Passei a me interessar pelo trabalho de Ongs que trabalham para disseminar cultura em comunidades carentes depois que vim morar no povoado baiano de Santo André e conheci duas:o Centro Cultural (dança e expressão corporal) e o IASA (música). Por isto, histórias como a de Adriano Costa Chaves me cativam. Adriano começou a estudar contrabaixo por acaso, para substituir um primo que desistira das aulas do Instituto Baccarelli -- uma organização que ensina música erudita a jovens de Heliópolis, a maior favela de São Paulo. Apaixonou-se pela música e passou a dedicar dez horas do seu dia ao estudo do instrumento. O esforço foi recompensado quando a Filarmônica de Israel passou pelo Brasil em 2005. Isto porque o renomado maestro Zubin Mehta, após ouvi-lo tocar, convidou-o para estudar na academia da orquestra e fez questão de acompanhar a evolução de seu pupilo paulista. Adriano continuou os estudos com dedicação -- muitas vezes praticava o dia inteiro. Chegou a se apresentar em Nova York e Zurique, entre outras cidades. Voltou a morar em São Paulo em 2009 onde atua nas sinfônicas de Heliópolis e de Santo André. Destina metade de seu salário para ajudar a família -- o pai é taxista e a mãe, dona de casa. Nas raras horas de folga gosta de jogar videogame e curtir a namorada, que toca violono no Baccarelli.
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Na foto, alguns alunos de flauta do IASA, durante performance musical para o público de Santo André da Bahia.
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