sábado, 24 de setembro de 2011

A sagração da primavera de Igor Stravinsky

 A primeira apresentação da peça coreográfica do compositor russo Igor Stravinsky foi em Paris, em 1913. O espetáculo recebeu vaias estrondosas do público, conforme relatado pelo próprio maestro da orquestra
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"O auditório ficou em silêncio durante dois minutos, depois, de repente, vaias e assobios desceram das galerias, acompanhadas logo em seguida pelas ordens inferiores. Houve espectadores que começaram a discutir e a atirar-se, uns aos outros, tudo o que tinham à mão. Em breve esta cólera se dirigiu contra os dançarinos e depois, ainda com mais violência, contra a orquestra, que era a verdadeira responsável por esta crise musical. As coisas mais variadas foram-nos arremessadas; apesar de tudo, continuamos a tocar..."  (Pierre Monteux)
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Para a maioria dos críticos, aquele dia significou a criação da Arte Moderna.
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Vejam o que dizia o libreto original:
  "A Sagração da Primavera é uma obra musical coreográfica. Representa a Rússia pagã e é unificada por uma só ideia: o mistério e o jorro do poder criativo da primavera. A peça não tem enredo..

Primeira parte: O Beijo da Terra. A celebração da primavera... Os flautistas tocam e os rapazes leem a sorte. Entra a velha. Ela conhece o mistério da natureza e sabe predizer o futuro. Entram, vindas do rio, em fila indiana, moças de rostos pintados. Elas executam a dança da primavera. Os jogos começam... As pessoas dividem-se em dois grupos, um oposto ao outro. A procissão sagrada dos velhos sábios. O mais velho e mais sábio interrompe os jogos da primavera, que ficam paralisados. Todos param, trêmulos... Os velhos abençoam a terra primaveril... Todos dançam apaixonadamente sobre a terra, santificando-a e unindo-se com ela."
Stravinsky

aqui  tem um pedacinho da obra numa bela coreografia apresentada no FILO de 2011 (Festival Internacional de Londrina)

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