sábado, 5 de novembro de 2011

O Santo André de São Paulo

Neste sábado paulistano, uma manhã luminosa desmente o mito da cidade-cinza. Bem ao contrário,  o dia promete cor/ação. Tento lembrar quantos dias faz que saímos da Bahia. Logo percebo que não importa o número de dias ou semanas, mas como foram vividos. No nosso caso, no escurinho das salas de cinema que exibiam os filmes da Mostra. Minha cabeça parece agora uma moviola aguardando montagem: foram mil e uma imagens, idéias e sensações. Vai levar um tempo para o filme da vida voltar a rodar naquele ritmo de cinema iraniano que vigora em Santo André...
Pelo email recebo fotos de apresentações do grupo de jovens que estuda música no sertão à beira-mar onde vivemos. Falo "sertão" à moda de Guimarães Rosa, algo que não se limita ao espaço geográfico, mas simboliza  o próprio universo. Como diria Riobaldo, o fantástico personagem criado para o livro "Grande Sertão: Veredas": o sertão está em toda a parte. Neste sertão-mundo, o homem é universal depara-se com questões eternas: o bem, o mal, o amor, a violência, Deus e o diabo. Com a música, com a dança, com a arte...
As fotos mostram o grupo jovem de Santo André (também a Prof. Simone) que têm a sorte e a disciplina de praticar flauta, violino, percussão e outros instrumentos musicais através da ação do IASA, uma pequena instituição que faz um trabalho bonito e persistente lá na nossa Vila.
creio que esta apresentação foi no Centro Cultural de Porto Seguro...
e esta em Trancoso... a concentração exigida pela música...de gente grande, com partitura, solfejos e acordes...
Além do IASA, Santo André conta com o trabalho educacional do Centro Cultural... recentemente, iniciou-se uma nova atividade no Clube da Dudu: reforço escolar para as crianças, através do trabalho voluntário de alguns moradores... ainda está incipiente, bem no comecinho mesmo, mas esperamos que renda frutos mais adiante...Uma palavrinha e um aplauso para a diretoria do centro que está cada vez mais transparente quanto aos seus propósitos, finanças e administração. Não me canso de repetir que embora os recursos doados para estas instituições sejam privados, sua utilização é para o bem público. Cabe a cada morador da Vila zelar por eles...e se possível contribuir com sua ação. 
(as fotos dos meninos-músicos são de Cláudia Alves; as do Clube da Dudu, de Wally Busch, a da ponte-estaiada veio da net)

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