sábado, 26 de fevereiro de 2011

Beethoven: o gênio do gênio

Meu livro de cabeceira neste momento é o Doutor Fausto, de Thomas Mann, onde se narra a história de Adrian Leverkühn que, como o Fausto da lenda, vende a alma ao demônio para realizar sua grande obra. No romance, realidade e símbolo se combinam, assim como música e política...
Não sei se é fato ou ficção (outra mistura que o romance traz), mas na página 79 da minha edição (Editora Nova Fronteira),  achei a seguinte passagem acerca do temperamento de Beethoven:
----------
"O patrão labutara, desde a tarde até altas horas, preocupado com o Credo, o Credo com a fuga, sem pensar no jantar, que se encontrava no fogão, a cujo lado as serventes, após a espera sempre vã, tinham finalmente adormecido, subjugadas pela Natureza. Quando o mestre então, pedia que lhe trouxessem comida, achara, portanto, as criadas dormindo e os pratos inteiramente secos ou queimados. Em face disso, rompeu em ira violentísssima, sem nenhuma consideração com a hora noturna, já que ele mesmo não ouvia sua vociferação -- Será que vocês não são capazes de velar um pouquinho comigo? -- trovejou uma e outra vez. Mas não se tratava de um pouquinho e sim de cinco ou seis horas, e as ofendidas moças se escapuliam ao amanhecer, deixando na mão esse patrão grosseiro, que, obviamente, não almoçara nesse dia e desde o meio-dia da véspera não comera coisa alguma."

Nenhum comentário: