Ao pé da letra parece uma sonífera reunião de mulheres para tomar o "chá da tarde", mas na realidade é um movimento político nada inofensivo: agrupa os americanos ultradireitistas, o que há de pior no neoconservadorismo. E são dotados de uma imaginação extraordinária! Esta senhora da foto, por exemplo, Debbie Riddle, se não fosse uma congressista texana poderia muito bem ganhar a vida escrevendo roteiros para o cinema.
Faz parte de seu discurso combater a imigração ilegal para os EUA com o argumento das “crianças terroristas”. No pesadelo particular dela os terroristas estão enviando mulheres grávidas para terem os filhos em solo estadunidense e assim obter a nacionalidade americana. Esses bebês seriam despachados de volta para os países islâmicos onde seriam criados sob intenso treinamento ideológico, de forma que, ao ficarem adultos, poderiam voltar aos EUA para destruirem o "modo americano de vida" ("american way of life").
Debbie, é claro, batalha incessantemente contra a imigração ilegal para os EUA. Como se por acaso a imigração ilegal não gerasse altíssimos lucros... O estado americano precisa suprir os donos das corporações mercantis com mão de obra barata. Os trabalhadores que chegam ilegalmente ao país cumprem este papel. Ao mesmo tempo, o governo americano combate os imigrantes ilegais – isto faz com que a mão de obra "ilegal" continue barata... Um exemplo clássico de círculo vicioso.
O Texas é um dos estados americanos que se espalha pela área dark do imaginário planetário. Não é preciso muito esforço para visualizar o fazendeiro texano de chapéu e esporas, o milionário do petróleo morando numa imitação superdimensionada da Casa Branca, o fascínio pela cultura das armas, o imigrante latino ilegal tentando atravessar a fronteira, o membro da Klu Klux Klan, os escravos nos algodoais, o assassinato de Kennedy. A previsão é que nos próximos 30 anos a maioria da população do estado seja formada por negros e hispânicos. O impacto étnico, cultural e lingüístico deste fenômeno já está em curso.
E agora, Debbie?
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Aqui em Santo André da Bahia (como bem lembrou o Ugo ontem, na noite cheia de gente e música do Sant'Anas) nós substituímos o "chá das cinco" pela "cerveja das sete".
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Um comentário:
Eu também prefiro o Santo André "way of life". Bem melhor.
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