Chega-se ao número quatro mil da Av. Litorânea por ponte ou balsa, vindo de Natal. Distante, distingo a casa de meu irmão: a biruta multicor em cima do hangar, o nome ULTRALEVE, as dunas, a pista de decolagem, o descampado. Em frente ao mar, na frente das dunas. Combinam como um par de colchetes, a figura e a casa.
Quatro adultos, quatro adolescentes, a família do caseiro, dois cachorros, era só vagabundagem naqueles dias. Vivia-se de mar e de duna. Ou banhos na lagoa da vizinha, mesmo com o cartaz: PROIBIDA A ENTRADA DE ESTRANHOS. A gente rastejava para ludibriar o vigia, engolindo riso e areia. Fatalmente ele nos descobria pois um dos cachorros era preto como o Cão e reluzia no alvo da duna.
De qualquer maneira o vigia era péssimo em seu ofício. Fora caseiro na casa de meu irmão, viera com a mulher. Salete não tardou a se envolver com outro homem do lugar. Pois bem, quando o vigia ia vigiar a lagoa não ficava ninguém para fiscalizar a mulher do vigia. Daí ela enchia o vigia de chifres com o fulano que se chamava Augusto Xavier. Acabaram desaparecendo, e ainda levaram um dos cachorros do vigia.
O caseiro atual tem família completa e outro tipo de percalço: foi cortar os pentelhos com a tesourinha e sem querer arrancou uma lasquinha da cabeça do pau. Inflamou tudo, já tem “dois mês sem transar”, lamentava-se a mulher.
Depois choveu muito, fizemos da casa um cassino: campeonato de gamão, sinuca, mankala, comida boa com muito vinho, risadas, conversas. Embora o melhor de tudo fosse flanar ao vento da varanda olhando o descampado os coqueiros o mar as charnecas e viajando cada vez mais para dentro.
Foi nessa época que a vontade de ficar quieta (e inquieta) numa pequena comunidade na beira do mar ficou mais forte. Passamos em Morro de São Paulo, sou chegada com a Bahia, com ilhas. Vimos uma pequenina casa pela qual nos pedem uma pequena fortuna. O coração bateu forte com o lugar e o endereço poético:
“Beco dos Elefantes, degrau 136. Morro do Farol, Ilha de Tinharé”.
Quatro adultos, quatro adolescentes, a família do caseiro, dois cachorros, era só vagabundagem naqueles dias. Vivia-se de mar e de duna. Ou banhos na lagoa da vizinha, mesmo com o cartaz: PROIBIDA A ENTRADA DE ESTRANHOS. A gente rastejava para ludibriar o vigia, engolindo riso e areia. Fatalmente ele nos descobria pois um dos cachorros era preto como o Cão e reluzia no alvo da duna.
De qualquer maneira o vigia era péssimo em seu ofício. Fora caseiro na casa de meu irmão, viera com a mulher. Salete não tardou a se envolver com outro homem do lugar. Pois bem, quando o vigia ia vigiar a lagoa não ficava ninguém para fiscalizar a mulher do vigia. Daí ela enchia o vigia de chifres com o fulano que se chamava Augusto Xavier. Acabaram desaparecendo, e ainda levaram um dos cachorros do vigia.
O caseiro atual tem família completa e outro tipo de percalço: foi cortar os pentelhos com a tesourinha e sem querer arrancou uma lasquinha da cabeça do pau. Inflamou tudo, já tem “dois mês sem transar”, lamentava-se a mulher.
Depois choveu muito, fizemos da casa um cassino: campeonato de gamão, sinuca, mankala, comida boa com muito vinho, risadas, conversas. Embora o melhor de tudo fosse flanar ao vento da varanda olhando o descampado os coqueiros o mar as charnecas e viajando cada vez mais para dentro.
Foi nessa época que a vontade de ficar quieta (e inquieta) numa pequena comunidade na beira do mar ficou mais forte. Passamos em Morro de São Paulo, sou chegada com a Bahia, com ilhas. Vimos uma pequenina casa pela qual nos pedem uma pequena fortuna. O coração bateu forte com o lugar e o endereço poético:
“Beco dos Elefantes, degrau 136. Morro do Farol, Ilha de Tinharé”.
Um comentário:
Ja fiquei bem pertinho deste lugar.
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