terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Emanuel Swendenborg, um pensador místico

Até a semana passada Swendenborg sempre fora o nome de alguém vagamente relacionado com a filosofia dos países escandinavos. Nunca estive muito certa se nascera na Noruega, na Suécia ou teria sido na Finlândia?  Depois de ler a passagem assombrosa do livro do escritor espanhol Enrique Vila-Matas  (acima) fiquei curiosa e resolvi pescar algo na Rede.
O homem era um colosso de conhecimento.
A história de sua vida se passou mais ou menos assim: nasceu em janeiro de 1688, na Suécia, filho de um pastor luterano que ocupava a prestigiada e invejada função de capelão real. Tão real que à sua família foram concedidos títulos de nobreza por uma rainha de nome Ulrica. Acho esta coisa de “nobreza” (enquanto estrato social) um conceito altamente discutível: prefiro o significado que liga a palavra nobreza à condição de excelência e à dignidade humana. Estas condições morais não podem ser “concedidas” a alguém por outra pessoa, mesmo que seja uma rainha. 
Pois bem, nos dois sentidos Swendenborg se ajustava: além de tornar-se membro do parlamento sueco, este homem poliglota (falava sueco, holandês, inglês, francês, alemão, hebraico, grego, latim e italiano) estudou e publicou obras que abrangiam áreas tão diversas como matemática, hidráulica, metalurgia, anatomia, astronomia, álgebra, mecânica, mineração e muitas outras áreas de conhecimento. Por causa de suas realizações, invenções e atuação parlamentar, Swedenborg passou a ser considerado um dos heróis nacionais da Suécia. Seu retrato faz parte do acervo da Academia de Ciências daquele país e seu túmulo está junto aos dos reis suecos, numa catedral de Estocolmo.
Famoso pelas suas obras e rico por herança materna, Swendenborg dominava praticamente todas as ciências de seu tempo, até que, aos 56 anos, relata o fato assombroso que mudou sua vida (conforme relata Vila-Matas no post acima). 
O renomado escritor argentino Jorge Luis Borges lhe dedicou uma notável conferência na Universidade de Belgrano (Buenos Aires) em 1978,  quando declara que o visionário – e místico protestante – Swendenborg foi a personalidade mais extraordinária da história.

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