quarta-feira, 16 de abril de 2008

Marcenaria Tânia, de Santa Cruz Cabrália





Trabalho da Marcenaria Tânia - Santa Cruz Cabrália
(nossa casa em construção)
fotos: Amadeo Romero

Susan Sontag, Contra a Interpretação


Susan Sontag (1933-2004) foi uma famosa escritora, crítica de arte e ativista estado-unidense. Graduou-se em Harvard e destacou-se por sua defesa dos direitos humanos. Publicou vários livros, entre eles, A vontade radical, Assim vivemos agora, O Benfeitor, Contra a Interpretação e Na América, pelo qual recebeu em 2000 um dos mais importantes prémios do seu país, o National Book Award. Num de seus últimos artigos, publicado em maio de 2004 no jornal The New York Times, Sontag afirmou que "a história recordará a Guerra do Iraque pelas fotografias e vídeos das torturas cometidas pelos soldados americanos na prisão de Abu Ghraib.

Contra a interpretação - Susan Sontag

"O que é importante hoje é recuperar os nossos sentidos. Temos de aprender a ver mais, a ouvir mais, a sentir mais. A nossa tarefa não é descobrir numa obra de arte o máximo de conteúdo, e ainda menos espremer mais conteúdo de uma obra do que aquele que já lá está. A nossa tarefa é reduzir o conteúdo de modo a podermos ver realmente o que lá está.
O objetivo de qualquer comentário sobre a arte deveria ser nos nossos dias tornar as obras de arte – e, por analogia, a nossa própria experiência – mais, e não menos, reais para nós. A função da crítica devia ser mostrar como é o que é, ou mesmo que é o que é, em vez de mostrar o que significa. Em vez de uma hermenêutica precisamos de uma erótica da arte.

terça-feira, 15 de abril de 2008

Andrei Tarkovski e a nostalgia
















"Uma imagem é uma impressão da verdade que Deus nos permite ver, com os nossos olhos cegos", escreve Tarkovski no seu diário. A nostalgia é todo um sentimento. Dito de outra forma, podemos sentir nostalgia continuando no nosso próprio país, ao lado dos mais queridos. Apesar de uma casa feliz, uma família feliz, um homem pode sofrer de nostalgia, simplesmente porque sente que a sua alma está limitada, que não se desenvolve como ele deseja. A nostalgia é essa impotência diante do mundo, essa dor de não poder transmitir a sua espiritualidade aos outros. É o mal que ataca o herói de "Nostalghia": ele sofre por não conseguir ter amigos, por não conseguir comunicar. Esta personagem diz: «É preciso destruir as fronteiras», para que todo o mundo viva livremente a sua espiritualidade. Ele sofre também porque o seu carácter não se adapta à vida moderna. Não consegue ser feliz face à miséria do mundo."

segunda-feira, 7 de abril de 2008

Attalea funifera Martius



A palmeira Attalea conhecida por piaçava ou piaçaba, é espécie nativa e endêmica do sul do Estado da Bahia.

sábado, 5 de abril de 2008

O melhor piano do mundo

Numa canção de 1915, I Love a Piano, o grande compositor americano Irving Berlin não teve dúvidas e homenageou o melhor deles com uma rima muito divertida e quase intraduzível: “I know a fine way/ To treat a Steinway”. A própria canção, uma bela melodia gravada por muitos intérpretes, como Michael Feinstein (num Steinway, evidentemente), era uma prova de que Berlin sabia tratar bem o instrumento. No verso seguinte, ela diz: “I love to run my fingers/ O’er the keys, the ivories” – como se o autor dissesse que só num Steinway é possível correr os dedos sobre as teclas de marfim com tanto prazer. Afinal, é isso mesmo o que o distingue dos outros pianos: na linguagem dos músicos, sua capacidade de “responder” aos movimentos.

Tom Jobim era outro que sabia como acariciar um Steinway. Nos últimos anos de vida, mantinha o seu no apartamento de Nova York, aonde ia nas temporadas em que precisava trabalhar com afinco, sem as distrações naturais e femininas do seu Rio de Janeiro. Se a maioria dos compositores da MPB trabalhava e trabalha com violão, Tom, grande admirador de Berlin e da música americana da primeira metade do século XX, sempre compôs ao piano – e é possível dizer que vem daí a sofisticação harmônica que trouxe para o cancioneiro nacional. Portanto, a música brasileira, admirada como é em todas as latitudes, também tem uma dívida com o Steinway.

quarta-feira, 2 de abril de 2008

você se lembra da casinha pequenina....

a casa de Sérgio e Themis (irmã e cunhado) na Rua da Linha do Telegráfo

Natal, Rio Grande do Norte (texto de Noeli Nobre)

Amei o Rio Grande do Norte, estado maravilhoso. O paraíso é ali no Nordeste - região de cultura forte, de personalidade. Natal é cidade pequena, se comparada a outros centros urbanos do país, mas é lugar que reúne diversidade. Ali, convivem a cultura sertaneja em seus sabores exóticos e a da capital, estão presentes o nacional e o internacional. Só espero que os estrangeiros não nos roubem o paraíso.
Passei sete dias no Rio Grande do Norte neste mês de março, cinco em Natal e dois em Pipa. No período que fiquei em Natal, passeei pelo litoral norte. Fui a Genipabu e a Jacumã. Mergulhei em Maracajaú e nadei em Punaú. De ônibus, atravessamos o sertão, rumo a Galos e Galinhos, local quase intocado. Vi dunas tão bonitas, me lembraram os Lençóis Maranhenses. Também reservei um dia para ficar em Natal. Fui ao forte dos Reis Magos. Passei pelo centro histórico. Almocei no Mangai, self-service de comida regional. Não encarei a buchada de bode, mas me deliciei no arroz de queijo e nas macaxeiras, que eu chamo de mandioca. Andei pelo centro da atualidade. Natal tem bons restaurantes. Gostei do Camarões, na Ponta Negra, e olha que não como camarão.
Por falar em Ponta Negra, fiquei hospedada no hostel Lua Cheia, o mais famoso do Brasil. Em forma de castelo medieval, o estabelecimento tornou-se um ponto turístico. Observe cinco minutos apenas e perca as contas de quantas pessoas param na frente para tirar foto. Imagino que o proprietário, quando o construiu, há uns 20 anos, não tinha pretensão nenhuma. Veja que rumo a coisa tomou. Sem contar que fiz tantos amigos. Cada dia estava em um grupo diferente. Por fim, fui para Pipa. Um colega de trabalho foi me encontrar. Alugamos um carro e descemos. Digamos que eu teria preferido Pipa fora do feriado (era Semana Santa). A cidade estava lotada de jovens, moças bem arrumadas, azaração total. Legal, mas não era esse meu objetivo ao ir para Pipa. Queria mesmo era curtir as praias e preferi as dos arredores, como a do Madeiro e a Barra do Cunhaú. No Madeiro, vimos golfinhos; no Cunhaú, tomamos um banho de rio delicioso.

No último dia, voltamos a Natal pela Rota do Sol. Vimos mais praias, dunas e falésias. Paramos em Búzios para um último mergulho. Fui de biquíni direto para o aeroporto, troquei de roupa lá. E embarquei para Brasília, com uma sensação de que poderia ter ficado uns dias a mais no Rio Grande do Norte. Da próxima vez, quero ir a São Miguel do Gostoso.