quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Maré, nossa história de amor

É o filme de hoje, no Cine Cajueiro, aqui no jardim de nossa casa (19:30). Entrada livre.

--------------A crítica do "Estadão" (2008)
por Luiz Zanin
Como reciclar Shakespeare na favela? A resposta de Lúcia Murat foi encenar o amor difícil entre uma rapaz e uma moça, filhos de facções rivais do tráfico de drogas. Maré, Nossa História de Amor, remonta, pois, a uma tradição que vem dos anos 1950, quando Vinicius de Moraes teve a sacada de levar o mito grego ao morro e, da idéia, escreveu a peça Orfeu da Conceição, com músicas de Tom Jobim e Luiz Bonfá. A peça depois foi levada ao cinema pelo francês Marcel Camus que, com seu Orfeu Negro, ganhou o Oscar de filme estrangeiro e fez sucesso mundial. Até hoje é um filme muito apreciado, embora haja, no Brasil, quem o qualifique de “macumba para turista”. Maré transpõe Romeu e Julieta para o complexo da Maré, transformando Capuletos e Montecchios em traficantes de facções rivais. Este Romeu e Julieta cantado e dançado deve mais a West Side Story (Amor, Sublime Amor) do que a Shakespeare. (...) Achei os atores sensacionais, uma garotada de comunidade que mostra seu valor. Cristina Lago, a Julieta, que se chama Analídia, é um encanto. Vinicius D'Black, que faz Romeu, ou Jonathã, tem presença e canta bem. As cenas de amor (e sexo) dos dois lançam faíscas na tela. A coreografia é ótima, as músicas, à base de rap e hip-hop, são legais, Lúcia filma bem."

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