quarta-feira, 23 de março de 2011

Uma manhã no Brooklyn


O som arrastado dos ônibus percorrendo a avenida me acordou antes das cinco. Lembrei que aquele era o dia agendado para ir ao consulado americano solicitar a renovação de meu visto de turista e isto me fez desistir de tentar dormir mais um pouco. Sabia que seria um dia monótono e que paciência seria artigo imprescindível.  Chequei o endereço na internet , imprimi a rota que achei no serviço de mapas do Google, tomei café preto, beijei meu marido e saí do prédio já procurando táxi.  Trinta e cinco minutos depois, o motorista me deixou em frente ao portão do consulado, no Brooklyn paulistano. Não se encostem nas grades, gritava um jovem de jaleco vermelho onde se lia "posso ajudar?". A visão era nada alentadora: as calçadas estavam apinhadas de gente, de um lado e do outro da rua.  A primeira fila existe só para você conseguir passar para o lado de dentro dos portões.   
O tipo de comércio que vigora naquele pedaço de rua é todo voltado para a atividade de  tirar o visto de entrada em território americano: cafés, revistaria, escritórios de despachantes, mini-estúdios fotográficos, guarda-volumes (é proibido entrar com qualquer coisa eletrônica, mesmo um mero pen-drive). Resumindo: ou você paga para alguém guardar seu Ipod ou você joga ele no lixo, como ouvi um funcionário do consulado explicar a um fulano desavisado.
 Foi uma operação longa e enfadonha. O único momento agitado foi quando me dei conta que perdera parte da papelada. O coração deu um salto - voltei para a entrada do prédio com a adrenalina correndo solta nas veias. Lá estava a pasta de plástico em cima do balcão da segurança com meus papéis dentro...
Depois do sobressalto foi tudo tranquilo, só precisei enfrentar uma meia-dúzia de filas...
1  -  mostrar a folha de agendamento para os moços de jalecos vermelhos;
2 - passar pelos guardas da segurança (não precisa tirar os sapatos, como às vezes acontece nos aeroportos);
3  - pegar a senha e mudar para a fila número 4
(pré-entrevista)
5  - tirar as impressões digitais e aguardar a entrevista na fila número 6.  A pior de todas.
7  - pagar a taxa do Sedex (se o visto for aprovado).
Foram três horas de burocracia, mas pelo menos agora o visto é válido por dez anos.

Um comentário:

Jussara disse...

Que bom que deu tudo certo. Todo mundo reclama da burocracia e demora pra pegar esse visto. Bem que na vinda dele aqui, o Obama podia ter liberado geral, né? rs