Aquilo só podia ser pesadelo, filme de guerra ou programa de videogame – como ele fora se meter naquela cena, vestido para matar e de submetralhadora na mão? O momento era esperado, claro. Pensara longamente em todo o imaginário que a carreira de um policial federal inspira desde que vira seu nome publicado na lista dos aprovados do último concurso. Era matemático de profissão, bacharel, formado em universidade federal de primeira linha. Não lhe fora difícil achar trabalho como professor em um colégio classe-média-alta de Brasília. Pagavam bem, mas o salário da Polícia Federal era quase 3 vezes mais apetitoso. Pediu demissão da escola e não se arrependera. Os primeiros dois anos de vida policial haviam se passado tranquilamente, numa divisão administrativa. As tarefas burocráticas se alternavam com os treinamentos militares. Até que chegou o dia da primeira missão real – desalojar uma quadrilha de narcotraficantes de um reduto da baixada brasiliense.
Levou um tempo para que entendessem... A quadrilha fora avisada por um informante da chegada da polícia; fugiram apressadamente e largaram o dorminhoco pra trás. Aquele coitado em particular era surdo-mudo de nascença.
Lembrei deste episódio da vida de um amigo porque de algum modo eu o relacionei com o filme que vi ontem Tartarugas podem voar. Mas essa já é outra história....
Lembrei deste episódio da vida de um amigo porque de algum modo eu o relacionei com o filme que vi ontem Tartarugas podem voar. Mas essa já é outra história....
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