segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

sonhos de uma noite de verão

Vem chegando aquela época do ano em que qualquer blogueira de beira-de-praia começa a se afastar do virtual para cair na real.  Quando eu morava na cidade, as datas marcantes – aquelas que lembram que o ano está de passagem – costumavam ser o dia do Natal e o dia do Ano Novo.  Aqui na praia é diferente – a estação do estio, o tal do verão, é a grande data. Não se trata apenas de mudança de estação, de mais calor, de mais gente... É um estado de espírito e de muito trabalho para quem não está de férias curtindo o sol da Bahia. Para quem mora na prainha do Nordeste significa pintar parede, bordar sonho, estocar mantimentos, gelar a cerveja, botar pimenta de molho, enredar o peixe mais fresco e onde foi parar aquele polvo mesmo?
E acreditar que ao final da estação os visitantes embrulharão suas malas em belas memórias de música, praia e céu estrelado.
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O povoado onde moro, o de Santo André, tem uma particularidade que torna o verão um tanto mais empolgante: são as apresentações culturais.  O povo daqui se esforça pra ter um traço diferente, pra ir além da caipirinha e do acarajé. Domingo passado foi o recital do IASA. Música, maestro! Pequenos quase menores que as flautas, braços esticados nos violinos, tambores, colheres e apetrechos e tudo o mais que possa render percussão.  Os alunos do professor Pinguim dão saltos e cambalhotas ao ritmo dos berimbaus e o maculelê ensaia novos passos no cruzamento dos bastões antigos com a modernidade. Domingo que vem, dia 26, será a apresentação anual dos alunos do Centro Cultural – um palco de vivacidade será armado no campo de futebol. Nele, braços, pernas, roupas de festa, pinturas e piruetas mostrarão onde foi parar o suor do ano inteiro...   Depois virá o réveillon – a festa do Duty, a festa do Oberoy, a festa da praia, as comemorações nas pousadas e restaurantes, os risos nas faces, os pés na água salgada e as taças nas mãos molhadas...  Janeiro virá com  o Festival Cultural e – novidade! – apresentações teatrais. Quem vier, verá. Cinema, inclusive.
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Não é por acaso que a gente adora derrapar em visitantes como aqueles que encontrei ontem na pizzaria da Joyce. Eu queria ter uma rede que não fosse furada para prender aqui pessoas como  essas, de Brasília – gente de teatro, cinema e TV. Murilo Grossi, Guilherme Reis, as moças que organizam as mostras de cinema... Voltem sempre!
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Sinais inconfundíveis do verão:  nas últimas caminhadas encontrei mais de 30 pessoas na praia. Uma multidão.  O número de freqüentadores aumenta gradativamente, mas muvuca, muvuca mesmo, Santo André desconhece.
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Aos caros amigos, aos companheiros do povoado, aos visitantes cujo rostos e nomes desconheço – obrigada por passar nesta rede de vez em quando.  Desejo-lhes um Natal supimpa e um Ano Novo alegre, cheio de paz e amor.

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