sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

O Gattopardo, Lampedusa

No aeroporto de Sao Paulo comprei este livro, de bolso. Faz parte de minhas viagens, apreciar a literatura do local para onde me dirijo. Li apenas alguns capitulos da célebre obra do principe de Lampedusa; percebi de pronto o estilo formal, bastante detalhista, hoje considerado ultrapassado.

Para mim estah sendo uma aula de Historia., pois a estoria começa por ocasiao da libertaçao do "Reino das Duas Sicilias" do dominio borbonico (Garibaldi e seus mille) e retrata, por meio de uma angulaçao diferente, a condiçao siciliana. Parece-me que o livro estah eivado de ironia, que se manifesta tanto na representaçao da hipocrisia e das ilusoes dos personagens, quanto no lucido relato do processo historico.

A visita que o Principe Salina (Don Fabrizio) faz ao Rei Ferdinando II, em Napoles, é exemplar, neste sentido.

Il Gattopardo foi publicado apos a morte de Tomasi de Lampedusa (foto em preto e branco), aqui em Roma (1958), depois de ter sido recusado duas vezes pelas editoras. Uma cegueira editorial, pois quando a Feltrinelli publicou-o, a obra alcançou um estrondoso e imediato sucesso de publico.
Em 1963, o romance foi adaptado para o cinema pelo genio de Luchino Visconti e ganhou a Palma de Ouro do Festival de Cannes, tendo no elenco uma magnifica Claudia Cardinale e os atores Alain Delon e Burt Lancaster.

Um colaborador do cineasta (Veniero Colasanti) conta que, para a famosa cena do almoço ao ar livre na viagem para Donnafugata, Visconti exigiu um serviço de louça antiga autentica, com brasao, que foi conseguido pela decoradora, a princesa del Drago. Pagaram uma fortuna de seguro, e afinal nem aparece no filme porque o unico prato que se entreve estah coberto pela comida; e de como o delicadissimo piso do Palazzo Granci precisou ser protegido com tapetes para a filmagem do baile.
Enquanto Lampedusa usou o palacio de sua mae para criar Donnafugata, Visconti usou para o mesmo fim o palacio de sua propria familia. Assim, aos palacios verdadeiros, fundiram-se os palacios ficticios do romance, que por sua vez, se misturam aos das nossa imaginaçao.
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