terça-feira, 16 de outubro de 2012

estrada paraty-cunha, a pé

queda d'água aos pés de Paula Carpi

Paraty em foco, é um acontecimento que acontece no início da primavera desde 2005.  Nessa época, Paraty é invadida por caçadores e apreciadores de fotografia que passam cinco dias trocando informações, compartilhando saberes, participando de oficinas e assistindo a imagens projetadas nos paredões brancos da cidade colonial. No último evento, as ruas empedradas do Centro Histórico estavam repletas com  milhares de participantes (calculados em 6 mil), quase todos com uma câmera na mão. Paulistanos e cariocas, mas também sulistas e mineiros, sem contar os convidados internacionais. Pela localização de Paraty, todos chegaram por via rodoviária. Mas um grupo, organizado em torno do conhecido fotógrafo Marcos Santilli, ousou um pouco mais: veio a pé desde Cunha até Paraty.
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Veja a matéria da revista de Haroldo Castro para a revista Época. 
"Marcos Santilli, um fotógrafo com mais 40 anos de experiência – ele se autodenomina um fotosaurus – mora em Cunha, no alto da serra. Em linha reta, Cunha está a apenas 29 km de Paraty. Mas pela estrada que ziguezagueia a Serra do Mar a distância sobe para 48 km. A estrada fazia parte do Caminho Real e era uma das várias alternativas para entrar Brasil adentro. Desde o século 17, quando Paraty se tornou um importante porto, escravos chegavam da África para trabalhar no interior. O ouro descia das Minas Gerais até Paraty por estas estradas empedradas de cargas e burros.
Santilli escolheu uma das variantes do Caminho de Ouro para levar colegas e alunos serra abaixo. Nada melhor do que falar sobre fotografia no meio da Mata Atlântica e em uma de suas mais belas reservas, o Parque Nacional Serra da Bocaina. A oficina, organizada por Katia Scavacini, começou em sua Pousada dos Anjos na noite anterior, com uma explicação histórica da região e de como os Caminhos do Ouro – uso a palavra no plural, pois o contrabando criou inúmeras bifurcações – escoaram o precioso metal em direção ao porto.
fotografia do grupo pelo guia Nino
Na manhã seguinte, éramos dez pessoas na trilha. O guia local Nino abria a fila e oito fotógrafos iam no meio do pelotão: o próprio Marcos, seu filho Luã, Luiza Bongir de Belo Horizonte, Joseane Daher de Curitiba e Paula Carpi, Liliane Meira e Giselle Paulino de S. Paulo. Eu também estava lá. Quando Marcos me convidou a descer um trecho da serra a pé, adorei a ideia de estar no mato fotografando durante um dia inteiro.
Saímos do pé da Pedra da Macela e durante uma hora descemos por campos abertos até um vale
pedra da macela (1840m) fotografia de Luã Santilli
 De lá, entramos na mata fechada, subimos uma bela encosta e encontramos um dos trechos do Caminho de Ouro. 
pai e filho na fotografia -- Marcos e Luã
Em diversos pontos do Caminho do Ouro, muros de até um metro foram levantados para que os animais não caíssem na ribanceira. Foto © Marcos Santilli
cogumelos alucinados de cor,  foto de  Daher
bromélia no caminho por liliane meira
Chegaram na cachoeira dos sete degraus (olha que nome lindo), oito horas depois. Final da caminhada.
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laboratório de fotografia e de vida
belíssimo
bravi
no próximo ano, pretendo juntar-me ao grupo
(se é que aceitam anciãs)

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