Gol, TAM e Azul operam essa rota.
- Do aeroporto de Porto Seguro, pegue um taxi que percorrerá 42 km até Santa Cruz da Cabrália, onde pega-se uma balsa que dura 10 minutos. Esse traslado custará entre R$ 120 e 150.
Onde se hospedar: Eu e uma turma de amigos alugamos a casa do Marcello. Veja detalhes do imóvel aqui. Outras sugestões são as pousadas Araticum, Gaili  Ponta de Santo André e pousada Victor Hugo
casa de Marcello e Cristina (foto de Camila Camargo)

O que fazer: Durante o dia, a boa é caminhar na praia. Tanto o lado direito, que dá no rio João de Tiba, quanto o esquerdo, onde há piscinas naturais, são passeios bem agradáveis.
Para conhecer as proximidades, um lugar bacana é Belmonte, onde belos casarões coloniais remetem à prosperidade do cacau vivida na Bahia no final do século 19.  Outra sugestão é alugar uma bicicleta e explorar as praias vizinhas, como Santo Antônio e Guaiú.
foto de Rhera Rhirato
 Passeios de barco, aulas de kite e windsurf completam o cardápio de opções para os mais aventureiros.
 Onde comer/ curtir: À noite os turistas  saem da toca e se encontram nos restaurantes. Boas dicas são a pizza ultra artesanal do Varanda,  o calzone do Santana’s, o dourado do El Floridita e a comida regional do Gaivota e do Almescla.
 Na alta temporada, vale conferir os shows de música que acontecem no jardim do Mata Encantada, a programação cultural, o cenário charmoso e os drinques do Casapraia (experimente o mojito!)
O que comprar:  Rui Costa mostra suas luminárias esculpidas em troncos de árvore. Na pizzaria Varanda, não deixe de ver as cúpulas pintadas à mão em tecido. Outra artesã que merece ser prestigiada é a Leide, do Jóias da Floresta. Suas bijuterias, criadas a partir de sementes da região, primam pela ousadia e criatividade.
Fique de olho
- Fique atento ao troco. Mais por falta de atenção do que por má fé, na maioria das vezes tive problemas com a conta nos mercados, restaurantes e lojas.
- Apesar do clima despretensioso da vila, os restaurantes não são nenhuma pechincha. Espere gastar em torno de R$35 em um prato e uma bebida não alcóolica."
chegando em Santo André de balsa (foto Adriana Marques) 

quinta-feira, 5 de abril de 2012

Costa do Descobrimento: Santo André da Bahia

curva no rio joão de tiba
Navegando por diários virtuais de viajantes reais, fui hoje parar  num lugar chamado "Com Fusos" -- gostei muito do trocadilho do título, do visual limpo e organizado do site, do conteúdo. Quem escreve é Nina Santos, "jornalista, mestranda e apaixonada pelo ato de viajar." Nina compartilha informações e experiências de viagens (aqui).  
O melhor  de tudo é que tem um post recente que fala de Santo André -- e o rede furada coleciona estas impressões e depoimentos com muito carinho...
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outra praia da costa do descobrimento: santo antônio, ao lado de santo andré..(foto de oscar por guiomar)

"A Costa do Descobrimento fica na região sul da Bahia e tem como centro a cidade de Porto Seguro. É lá onde está o principal aeroporto da região e, portanto, é onde grande parte dos visitantes chegam. Porto Seguro, no entanto, é apenas um dos vários destinos atrativos da região. Um pouco mais ao sul, é possível chegar a Arrial D’Ajuda e Trancoso. Já ao norte, encontram-se Santa Cruz de Cabrália e Santo André. Há serviços de táxi que fazem a ligação de Porto Seguro com todas essas cidades, mas se você pretende se locomover pela região, talvez valha mais a pena alugar um carro.
O que aconteceu nessa região, assim como em outras regiões turísticas da Bahia, é que o fluxo de turistas aumentou muito nos últimos anos. Porto Seguro se tornou destino queridinho principalmente dos jovens paulistas e por isso a cidade fica impossível em algumas regiões do ano como a “semana do saco cheio” em que muitos colégios paulistas fazem excursões para lá.
Com o inchaço de Porto Seguro, as pessoas começaram a fugir para o sul o que tornou Arraial e Trancoso – que mal tinham luz elétrica há alguns anos – destinos muito visados. Hoje as festas de réveillon destas cidades já são extremamente conhecidas. Sem dúvida essas cidades, além dos pontos turísticos históricos e das belas praias, contam com boa infra-estrutura de hotéis, restaurantes e transporte. Mas se o que você quer mesmo é sossego total, recomendo escolher algum destino próximo, mas menos conhecido.
Um desses destinos é Santo André, que aliás está ficando conhecida exatamente por ser uma alternativa à muvuca da região. Ela fica a 35km de Porto Seguro e para chegar, indo pela orla, é preciso atravessar o rio João do Tiba de balsa. O lugar promete praias belíssimas  e calmas aliadas a hospedagens charmosas. Vou ver de perto se essa promessa se cumpre e conto aqui em breve =) "
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Nina, moro em Santo André há quase 6 anos... acho que você não ficará desapontada. Boas férias!

segunda-feira, 2 de abril de 2012

A vida aqui na praia

Pousada Ponta de Santo André (Rogério). Abaixo, a estréia do veleirinho de Rodrigo e Cristiane


destroço de barco naufragado que aportou na nossa praia faz umas duas semanas

Alguém chamada Ana Luiza

No começo do ano passado preparei um post sobre a menina Ana Luiza, uma sobrinha de Cláudio vítimada pelo câncer após meses de tratamento rigoroso em hospital de São Paulo. Essa garotinha, pelo que me foi possível observar, atravessou esse abismo sem happy-end com uma coragem deslumbrante para tão pouca idade.   (a primeira nota sobre Ana Luiza está aqui)
À época, a mãe dela, Carolina Varela, colocava num blog chamado "vidAnormal", o jeito que eles acharam para lidar com um cotidiano pleno de exames de sangue, agulhas e diagnósticos. O subtítulo do blog diz assim "A vida é simples, até as coisas complicarem. A vida é bela, até algo feio surgir. Enfim, a vida é normal, até algo absurdamente inesperado acontecer." Mas ali -- que lindo, meu Deus -- também havia risada, esperança, amor, companheirismo.  Através da escrita, creio, a mãe procurava expressar seu dia-a-dia de hospital, organizar um pouco os sentimentos, talvez lutar contra a dor e contra o medo... Após a morte de Ana Luíza, o blog ficou quieto.  Até ontem, quando Carolina voltou a escrever no vidAnormal (link)