sábado, 14 de fevereiro de 2009

Pauline, a estatua e a Villa Borghese


Escolher o lugar mais bonito de Roma é tarefa impossivel, no minimo, controversa.
Digamos que a Villa Borghese é um dos mais bonitos, com jardins magnificos; um oásis verde no alto de uma colina romana, com muitas fontes e esculturas espalhadas pelas suas alamedas.
Entre outras atraçoes, tem a Galleria Borghese, um museu delicioso para se visitar. Pequeno, se comparado com os demais, funciona numa mansao que foi construida para as festas da riquissima e poderosa familia Borghese.
Nele, só podem entrar 360 pessoas a cada duas horas. Pesarosos, os visitantes sao obrigados a sair ao termino do prazo. As salas são lindamente organizadas. Em quase todas uma escultura belissima ocupa o centro do salão, capturando nosso olhar, de pronto. Só depois desviamos o olhar para os outros tesouros expostos nas paredes.
Um museu clássico que reúne a coleção da família Borghese, iniciada pelo cardeal Scipione Borghese, no século XVII, e repleta de Ticianos, Caravaggios e Berninis.
Uma das esculturas mais famosas é a de Pauline Bonaparte Borghese, a irma predileta de Napoleao (foto), um beleza legendaria que atraia legioes de admiradores. Seu primeiro marido foi o Coronel Victor Leclerc. Diz a lenda que Napoleao os encontrou fazendo amor numa esquina do Palazzo Mombello, em Milao. Embora o casamento nao tenha impedido Pauline de ter fileiras de amantes.
Em 1801, Leclerc foi mandado para comandar tropas no Haiti; morreu la mesmo, no ano seguinte. Oito meses depois Pauline casou com o Principe Camillo Borghese, um dos homens mais ricos da Italia. A fidelidade de Pauline ficou mais ausente do que nunca; o Principe a prendeu dentro de casa, mas parece que nao funcionou... Pauline continuou a escandalizar a sociedade, principalmente quando encomendou duas esculturas suas ao escultor florentino Canova. Posou quase nua.
Quando as esculturas ficaram prontas, seu marido nao deixou ninguem ve-las, nem mesmo o proprio escultor.
Pauline amava seu irmao; quando Napoleao estava em Elba foi a unica dos irmaos que foi visita-lo. Vendeu suas propriedades -- soh em joias tinha um verdadeiro tesouro -- e usou o dinheiro obtido para ajudar Napoleao a retornar ao poder.
Depois dos 100 Dias, Pauline voltou a Italia, mas seu marido terminou o casamento. Nao podendo mais residir no Palazzo Borghese, Pauline comprou uma propriedade perto de Roma, onde continuou fiel ao seu estilo de festas e amantes até morrer de cancer em 1825, com a idade de 44 anos. Pediu para ser enterrada com seu vestido mais rico e bonito, e, reconciliada com a familia do marido, foi enterrada na capela da familia Borghese, ao lado de papas.

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