sábado, 17 de novembro de 2012

a polêmica construção de BELO MONTE



A construção da hidroelétrica de Belo Monte tem gerado discussão, paixão e polêmica – geralmente condenatórias à obra. Para contrabalançar, deixo aqui um artigo em DEFESA de Belo Monte, escrito por Caio Botelho, uma liderança no movimento estudantil universitário no estado da Bahia. É autor do blog Soletrando a Liberdade
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Ao longo de cinco séculos as riquezas deste país vêm sendo saqueadas com pouco benefício para o povo brasileiro. O maior inimigo da natureza é a desenfreada sanha dos capitalistas de plantão pelo lucro, prontos para destruir tudo o que vêm pela frente, sem nenhum critério ou controle.
"Lavadeiras do rio Piabanha" tela de Carlos Gomes
Por outro lado, existem os que defendem que os recursos naturais devem permanecer intocáveis, e que qualquer ação humana deve ser interpretada como uma grave agressão ao futuro da humanidade. Em regra, os defensores desse ponto de vista são pessoas de classe média e moradores das grandes cidades. Parecem ignorar o fato de que, em regiões como a floresta Amazônica, vivem milhões de brasileiros que têm tanto direito à saúde, educação, moradia e vida decente quanto eles.
É muito fácil, por exemplo, criticar a construção de uma estrada quando não somos nós que temos que passar dias e noites em um barco para chegar a um hospital.  É simples se opor à construção de uma usina hidroelétrica quando temos energia em casa para assistir confortavelmente a um jogo de futebol ou aos últimos capítulos da novela.
Os dois posicionamentos não levam em conta a necessidade de desenvolver o país e a melhoria da vida do povo. Desconsideram o fato de que é possível explorar de forma responsável a natureza, evitando a sua destruição.
E é nessa seara que se encontra a polêmica sobre a construção da usina hidroelétrica de Belo Monte, no estado do Pará, que será a terceira maior do mundo, atrás apenas de Três Gargantas e Itaipu. Pronta, terá a capacidade de produzir em torno de 10% da demanda nacional de energia elétrica.
Três Gargantas - China
Existe uma verdadeira campanha de desinformação contra a construção de Belo Monte, baseada em frases ocas (embora bonitas) e em informações falsas. Os atacantes se valem muito mais do apelo emocional do que de dados concretos.
Até um vídeo com atores do elenco global foi produzido e difundido nas redes sociais.  Os pobres coitados, na ânsia de se apresentarem ao grande público como “politicamente corretos”, apressaram-se em ler um roteiro pronto sem se dar conta da coleção de mentiras que falavam.
Mas o pior é que muita gente acaba caindo nesse conto do vigário e defendendo algo que não conhece a fundo. Por pura ingenuidade. Basta pesquisar sobre Belo Monte para termos acesso a um conjunto de informações que desmentem os “profetas do apocalipse”.
É mentira, por exemplo, o fato de que as comunidades indígenas teriam suas aldeias alagadas ou que a construção da Usina traria prejuízos ao Parque Nacional do Xingu.
No caso dos indígenas, nenhum – repito, nenhum – dos oito grupos étnicos que vivem nas regiões próximas à futura Hidroelétrica (a saber, os kayapós, araras, arareutes, apidereulas, jurunas, maracanãs e munducurus) será obrigado a mudar-se e nem terão suas aldeias inundadas. Alguns, inclusive, são favoráveis à construção da Usina.
E sobre o Parque Nacional do Xingu, um dos nossos maiores patrimônios e que deve ser preservado a todo custo, uma rápida olhada no mapa é  suficiente para perceber quão risível é a alegação de que esse tesouro nacional seria ameaçado por Belo Monte: o Parque fica no estado do Mato Grosso, a mais de 1.300 quilômetros da Usina.
ritual de dança do Kuarup, na reserva do Xingu
Mas porque não investir em outras fontes de energia limpas, mais baratas e eficientes, como a eólica e a solar?
 Porque, além da energia gerada por uma hidroelétrica ser igualmente limpa, essa estória de que energia eólica e solar é mais barato e eficiente não passa de um conto da carochinha. Para produzir a quantidade de energia de Belo Monte seriam necessários investimentos duas vezes maiores em energia eólica, e sete vezes maiores em energia solar. Sem contar que essas fontes energéticas são instáveis e suscetíveis às variações climáticas. Investir em energia eólica ou solar na região amazônica seria tão inteligente quanto temperar o feijão com açúcar. O Norte do Brasil abriga a maior bacia hidrográfica do planeta.
tela de David Hockney - "Totem caído"
Claro que impactos ambientais serão causados pela construção de Belo Monte. Não podemos esquecer que a humanidade, pelo simples ato de existir, já produz transformações na natureza. O que se deve fazer é avaliar se a contrapartida oferecida à sociedade vale a pena.
O fato é que o Brasil, pela primeira vez na história, está conseguindo crescer e distribuir renda ao mesmo tempo. E é claro que esse desenvolvimento e a ascensão social de dezenas de milhões de brasileiros aumentaram radicalmente a demanda energética, que continuará a crescer nos próximos anos.
Sempre é bom lembrar que foi a ausência de investimentos no setor que causou uma grave crise de energia entre 2001 e 2002, responsável pelo desaquecimento da economia, aumento da conta de luz, apagões e prejuízos incalculáveis ao país. Sem Belo Monte, em pouco tempo poderemos novamente nos deparar com uma situação semelhante.
É preciso também desconfiar de personalidades irresponsáveis que tentam se promover à custa de discussões tão caras ao nosso povo. Enquanto Marina Silva discutia o assunto em um debate promovido por FHC em São Paulo, ou enquanto o cineasta James Cameron e a atriz Sigourney Weaver participavam de um ato contra Belo Monte em um hotel cinco estrelas de Manaus, o governo brasileiro fazia mais de 30 audiências públicas com as comunidades afetadas. Fruto dessas discussões, firmou-se o pacto de que quase R$ 4 bilhões serão investidos em ações socioambientais na região.
a atriz Sigourney Weaver, no filme "Avatar"
O discurso fácil ignora a opinião de milhares de moradores que serão deslocados das palafitas onde moram atualmente para casas decentes. E deixa passar, como mero detalhe, os mais de 20 mil empregos diretos e indiretos gerados pela Usina, todos na região, uma das mais que mais sofrem com o desemprego e a pobreza no país.”
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é conveniente lermos opiniões diferenciadas antes de formar uma opinião sobre questões complexas...
(por ser muito longo, o artigo foi ligeiramente sintetizado)

4 comentários:

Anônimo disse...

A energia de Belo Monte é uma demanda local?

Adriana Füchter disse...

a quem pertence as fotos? Pergunto de quem sao os créditos? seus?

olimpia disse...

Oi, Adriana!
As fotos não são minhas, achei na internet.
Abracos

olimpia disse...
Este comentário foi removido pelo autor.