sábado, 7 de fevereiro de 2009

A carta da Mônica para o Sr. Saldanha

Caro Sr.Baltazar Saldanha,
Meu nome é Monica Odebrecht Paoletti, sou proprietária de uma residencia e empresária no Povoado de Santo André - Bahia, o mais novo destino da CVC, junto ao resort Costa Brasilis. Minha casa é bastante próxima ao resort e por isso tenho tido a infeliz oportunidade de acompanhar de perto e constatar que os acordos feitos em reunião entre o gerente Sr Roberto e representantes dos moradores e amigos de Santo André, não estão sendo respeitados.
Nessa reunião o Sr Robert tranquilizou a todos dizendo que os pacotes a serem comercializados seriam colocados na categoria "destino tranquilo", ou seja para turistas em busca de paz, Natureza, silencio e tranquilidade, respeitando assim a caractérística primordial deste local, que em tudo e muito difere dos "vizinhos" próximos, a saber: Porto Seguro, Arraial d´Ajuda e Trancoso, que são locais de aglutinação, badalação, axé e outros infortúnios de uma determinada forma de diversão associada ao litoral baiano. Não sabemos se o gerente Sr Roberto age por orientação própria ou segue uma ideologia do grupo CVC, mas eu e os demais moradores e empresários estamos por demais incomodados e acreditamos que seria importante que os fatos incômodos fossem conhecidos por outras instancias administrativas, para que providencias possam ser tomadas.
Como já mencionei, minha casa fica próxima ao resort e ,portanto, pude constatar que o Sr Roberto parece confundir diversão com gritaria pois, desde as atividades conduzidas por um "animador" junto às piscinas até à programação noturna, tudo é feito com o uso de um microfone em volume alto o suficiente para perturbar todos nós que moramos ao redor, que se hospedam na Pousada Victor Hugo e na Pousada Araticum, e até mesmo, por uma questão geográfica e de canalização e dispersão do som pelo vento, às moradias que ficam no alto da parte alta de Santo André.No meu caso, além de perturbar à mim e às demais pessoas da minha família, causam perturbação aos turistas que alugam minha casa para férias, ou seja:estou sendo duplamente prejudicada.
Tive uma temporada de 30 dias, entre dezembro/2008 e janeiro/2009 e, neste curto espaço de tempo, pude registrar diversas ocorrencias alarmantes:
1. a questão do lixo: ou o lixo do resort se acumula de uma forma exorbitante, de modo a transbordar para fora do recinto adequado e chegar ao espaço da rua, ou mesmo após a passagem do caminhão do lixo sobram restos no recinto e mesmo no caminho, tornando completamente desagradável a experiencia de passar pelo local. Tive oportunidade de comunicar diretamente o fato ao Gerente Sr Roberto, que prometeu tomar providencias.
2.Numa tarde de sábado, dia 10/01/2009, houve um show de pagode no resort e, por intermináveis horas, tivemos que conviver com o volume alto e incomodo desse genero musical. Perturbação causada às moradias e pousadas ao redor do resort e ,como já disse, com vazamento de som para as residencias da parte alta de Sto André.Tentei contato com Sr Roberto para solicitar que o volume fosse abaixado. Náo fui atendida por ele e nem meu pedido foi atendido.
3.Numa 2a feira à noite, dia 12/01/2009,houve música ao vivo na beira da piscina. Já passava das 23 horas e o músico cantava a plenos pulmões e com todo o volume do microfone. Liguei para o resort para solicitar que o volume fosse abaixado. O recepcionista que me atendeu se prontificou a tomar providencias e me informou que alguns hóspedes do próprio resort também já haviam reclamado! Meia hora depois, tudo continuava igual, o que acabou provocando minha ida, pessoalmente, até o resort. Pedi para falar com o gerente Sr Roberto. Depois de muita insistencia, um recepcionista localizou-o pelo telefone e a resposta que recebi foi que o Sr Roberto havia dito que não queria ser incomodado porque já estava "recolhido"!
Solicitei providencias imediatas, pois eu também gostaria de já poder estar "recolhida", mas não havia podido faze-lo devido à perturbação do som. Questionei também os recepcionistas sobre o fato de nem mesmo haver respeito aos próprios hóspedes do resort, que também estavam se sentindo incomodados.Felizmente, um recepcionista muito atencioso e gentil foi pessoalmente até a área da piscina e solicitou ao cantor a moderação no volume. Detalhe: havia no máximo 10 pessoas na "platéia" do cantor! Para que essa potencia de som tão desnecessária?Deixei um recado para o Sr. Roberto, deixei meu telefone para contato. Retornei ao resort na manhã seguinte pois queria me apresentar à ele e conversar sobre a possibilidade de criarmos uma possibildade de respeito mútuo, mas o Sr Roberto não me recebeu, nem me telefonou.
4.Na noite do dia 13/01/2009 houve uma festa na praia, um luau talvez, o fato é que foi feita uma fogueira na praia.Já passava da meia noite quando eu retornava para minha casa, andando pela praia, vindo do restaurante Casa Praia em direção à servidão da Pousada Victor Hugo. Quando passava em frente ao resort pude constatar que a fogueira estava completamente acesa e...sozinha! Eu tive que entrar pelo jardim do resort, localizar um segurança e solicitar que ele me acompanhasse ao local para apagar a fogueira, o que foi feito bem a contragosto.Perguntei a ele, assim como pergunto ao sr, Sr Baltazar, se é do seu conhecimento que Santo André enfrentou um dos piores incendios de sua história no final de 2008, que começou também porque alguém esqueceu um fogareiro aceso na região de Santo Antonio. Uma fagulha na mata seca dessa época do ano fez o fogo crescer e labaredas virem "lambendo" toda a extensão do caminho até Santo André, incendiando toda a mata, toda a encosta, matando pássaros, insetos, e outros bichos que não conseguiram escapar e quase causou uma tragédia de vidas humanas, se não fosse a mobilização da comunidade para apagar e conter o incendio. Pois é, o segurança não sabia de nada e, aparentemente o Sr Roberto também não....Inclusive, se for de seu interesse: foram feitas imagens do incendio e transformado num filme que alerta para o perigo deste tipo de descuido. O filme tem sido passado em todas as ocasiões possíveis para toda a comunidade. 5. Há uma atividade prevista na programação infantil que consiste num passeio pela praia para "catar conchinhas".Talvez o Sr Roberto, ou até mesmo todo o grupo CVC, desconheça o fato de que Santo André está localizado numa Área de Proteção Ambiental, a APA Santo Antonio, e de todo o esforço educativo para a preservação ambiental que é feito junto às crianças e turistas, no sentido de não se retirar nada que pertença ao ecossistema. Imagine o desserviço que essa atividade proporciona....imagine o que significam 100, 200, 300 crianças retirando centenas de conchinhas da praia....
Enfim, estes são apenas alguns exemplos de um breve período da temporada de janeiro.Fiz uma reunião com a comunidade, com representantes dos moradores e amigos de Santo André e posso afirmar-lhe que estamos todos muitíssimo descontentes com essas ocorrencias.A tentativa de transformar Santo André num destino de barulho e balbúrdia, de turismo de massa, de desrespeito às características do local está desagradando à comunidade como um todo, aos moradores e também aos empresários locais.Os moradores querem respeito e sossego.Os empresários querem que o local seja preservado, para que seus negócios possam continuar existindo.Todos nós fizemos altos investimentos na região. Queremos preservar o local como um destino turístico de sossego, descanso, paz e saúde.
Os interesses da CVC, (ou será que são os interesses do Sr Roberto por obter o máximo de ocupação de um turismo de massa?) não estão compatíveis com os interesses da comunidade, dos moradores e dos empresários locais. Acreditamos que o primeiro passo é abrir um canal de comunicação e diálogo para que essas ocorrencias possam ser evitadas e para que todos nós possamos criar um convívio salutar e respeitoso.Estamos muito decepcionados porque nosso acordo inicial não foi cumprido e muito decididos a tomar todas as providencias necessárias para que esta região, este nosso amado Povoado de Santo André, seja respeitado e preservado. Acreditamos que o sr, Sr Baltazar, possa ser mais aberto ao diálogo e mais receptivo que o Sr Roberto para nossas observações, propostas e solicitações. Aguardo sua comunicação por email, ou até mesmo por telefone, se preferir. Neste momento, e até dia 19 de fevereiro estou em São Paulo, prestando atendimento em meu consultório. Alterno períodos de atendimento aqui em São Paulo e lá em Santo André.Retorno a Santo André no dia 20 de fevereiro.Meus telefones para contato: (11)3887 30373 e (11) 9999 9376, em São Paulo e (73) 3671 4051, em Santo André - Bahia. Saudações, Monica Odebrecht Paoletti

Nenhum comentário: