terça-feira, 23 de novembro de 2010

lembrando Dalva Duarte

Na sala de jantar de nossa casa, precisamente nessa parede laranja, encontra-se um quadro significativo: é uma pintura de Dalva, uma amiga-artista. No começo de novembro, Dalva telefonou. Estava vindo para o Brasil, visitar a mãe que mora nas cercanias de Brasília. Foi lá na capital que nos conhecemos, décadas atrás , quando ela ainda não era uma pintora importante, mas era uma importante figura da minha juventude. Uma amiga itinerante, que viveu em três continentes e hoje possui uma visão ampla de muitas culturas.  No começo dos 2000, Dalva apareceu lá em casa, em Brasília. Viera para publicar um livro no Brasil sobre sua obra. Foi um período incrivelmente rico para nós. Ela, Cláudio e eu, passávamos os dias em função da realização deste livro. Dalva queria preencher uma lacuna: embora reconhecida na Europa e nos Estados Unidos,  a divulgação de seu trabalho é escassa no Brasil.  No livro brasileiro, os temas dominantes de Dalva são o desespero, a solidão, a empatia para com a injustiça e o sofrimento humano. Seus quadros são intensos e desafiadores para o espectador. Os temas são desenvolvidos com a sabedoria de uma pessoa que foi buscar no mais profundo de si mesma uma verdade emocional e intelectual.

Dalva nasceu em Carolina, uma cidade do Maranhão. Hoje mora num  espaço imenso na região de Ardeche,  sul da França.  A construção era, originalmente, um Moinho industrial (“Le Moulinage de Croces”), depois passou a ser uma fábrica da indústria de roupas Zara e hoje é uma espécie de Casa e Centro Cultural no sul da França, na região de Ardeche.   Já fomos visitá-la lá, alguns anos atrás, quando as reformas estavam em andamento.  Um lugar lindo, onde fomos recebidos com tanto carinho. Saudades de você, Dalva.
a biblioteca de Dalva
o estúdio onde constrói sua obra, no Sul da França

2 comentários:

Anônimo disse...

Conheci o trabalho de Dalva num sebo, aqui em Curitiba.Fiquei fascinada com a qualidade de sua pintura.

Cristina Beltrami

olimpia disse...

Pois é, Cristina, pena que esta artista brasileira seja tão pouco conhecida no Brasil... em parte porque mora fora (na França) há décadas...
obrigada pelo seu comentário
abraço