domingo, 8 de abril de 2012

Fazer o quê em Santo André da Bahia?

O redefurada não esconde que gosta de contribuir um tiquinho para divulgar um povoado bem singular do litoral baiano . Sempre que encontro algum relato de férias passadas em Santo André, trago para cá. O de hoje é desta moça bonita ao lado, a Camila Camargo, uma "paulistana, nascida em 30 de novembro de 1984. Ser sagitariana é meu pretexto favorito para explicar a vontade que tenho de estar sempre com a mochila nas costas e o pé na estrada. Pesquisadora de profissão e curiosa de nascença, preciso viver permanentemente como quem está pronta para partir." (aqui)
Camila esteve aqui no povoado no verão passado,  e eis o que ela nos conta:
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"Badejo assado na folha de bananeira com farofa de coco, cuscuz marroquino e tagliatelle al dente com camarão. Hum… tudo estava incrível e renderia uma longa ceia, se não fosse o relógio lembrando que eram 5 pra meia-noite. Mais alguns tic-tacs e todos foram tomados pela euforia de correr pra praia com uma taça na mão.
5, 4, 3, 2, 1! Um show de fogos coloridos explodiu sobre a minha cabeça. Eram centenas deles e estavam incrivelmente perto. Foi lindo, realmente lindo. E assim começou meu 2012, na praia de Santo André, sul da Bahia.

"tranquilidade absoluta em plena véspera de Reveillon: minha idéia de paraíso"
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Sobre Santo André
Santo André surgiu no meu roteiro de Reveillon aos 45 do segundo tempo. No dia 13 de dezembro, me peguei pensando em possíveis destinos e lembrei das três vezes que estive na Bahia, todas inesquecíveis. Concluí que não podia, e nem deveria, passar outros 8 anos longe. Era hora de matar a saudade!
Chegando a Santo André me surpreendi. Como pode um lugar tão próximo a Porto Seguro, notoriamente terra do axé music e das festas de formatura, ser essa calmaria toda? Apurando entre os moradores, soube que nos últimos anos a praia esteve mais cheia em função da festa de música eletrônica “Dolce Vitta”, mas que nesse verão o agito havia migrado de vez para a vizinha Trancoso, a prima “hype$$$” de Santo André, por assim dizer.
“Sorte a minha”, pensei. “Agora é só me dedicar à fina arte do dolce far niente“. E me dediquei com afinco. Foram 8 dias de havaianas no pé e água de coco na mão. Na mala, só biquinis, vestidos e filtro solar. Mais que isso, é exagero.
Elielto, pescador local


Mas o fato é que Santo André tem pouco mais de 500 habitantes e se mantém relativamente no anonimato. O belo local tem a rara tranqüilidade de uma vila de pescadores, somada à forte influência da cultura estrangeira.  São alemães, italianos, argentinos, portugueses que foram chegando, se apaixonando e, por isso, ficando.
Juergen Lechte, o primeiro alemão a chegar em Santo André
O lance é que na Bahia esse tipo de mistura dá pé. Tem arroz arbóreo, tomate pelatti e azeite de primeira dividindo espaço com suco de graviola no mini-mercadinho. E tem molho pesto feito de caroço de jaca na mesa do Marcello, italiano dono da casa em que fiquei hospedada. Bom demais.     
Marcello, Cristina e filhas fazem parte da colonia italiana de Santo André
Está precisando de férias onde seu principal compromisso seja ir da rede pro mar e do mar pra rede? Então tome nota:
- Compre passagem para Porto Seguro, que fica a 1h45 de vôo de São Paulo. Gol, TAM e Azul operam essa rota.
- Do aeroporto de Porto Seguro, pegue um taxi que percorrerá 42 km até Santa Cruz da Cabrália, onde pega-se uma balsa que dura 10 minutos. Esse traslado custará entre R$ 120 e 150.
Onde se hospedar: Eu e uma turma de amigos alugamos a casa do Marcello. Veja detalhes do imóvel aqui. Outras sugestões são as pousadas Araticum, Gaili  Ponta de Santo André e pousada Victor Hugo
casa de Marcello e Cristina (foto de Camila Camargo)

O que fazer: Durante o dia, a boa é caminhar na praia. Tanto o lado direito, que dá no rio João de Tiba, quanto o esquerdo, onde há piscinas naturais, são passeios bem agradáveis.
Para conhecer as proximidades, um lugar bacana é Belmonte, onde belos casarões coloniais remetem à prosperidade do cacau vivida na Bahia no final do século 19.  Outra sugestão é alugar uma bicicleta e explorar as praias vizinhas, como Santo Antônio e Guaiú.
foto de Rhera Rhirato
 Passeios de barco, aulas de kite e windsurf completam o cardápio de opções para os mais aventureiros.
 Onde comer/ curtir: À noite os turistas  saem da toca e se encontram nos restaurantes. Boas dicas são a pizza ultra artesanal do Varanda,  o calzone do Santana’s, o dourado do El Floridita e a comida regional do Gaivota e do Almescla.
 Na alta temporada, vale conferir os shows de música que acontecem no jardim do Mata Encantada, a programação cultural, o cenário charmoso e os drinques do Casapraia (experimente o mojito!)
O que comprar:  Rui Costa mostra suas luminárias esculpidas em troncos de árvore. Na pizzaria Varanda, não deixe de ver as cúpulas pintadas à mão em tecido. Outra artesã que merece ser prestigiada é a Leide, do Jóias da Floresta. Suas bijuterias, criadas a partir de sementes da região, primam pela ousadia e criatividade.
Fique de olho
- Fique atento ao troco. Mais por falta de atenção do que por má fé, na maioria das vezes tive problemas com a conta nos mercados, restaurantes e lojas.
- Apesar do clima despretensioso da vila, os restaurantes não são nenhuma pechincha. Espere gastar em torno de R$35 em um prato e uma bebida não alcóolica."
chegando em Santo André de balsa (foto Adriana Marques) 

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