domingo, 29 de maio de 2011

a cidade Natal

Havia começado a empilhar as roupas que levarei para Natal em cima da poltrona do meu quarto quando fui atropelada por um caminhão de memórias... A cidade da infância, da adolescência, da casa de meus pais antes deles morrerem, as brincadeiras com meus irmãos, a praia de Muriú... O redemoinho sentimental me levou a reler aquele poema do Aniversário de Fernando Pessoa
A mesa posta com mais lugares, com melhores desenhos na loiça, com mais copos,
O aparador com muitas coisas — doces, frutas, o resto na sombra debaixo do alçado —,
As tias velhas, os primos diferentes, e tudo era por minha causa,
No tempo em que festejavam o dia dos meus anos
...”
Por meu lado, procurei (debalde!) relembrar o dia da minha partida do lugar – faz tanto tempo que o rastro se apagou...Sei apenas que nunca voltei a morar na casa paterna, ou melhor, materna -- meu pai teve a infelicidade de falecer jovem... O vôo da Gol que nos transportará fará um trajeto absolutamente insano: há conexões em Belo Horizonte, Salvador e Recife, antes do pouso no aeroporto internacional Augusto Severo, em Natal. O nome do aeroporto homenageia um potiguar que morreu num acidente de balão, na França, em 1902 e foi construído durante a Segunda Guerra Mundial para servir de base de apoio às forças aliadas – nessa época, foi o aeroporto mais movimentado do mundo. Naquela época -- do confito mundial -- com a base aérea cheia de soldados americanos, muitos meninos filhos das mulheres nativas começaram a nascer de olhinhos azuis, verdes, cabelinhos loiros... Minhas tias me contavam...
.... vou rever meu irmão e sobrinhos...!

2 comentários:

Regbit disse...

CADA VEZ QUE LEIO UMA POSTAGEM SUA VEJO QUE ESTOU DIANTE DE UMA ESCRITORA LUDICA, É MUITO BOM LE O QUE POSTA QUANDO FALA DA SUA TRAJETÓRIA DE VIDA ME EMOCIONA.BELO AGUARDO A EDIÇÃO DO SEU LIVRO.

olimpia disse...

Ôôoo... Regina!
Obrigada... bondade sua, mulher
coisas de amiga
bjs