domingo, 30 de novembro de 2008

Hoje é o dia de Santo André


A data foi escolhida por uma razão trágica: 30 de novembro foi o dia da crucificação de André.
O martírio foi feito com cordas e com o santo de cabeça para baixo, no ano 60 D. C., em Patras, onde hoje é a Grécia – àquela época uma província romana, a Acaia. A cruz que lhe destinaram tinha a forma de X, e ficou conhecida como a cruz de SantoAndré.
Suas relíquias teriam sido trasladadas de Patras para Constantinopla e daí, segundo a lenda, para a cidade escocesa de Saint Andrews. Por isto, Santo André é o patrono nacional da Escócia, país que tem na bandeira o desenho da cruz em X.

Santo André, um dos doze apóstolos de Jesus, nasceu em Bethsaida, nas margens do Mar da Galiléia. Sendo judeu, certamente seu nome não seria André, mas talvez um correlato em hebraico ou aramaico. De acordo com o Evangelho de São João, André foi um dos primeiros seguidores de Jesus, juntamente com Pedro, de quem era irmão.

André pregou na região do rio Volga e acabou se tornando patrono da Romênia e da Rússia, também. É festejado tanto pela Igreja Católica como pelas Igrejas Orientais.
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fonte: Wikipédia e textos católicos.
Aqui no povoado ocorreram os festejos tradicionais na igrejinha. Estava prevista uma procissão, mas com as chuvas, não sei se aconteceu.

o Santo André de El Greco



Esta belíssima tela, representando Santo André e São Francisco,  era inteiramente desconhecida antes da Guerra Civil de Espanha (1936 a 1939). Estava guardada no convento de clausura das Irmãs Agostinianas da Encarnação de Madrid, e nesse convento o Estado a adquiriu em 1942. Pertence ao segundo período do pintor, e é admirável a força expressiva do desenho dos rostos, e sobretudo das mãos, extraordinariamente vivas. Tem a assinatura do autor no canto inferior direito, sob os pés de S. Francisco, numa cartela vulgarmente usada pelo artista.
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Marco Valsecchi - em “Grandes Museus do Mundo

Santo André molhado



Hoje de manhã cedinho, Cláudio e eu fomos dar uma volta no povoado, aproveitando-nos do intervalo entre as águas.
Continua a chover, quase incessantemente, o brejo no caminho para Santo Antônio encheu -- parece uma lagoa.
As ruas da vila, como prevíamos, estão empoçadas.


Não faz mal, o mais importante é a recuperação do lençol freático que estava à míngua.

O rio Acuba depois (e antes) das chuvas




As crianças voltaram a pular e brincar dentro d'água, e as mulheres a lavar roupa e louça no pequeno rio que passa dentro do povoado.

A Lan House do Joelson



É aqui, na antiga casa do belga, como passamos a chamar o marido de Joelma, que surgirá -- em breve -- a Lan House do Joelson.
O belga e Joelma foram trabalhar com turismo marítimo na rota Paraty/Rio de Janeiro. Com isso perdemos de vista aquele iate vermelho l-i-n-d-o que ele tinha fundeado na enseada. Para compensar, o casal está satisfeito com a mudança e com a experiência de viver em Paraty, pelas notícias que tive. E agora teremos esta nova lan house, uma excelente forma de ampliação da inclusão digital, aqui em Santo André. Para os jovens que moram perto do campo, diversão garantida.

A kombi nova do Santinho


Equipada com TV. Ou será DVD?
Enfim, algo que tem imagem e som.

sábado, 29 de novembro de 2008

Hoje é dia de Itália



Ontem li “O conto do amor” de Contardo Calligaris, um livro leve e fácil de ler (Companhia das Letras). Seu protagonista é um italiano que mora em New York e decide voltar ao país natal para desvendar o mistério da última conversa que tivera com seu pai antes deste morrer. O velho passara a vida imerso em estudos renascentistas e estava convencido de que vivera também no século XV quando trabalhara como ajudante do pintor Giovanni Bazzi, conhecido por Sodoma.
O pai contou-lhe que na juventude vivera uma experiência estranha no convento do Monte Oliveto Maggiore (o local tem afrescos de Sodoma), na Toscana. “Ao entrar no claustro, tive a sensação imediata, distinta, nítida de que conhecia os afrescos perfeitamente, cada cena, cada figura, cada pincelada".
Achei a obra pobre em recursos literários, embora tenha um ponto de partida interessante. Segue uma tradição narrativa gasta e bastante diluída, cujo marco genial foi “O nome da rosa”, de Umberto Eco; mas para quem está indo passar um mês em Florença pode servir como um guia de arte básico (e sofisticado). Lá estão as menções constantes a Brunelleschi – que está para Florença como Niemeyer para Brasília – à policromia do Duomo, à Sacristia Vecchia, aos palácios (Strozzi, Pitti, Spinelli), à Galeria Uffizi, a Caravaggio. Bom, a lista é imensa, estamos falando de Florença.
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foto do orfanato Spedale degli Innocenti, construído no séc. XV por Brunelleschi. Funcionou até o século XIX; hoje é um museu.

Bacco, by Caravaggio



Ano passado passei um dia inteiro dentro da Galeria Uffizi, em Florença. Saí acabada, mas valeu a pena: sou l-o-u-c-a por museu. Almocei lá dentro, no restaurante do último andar, e naturalmente, tomei vinho italiano.

Pouco depois me deparei com esta figura de Caravaggio. O rubor na face indica embriaguez? Inesquecível este Baco, sensual e lânguido, a mão direita acariciando um laço de veludo.

La bella figlia a Venezia




Presente sensacional de uma amiga de infância (Brasília): um final de Semana em Veneza para verem juntas a Bienal de Arquitetura.

Il principe




sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Gonçalo Tavares



Tirei todos os livros da estante grande e espalhei no chão; é preciso tirar a poeira, arejar, organizar. Pelo jeito, vai levar meses: leio as orelhas, a capa, as dedicatórias, anotações à margem.

É como ver foto antiga: entra-se na máquina do tempo.

Quando “O Senhor Brecht” apareceu, sentei na cama com ele. Lembrei que havia gostado muito de nosso primeiro encontro. São micro-contos de um autor angolano contemporâneo, Gonçalo M. Tavares, cujo romance “Jerusalém” venceu um dos prêmios mais respeitados em língua portuguesa (o Ler/Millenium). Sua escrita é simples, mesmo tratando de problemas universais complexos.

Levam à reflexão pela via do absurdo.

Seu estilo deveria arejar a cabeça de muitos teóricos que hoje escrevem tratados herméticos para anuviar o prazer de nossas leituras; parecem que não sonham mais e, talvez por isso, tornaram-se uma massa indistinta encastelada dentro de referências carimbadas da Academia.

Mas vamos às parábolas do Gonçalo.

Poesia



CONSTRUÍRAM uma prisão cujos limites exteriores eram redes onde, através da torção dos arames, se encontravam escritos alguns dos mais belos poemas dos principais poetas do país.

Essa rede de versos que contornava toda a prisão era elétrica: quem a tocasse apanharia um choque mortal.
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Gonçalo M. Tavares

dieta para emagrecer


Uma mulher gorda que queria perder peso chegou ao médico e disse:
Corte-me uma perna.
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Gonçalo M. Tavares

Desempregado com filhos



DISSERAM-LHE: só te oferecemos emprego se te cortarmos a mão.
Ele estava desempregado há muito tempo; tinha filhos, aceitou.
Mais tarde foi despedido e de novo procurou emprego.
Dissram-lhe: só te oferecemos emprego se te cortarmos a mão que te resta.
Ele esta desempregado há muito tempo, tinha filhos, aceitou.
Mais tarde foi despedido e de novo procurou emprego.
Disseram-lhe: só te oferecemos emprego se te cortarmos a cabeça.
Ele estava desempregado há muito tempo; tinha filhos, aceitou.
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Gonçalo M. Tavares

A beleza


NUMA CERTA cidade o arco-íris um dia apareceu e nunca mais foi embora. Durante um ano permaneceu no mesmo sítio do céu. Tornou-se aborrecido.

Um dia, finalmente, o arco-íris desapareceu e o céu ficou cinzento escuro por completo. As crianças dessa cidade, excitadas, apontavam para o céu cinzento e gritavam uns para os outros: olha, que bonito!

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Gonçalo M. Tavares

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Ricardo Freire, turista profissional

Ricardo Freire esteve em Santo André!

Não é pouco: atualmente é um dos mais descolados autores de guias de viagens.

Nas horas vagas, é publicitário, em todas as outras, turista profissional.

Em São Paulo vi uma pilha de livros e guias escritos por ele, logo na entrada da megastore FNAC. Um deles virou referência no gênero no Brasil: Viaje na Viagem - está na 5ª. edição.

O livro é divertido, útil, e cobre da arrumação da mala à cura da depressão da volta, passando por um banco de roteiros e um dicionário de 500 destinos.

O sucesso do livro rendeu um convite para ser editor de viagem da revista Vip, além de abrir o caminho para uma carreira de jornalista de turismo e autor de guias.

Ricardo Freire no Casapraia


"Antes de sair para o meu rali pelo litoral brasileiro, há pouco mais de dois meses, eu disse que esse não era o tipo de viagem em que eu poderia descobrir novos lugares ou rever conceitos. Felizmente, me enganei. Guiado por leitores (o Thiago e o Joaquim), descobri Barra Grande, lá no Piauí. E, sob a insistência de uma amiga querida (que não lê o blog), no finzinho da viagem mudei de opinião sobre um lugar: Santo André, na Bahia.


Não é que eu desgostasse de Santo André -- longe disso. Eu prezava seu sossego e suas areias desertas; já gostava muitíssimo de uma pousada, a Victor Hugo; e tinha ficado deslumbrado com a simpatia, a elegância e o arroz-de-polvo de Maria Nilza, na praia do Guaiú. Tudo isso, porém, não me parecia suficiente para me fazer abrir mão do Quadrado de Trancoso, do footing do Arraial d'Ajuda ou da beleza da praia do Espelho.
Só que, desta vez, conheci um lugar que me balançou.
Saí de Itacaré de manhã cedinho. Quando entrei com o carro na balsa de Santa Cruz Cabrália para atravessar o rio João de Tiba, eu já tinha rodado 524 km. Mal sabia eu, porém, que a viagem ainda estava por começar.

A Casapraia é um restaurante que funciona também como clube de praia. Cheguei tarde demais para aproveitar as tendas junto à areia, então pedi logo o cardápio.
Pois bem -- o cardápio não é só um cardápio. É um álbum de viagem dos donos da Casapraia, o Pablo e o Amadeo, dois argentinos que saracotearam pelo mundo inteiro antes de encontrar Santo André.
Cada prato é inspirado em alguma coisa que eles comeram em algum canto do mundo -- e em vez de vir descrito apenas com os ingredientes, vem também com as anotações de viagem do momento em que eles provaram aquilo.
Dá para ser lido como livro -- viaje na viagem gastronômica! Fiquei tão entretido, que por alguns instantes esqueci que não estava acompanhado
Em vez de pedir um dos pratos principais, decidi escolher duas entradas. A primeira, uma berinjela thai ensinada por um cliente. Agridoce, ardidinha, diferente de toda berinjela que eu já comi Segunda entrada: "otakes baianos" -- moquequinhas de siri envoltas por folha de bananeira, apresentadas à maneira dos otak-otak malaios (que vêm recheados com uma espécie de mousse de peixe).
Mesmo sob a ameaça dos bafômetros, não resisti a pedir um drink (unzinho só, vai) que me pareceu uma viagem sob forma líquida: sakerinha baiana -- uma caipirinha de sakê, abacaxi, leite de coco e alecrim.
Adorei -- mas eu diria que é uma pina... descolada!
De sobremesa, semifreddo de chocolate e chocolate branco (a razão pela qual eu decidi substituir o prato principal por uma segunda entradinha). Ao terminar o almoço, eu tinha certeza de que precisava voltar para uma temporada em Santo André -- quanto mais não fosse, para conseguir terminar de ler o cardápio :-)
A Casapraia só tem um defeito: não fui eu que descobri. Os poucos e bons que já passaram por lá ficaram tão encantados quanto eu. Não há absolutamente nenhuma novidade em nada disso que eu escrevi daqui para cima.
Felizmente sobrou uma notícia para eu dar em primeira mão. Oba!
Semana passada a Casapraia inaugurou um bangalô espetacular, com deck e ofurô, num estilo que eu definiria como japa tropical: minimalista, mas arejado e integrado à paisagem. Não vi como ficou depois de decorado, mas só pelo trailer eu já incluiria o lugar tranqüilamente na minha lista de superbangalôs de praia (e o que é mais interessante: na faixa de preço mais em conta)."
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A foto é do restaurante CasaPraia.

Não deixem de ver as fotos do Ricardo, ainda mais que hoje talvez não tenha imagem no blog porque a internet está operação tartaruga. Pena, sou adicta de imagens; adoro a brincadeira de juntar a foto com o texto... oh, well.

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Porto Seguro, na Bahia.


mensagem para um amigo



Caro amigo:
Foi com atenção que li seus comentários. Obrigada por se manifestar! Gostei de saber que você visita o lugar, deixou-me contente.

Veja bem: o blog não tem exatamente uma “linha editorial.” Vejo agora a necessidade de escrever que – até com alguma freqüência – as postagens baseadas em textos dos outros não, necessariamente, expressam meu ponto de vista “real”. Este pequeno caderno de anotações é mesmo uma rede furada, uma colcha de retalhos, um especialista em generalidades.
Que traz, inclusive, visões antagônicas: creio que a variedade possibilita discussões plurais, mais ricas...No contexto multicultural em que vivemos imersos, é vital aprendermos a lidar com opiniões múltiplas e conflitantes. Todo mundo sabe disso, mas como é difícil! Tenho sofrido e “apanhado” muito nesta rota; mas não desisto e penso como você: não traz prejuízo à amizade se tivermos cabeça.

Aceito, com naturalidade, seu ponto-de-vista sobre a questão política na Venezuela; conheço várias pessoas – cujo pensamento eu respeito – que compartilham sua opinião.
Normal.

É que tenho uma desconfiança instintiva pelos dirigentes “agarrados” ao poder, como Kim Jong-il, da Coréia do Norte, Fidel Castro (saiu, afinal, mas só quando ficou doente), Robert Mubage (Zimbábue), Hugo Chaves, na Venezuela e tantos outros...

Sobre a parte da rede social: há um certo sentido saber quem casou, quem construiu casa, quem partiu e quem chegou. Eu curto, e sei que outras pessoas também, porque me disseram isso: estão longe e gostam de saber notícias do povo daqui, ver foto...

Por falar nisso, domingo passado nasceu Ismael, filho de José Luís e Andreza, neto de Virginia Mares. Com saúde, bem vermelhinho e cabeludo, o moleque.

Agora que percebi como você entende bem o português escrito fico mais confiante. No meu caso, tive que recorrer ao dicionário para entender sua carta em italiano, mas não se preocupe, gosto demais de dicionários e linguagem.

Escreva mais!

Alimentação do povo chines



Os alimentos mais tradicionais são o arroz, a soja, o peixe, a carne de porco e os legumes. Há pratos que nós, ocidentais, consideramos "estranhos", como a carne de cachorro, gato, cobra, gafanhoto, e até mesmo o escorpião e a barbatana de tubarão.
A culinária chinesa nasceu com os primeiros povos que habitaram aquelas terras, há mais de 4 mil anos. Mas a comida não é feita de qualquer jeito: os cozinheiros chineses têm um princípio baseado no taoísmo, o ensinamento deixado por filósofos chineses antigos.
A alimentação chinesa pode ser dividida em estilos de cozinhar do norte e do sul. Em geral, os pratos do norte são oleosos, sem serem enjoativos, e os sabores do vinagre e do alho tendem a ser mais acentuados. As massas desempenham um papel importante na cozinha do norte: talharim, pastéis do tipo ravióli, bolos recheados no vapor, bolinhos de carne, e pão assado no vapor são prazeres favoritos feitos de farinha. As cozinhas de Pequim, Tientsin e Shantung são os estilos mais conhecidos.

terça-feira, 25 de novembro de 2008

Os argonautas estão chegando


Chegou Giampi primeiro; ontem o Massimo e os fratelli Franco e Luciano. Elisabeta e o marido americano também chegaram, estão em casa de Lolla e Nardo. Todos para temporada de 4 a 5 meses.


No Santana's, ontem, a língua italiana só não predominava porque havia 4 visitantes brasileiros, hóspedes da Pousada Ponta de Santo André e dois amigos da Dudu, de São Paulo.
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(o ravioli aos 4 queijos do Arosio estava di-vi-no...)

Paradigma do caos


Samuel P. Huntington, de Harvard, é o autor de "O choque de civilizações", um livro contemporâneo que já é um clássico entre os acadêmicos globais.
Lá, ele descreve o paradigma do caos:
"Quebra no mundo inteiro da lei e da ordem, Estados fracassados e anarquia crescente, onda global de criminalidade, máfias transnacionais e cartéis de drogas, declínio na confiança e na solidariedade social, violência étnica, religiosa e civilizacional e a lei do revólver predominam em grande parte do mundo."
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Ninguém me avisou o dia em que o caos começou.

incêndio em Santo André




A mata, antes e depois do incêndio de 2009.
Por pouco, Santo André não se acaba em fogo....

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Carta a dois amigos



Caríssimos:

Bom ter notícias suas, principalmente saber que estarão de volta na próxima semana.

Após a temporada paulistana, onde encontrei pessoas queridas e tomei minha clássica overdose de cultura, encontrei Santo André debaixo das águas típicas de novembro. Chove ininterruptamente, desde quinta-feira; depois do incêndio temos a benfeitoria da água.

Sábado à noite um (surpreendente) público na nossa noite de cinema. Mais turistas do que eu imaginara, inusitada para a época e a noite molhada. Passamos o filme do Wong Kar-Wai, o do beijo roubado de Norah Jones. Marcelo montou um ambiente interno alternativo (naquela sala de jantar que adoro). Creio que a maioria apreciou o filme: elenco bonito, trilha musical boa e cores fortes sempre atraem nosso olhar, tão viciado em imagens. Pessoalmente, fiquei desapontada. A idéia do roteiro é legal, um filme de estrada, a correspondência do par romântico via cartões-postais, o deslocamento contínuo da protagonista trabalhando de garçonete pelas cafeterias americanas; porém o diretor se perdeu na rota dele...Há seqüências que beiram o dramalhão, malgrado alguns planos criativos.

Não foi a opinião de todos. Pelo email recebo uma impressão: “muito bom o filme, música maravilhosa, os atores + ainda. Um filme suave c/toque de drama, de amor e de amizade.” Percebi que as pessoas que optaram pela sala porque não queriam ver o filme, acabaram se voltando para a tela e foram das mais interessadas.

Marcelo, Adriana e Bilu conduziram profissionalmente o restaurante, tudo fluiu com suavidade, o serviço, a comida, as luzes. Diria até que não fizeram falta... não fora o fato de que vocês são insubstituíveis!

O melhor de tudo foi ouvir as risadas dos hóspedes da Suíte CasaPraia, o eco chegava até nós (contagiante); a cortina de plantas e palmeiras do paisagismo permitiu-lhes total intimidade. Creio que o som do cinema contribuiu um pouco para o clima ambiental intimista; me deu vontade de ser hóspede ali...
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foto: cortesia do blog santo-andre-ba.com

Amarai cresceu e me esqueceu


Trocou-me por um violão e uma bateria

Jorge Pontes, prefeito de Santa Cruz Cabrália


Excertos da entrevista que o Ray Rangel fez com o novo prefeito de Cabrália.
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O que Cabrália pode esperar de Jorge Pontes? Todos nós sabemos que não existe “salvador da pátria”. A última vez que se criou essa imagem foi na eleição de Collor e a gente viu no que deu. O que nós nos propusemos a fazer e todos entenderam e nos apoiaram, foi construir uma cidade juntos, pois a cidade pertence a todo o povo que nela mora. Tenho cruzado com as pessoas sem aquele pessimismo que se via meses atrás. Notamos uma aura de esperança nas pessoas que ainda comentam: “isso vai acabar, ano que vem vai melhorar”. Posso antecipar, sem medo de errar, que quem votou em Jorge Pontes não se arrependerá. Nós temos belos projetos e iremos construir essa cidade, juntos, isso é um compromisso de campanha. O povo acredita nisso, a gente sente nas ruas, em todos os lugares

Em que situação você espera encontrar a prefeitura de Cabrália? O que mais nos preocupa agora é a situação de inadimplência da prefeitura com relação aos servidores públicos. Espero sinceramente que o gestor atual seja mais responsável. Que tenha aprendido a lição que a Justiça tem lhe mostrado, já que nem seu registro da candidatura obteve sucesso. Que cumpra com sua obrigação que é pelo menos pagar o servidor até 31 de dezembro. Acredito que a comunidade inteira tem percebido que nos últimos quatro anos houve uma tremenda irresponsabilidade, muito embora tenhamos a Lei de Responsabilidade Fiscal. Agora mesmo fomos surpreendidos pela demissão em massa de quase trezentos servidores - quando na verdade pela legislação eleitoral ele estaria impedido de fazê-lo. Por força de uma medida liminar foi obrigado a reintegrá-los. Ele contratou, o pessoal trabalhou na campanha dele, e agora se viu obrigado a readmiti-los e pagá-los, o que é mais grave. A Lei de Responsabilidade Fiscal é dura com relação aos gestores que cometem erros. A lei é clara, não podem ficar débitos pendentes para o exercício seguinte sem que haja o correspondente saldo de caixa. Baseado na lei isso nos dá um certo conforto, mas a pergunta é: será que o gestor vai cumprir o que a legislação determina? Eu espero que ele cumpra, até porque poderemos herdar uma situação que inviabilize o primeiro ano do nosso governo por dívidas passadas.

Como será o período de transição?
O Tribunal de Contas dos Municípios baixou uma resolução que obriga os atuais gestores a fazerem a transição através de comissões com pessoas da prefeitura e de nossa confiança. Teremos acesso aos extratos bancários, folha do pessoal, precatórios, enfim, todo o retrato da administração. Isso feito teremos uma radiografia da situação para que possamos nos programar e montarmos nossa equipe.
Vamos voltar a ter uma Secretaria de Educação, Cultura e Esporte, com departamentos que funcionem, que tenham autonomia para planejar e executar nossa política de cultura e da mesma forma o esporte.

sábado, 22 de novembro de 2008

Um beijo roubado, filme de Wong Kar-Wai


É o filme que o Cinecajueiro exibirá hoje à noite (21hs.) no restaurante Casapraia. Ainda não vimos o filme, Cláudio e eu; sei que a crítica se dividiu.
De qualquer maneira, ver um filme dirigido por Wong Kar-Wai é sempre um bom programa, mesmo que seja uma obra menor.
Abaixo, artigo do crítico de cinema, Luis Carlos Merten..
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"The Blueberry Nights abre daqui a pouco, oficialmente, o 60º Festival de Cannes. Vieram o diretor Wong Kar-wai e a dupla principal, Norah Jones e Jude Law. Muitos coleguinhas, incluindo do Brasil, torceram o nariz. Eu gostei! Elaine Guerini foi mais longe - queria comer torta de mirtilo, beijar o Jude Law. A torta é muito importante. Blueberry quer dizer mirtilo, seja lá o que isso significa. Me informam que é uma fruta parecida com amora. Wong Kar-wai queria que a torta fosse de strawberry (morango), mas aí perguntou a Norah qual a torta que ela mais odiava. Norah respondeu que era a de mirtilo. Kar-wai a fez comer quilos dessa torta. Pelo visto, é um autor que tortura suas mulheres para deixá-las mais belas. Norah jura que nunca havia pensado em ser atriz. Um dia lhe liga este cara de Hong Kong. Ela achou que Kar-wai queria usar sua voz no filme, alguma canção, quem sabe. Ele queria sua presença física. Queria que ela fosse atriz e, para marcar bem, disse que não ia usar nenhum disco dela na trilha. Norah assistiu ao DVD de In the Mood for Love (Amor à Flor da Pele). Embarcou na hora. Kar-wai continua in the mood for love. My Blueberry Nights conta a história dessa dupla. Aguardem - este beijo vai entrar para a história. Kar-wai filmou em cinemascope. Formato widescreen. A tela larga não parece a mais indicada para uma história tão intimista. Como no caso de certos autores que usam o plano contínuo, ou a profundidade de campo, o espectador constrói seu plano. Saí do cinema nas nuvens. Espero que vocês tenham a mesma sensação que eu."

La Madonna della Seggiola


By Rafael Sanzio

Maria Edoarda (DUDU) Santo André



Dudu foi a primeira italiana a chegar em Santo André. Aqui, ela é mais conhecida que farinha. Seu aniversário de 80 anos foi memorável. Na festa-surpresa organizada por amigos, em 2006, não tinha menos de 300 pessoas.
Foi lá no casarão que hoje abriga o IASA. Colocaram bandeirolas com as cores da Itália, muita comida e bebida, e a música foi de uma banda legítima, daquelas de Belmonte.
Aqui na chegada, à festa, com o Oscar. Todo mundo chorou.

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

René Magritte


Meio mundo deve ter visto o "doodle" que 0 Google colocou hoje no ar, de uma obra do artista surrealista belga René Magritte, que hoje, 21 de novembro, completaria 110 anos.
O site http://uninuni.com/doodle/ esclarece:
“Você sabe o que é um doodle?
Doodle é um desenho ou esboço feito por alguém quando se está prestando atenção ou fazendo outra coisa. Em suma, são rabiscos do tipo que todo mundo faz na última folha do caderno ou quando está ao telefone.

O Google também tem seus doodles. Ou nunca notaram que às vezes o Google muda o logo de sua página oficial?”
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ótimo, o trocadilho google/doodle

a exposição de Elisa Bracher



Uma pessoa amiga de Santo André, a Geno Riva foi a responsável pelas montagem da exposição de Elisa Bracher, fotógrafa que iluminaou uma postagem recente do redefurada.

Trabalhei como secretária do pai dela (Fernão Bracher), quando ele foi presidente do Banco Central. As duas filhas do meu antigo chefe deram para artistas: Elisa, fotógrafa, e Beatriz, escritora. Um dos varões, Cândido seguiu a carreira do pai.

Em 6.2.2005, a Gazeta Mercantil anunciava:
“Aos 70 anos, Fernão Carlos Botelho Bracher vai pendurar as chuteiras. Até o fim do mês, o banqueiro deixa a presidência do Itaú BBA para assumir um assento no conselho de administração. Seu posto será ocupado pelo herdeiro Cândido Botelho Bracher que, assim como o pai, é oriundo da estrutura original do BBA.”

Geno deve muito ser competente no que faz: exigente, a família Bracher é finíssima e tem – pelo menos na minha memória – aquele tipo de elegância que passa longe dos novos ricos.
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a foto é do acervo da BBC (Londres). Obra de Elisa Bracher

Tereza Hiltbrunner


Tereza, acho que escrevi o seu sobrenome errado... só quero lhe dar um abraço atrasado pelo aniversário. Não estava aqui no dia, mas soube pelo Cláudio que a paella que o Allan preparou lá no Gaivota estava deliciosa.
Não sabia que o suíço é versado em culinária espanhola...
Meu desejo voltado para você é que a casa que você está construindo fique bem gostosa e alegre, assim como esse sorrisão que você põe no rosto.

Página policial


Fomos até Santo Antônio apanhar a bicicleta na lojinha de consertos. A conversa lá não poderia ser outra: os roubos em residência que estão acontecendo na vila.
Dois dias atrás, assaltaram o Luís (do viveiro de plantas) à mão armada, com invasão de domicílio.

Roubaram até a casa do pastor Paulo, da igreja evangélica.

Ontem de manhã, a CTU – a tropa de elite da polícia militar daqui – se deslocou de Cabrália para Santo Antônio. Os bandidos estavam entocados numa das ilhas do mangue e contavam com armas pesadas, segundo os comentários.

Houve tiroteio, ninguém da polícia se feriu. Foram embora levando um dos bandidos – morto – e os outros, dizem, estão agonizando no manguezal.
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a foto é da praia da Ponta de Santo Antônio

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

a profissão de estilista




Visitei a exposição da artista belga Isabelle de Borchgrave que apresenta uma coleção de réplicas de trajes históricos, em tamanho natural ( forma tridimensional), feitos de papel, com técnica de tromp l'0leil.

Isabelle reproduz estampas de vestes históricas (claro que havia um vestido de Maria Antonieta e vários de Coco Chanel), os bordados, as estampas, os sapatos, tudo é perfeito.
Percorri a galeria da FAAP com essa moça que mora na Alameda Itú -- e tem chão em Santo André -- o que só acrescentou prazer, pois além de bom gosto e criatividade, ela sabe um tanto sobre a história da moda. E como sou curiosa pra tudo...
A exposição vai além: a gente não pode deixar de sentir a questão do tempo, da impermanência da moda, da transitoriedade do papel e de tudo que tem vida.
Como diz o texto de Denise Pollini, no catálogo da exposição: “ao recriar modelos significativos da história da moda no papel, retirando a morbidez da memória do corpo que os habitou e a lembrança da perda, ela retira também o aspecto frenético da moda e nos apresenta a possibilidade da contemplação, como se pudéssemos parar por um instante o carrossel delirante da moda."
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Camila, você foi muito lembrada.

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Mallu Magalhães



Ontem à noite fomos – eu, Caio e seus amigos – ao Bourbon Street ver o show da Mallu Magalhães & sua banda. A moça não é uma Billie, nem uma Nina, mas Ella tem apenas 16 anos, é afinada, compõe, tem atitude e swing, toca banjo, violão base, escaleta e gaita. É um pequeno fenômeno.

Fui dormir na madrugada, passei o dia como uma sonâmbula, mas a-m-e-i o som da moça, repertório em folk, MPB e rock clássico. A moça estourou, e veio via My Space, o site de relacionamento que virou plataforma de lançamentos musicais.

A Bravo! de outubro tem matéria sobre ela:

“A paulistana Mallu Magalhães, de 16 anos, inicia outubro como uma das atrações do Video Music Brasil, o badalado prêmio da MTV. A cantora foi indicada em três categorias: revelação, melhor show e artista de 2008.
Mais do que um fenômeno, Mallu é uma guerrilheira, expressão disparada pela própria menina para se referir às estripulias que anda aprontando. O motim em que se engajou, colorido, irreverente, frenético, já arrebanhou jovens artistas de outras partes do mundo e se orgulha por contabilizar ao menos uma façanha: implodir a lógica que costumava nortear a indústria fonográfica. No Brasil, a revolução se insinua desde a virada do século 20 para o 21, mas ainda não havia encontrado representante à altura —alguém que, em questão de meses e usando a internet como trampolim, saísse do anonimato, conquistasse uma legião de admiradores e alcançasse a mídia tradicional sem o auxílio de nenhuma gravadora. Agora encontrou.

A história de Mallu Magalhães é sensacional. Mas não valeria nada caso seu disco de estréia fosse um grande desapontamento. E isso é justamente o que ele não é. Desde o início de sua confecção, tudo deu certo. O empresário de Mallu sonhava com Mario Caldato Jr. na produção e mandou o link do MySpace dela para que fosse avaliado. Mario achou o trabalho interessante e quis ir a um show para ver Mallu em ação. Percebeu então que ela era "de verdade". No estúdio, Mario, Mallu e seus músicos conviveram por duas semanas. Apelidado por ela de Marioca, o produtor logo entendeu que estava lidando com uma artista extremamente criativa e travessa.... (...) "
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se alguém quiser ouvir o som da menina, o URL do MySpace é
http://www.myspace.com/mallumagalhaes

Bourbon Street Music Club


O lugar é famoso pelos shows com grandes nomes do jazz. Já recebeu astros do porte de Buddy Guy e B.B. King (há uma réplica da célebre guitarra Lucille numa vitrine).
King é considerado uma espécie de padrinho da casa: foi o primeiro artista a se apresentar no palco do Bourbon.
Os ambientes da casa são espelhados nos night clubs de New Orleans, e a cozinha apresenta pratos da culinárias "cajun" e "creole". Vive lotado.


terça-feira, 18 de novembro de 2008

a teia de ariadne



Pedi-lhe para deixar-me passar um pouco de sua escrita pela rede furada; agora, um fragmento poético seu grudou-se aos retalhos desta colcha mal alinhavada e inacabada, por definição.

O exercício de escrever remete à clássica comparação com as figuras de Penélope e seu engenhoso artifício de tecer a mortalha de Laertes durante o dia para desfazê-la à noite (enquanto espera pela volta de Odisseu), da princesa Ariadne que forneceu o fio de lã que orientou Teseu no seu percurso no labirinto do Minotauro, de Aracne, a tecelã que urdia suas histórias em tapeçarias belas ao ponto de despertar a ira da deusa Minerva: seu castigo foi virar aranha e tecer pela eternidade.

Deve estar contando histórias até hoje. Ela e Sherazade.

Escolher caminhos é tarefa incessante: há fiapos, fios e fibras óticas em cantos e recantos. Qualquer texto traz embutido o desafio da interpretação. Lendo sua escrita, escolhi uma vereda para adentrar: surgiram sensações de nostalgia, de alegria, de saudade.

Veio também a (malfadada?) esperança de parar os cataclismos de qualquer espécie e de extinguir a dor... mas talvez essa seja outra rede furada.
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Torço para você continuar escrevendo e despertando sensações.

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Le déjeuner sur L'Herbe


Jardins do Museu da Casa Brasileira que conta com um agradabilíssimo restaurante ao ar livre, onde ficamos sob guarda-sóis.
Obrigada à família que me levou (e ao meu filho) para conhecer o local.
Para ficar na memória do nosso (re)encontro.

Museu da Casa Brasileira



Quase não penso mais no meu antigo emprego, a não ser para me felicitar intimamente por ter feito a escolha profissional certa. De uns dias para cá, curiosamente, nossas linhas estão voltando a se cruzar, seja por um crachá, uma poesia, uma colega que vai passar uns dias em Santo André ou uma exposição, como a de Elisa Bracher, filha de um antigo chefe.

Domingo passado, um dia intensamente iluminado e fresco, fui almoçar no restaurante que fica nos jardins do Museu da Casa Brasileira. Aproveitei para conhecer o acervo do Museu e ver a exposição temporária que – para meu encanto – era justamente a das fotos de Elisa.
A artista fez um estudo da Favela da Linha, daqui de São Paulo, resultando uma obra que permite ler a comunidade através da criatividade de seus moradores (que não aparecem nas fotos). A singularidade é expressa pela forma e pelas cores das moradias, sem aquele jeito de “tudo igual” que normalmente é imposto às favelas pelo olhar comum. Pelo contrário, cada casa, cada barraco, aparece de uma forma vívida, com um aproveitamento perfeito dos efeitos da luz e da cor. Dava uma vontade enorme de tocar as fotos, os painéis pareciam ter relevo, massa corrida, rachadura...

Em contraponto, Elisa percorreu sete estados nordestinos e realizou um segundo ensaio fotográfico nas cidades de origem dos migrantes, registrando suas antigas moradias, bem menos amontoadas, menos remendadas e até mesmo dentro de paisagens.

Deve ser por isto que lá em Santo André quase ninguém se interessa em migrar para as cidades grandes. O pessoal fala que “se é pra sofrer, pelo menos que seja num lugar bonito.”


vende-se barco



Por enquanto é só um casco, sentado em Santa Cruz Cabrália, na outra margem do rio.

Durante a travessia de balsa me pediu uma sugestão para o nome.

“Macanudo”, me veio de repente.

Riu, e preferiu a tradução: “Bacana”.

Bacana será.

Os gauleses


Asterix

HQ forever


Calvin and Harold