terça-feira, 25 de janeiro de 2011

O embaixador na Tunísia

Em outubro passado fomos visitar um casal de amigos que havia se mudado recentemente para Túnis, capital da Tunísia, África do Norte. Ficamos hospedados na casa de Fachini (o primeiro, à esquerda) e Soninha que, na realidade, moram em Sidi Bou Said, uma Vila antiga, nos arredores da capital. Naqueles dias, o país estava aparentemente tranquilo, mas era só aparência mesmo, o gérmen da revolta política estava plantado. Abaixo, retransmito uma reportagem que saiu no jornal "A Folha de São Paulo" no dia 15 de janeiro,  para quem o Fachini deu uma breve entrevista.
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"Milhares de pessoas tomaram as ruas da Tunísia ontem para celebrar algo jamais visto no mundo árabe: pressionado, o ditador Zine el Abidine Ben Ali, 74, cedeu a protestos e fugiu do país após mais de 23 anos no poder. Agências de notícias indicaram que o ditador pegou um avião e tentou se exilar na França, mas teve o pedido rejeitado. Seu destino ontem à noite era incerto. Assumiu o poder o premiê Mohamed Ghannouchi, até então aliado de Ben Ali.
Logo após a queda do ditador, surgiram sinais de liberalização. “Os preços do pão e do leite foram reduzidos e sites como o YouTube foram liberados, atendendo às reivindicações populares”, disse à Folha o embaixador brasileiro na Tunísia, Luiz Antônio Fachini Gomes.
Mesmo assim, “o clima é de pânico e incerteza e ainda não se sabe como o premiê será aceito”, complementou.
ONGs de direitos humanos contam 66 mortos, incluindo suíços e franceses.  O embaixador brasileiro diz que não há residentes ou turistas brasileiros feridos. O país tem uma pequena comunidade brasileira, com cerca de 60 pessoas, em sua maioria cônjuges de tunisianos, empresários e jogadores de futebol. 
 Cláudio e eu na casa dos Fachinis, em Sidi Bou Said
Os distúrbios se iniciaram em dezembro, quando um jovem ateou fogo ao corpo após ter perdido a licença para operar sua barraca de frutas. Morreu em 4 de janeiro.
Como uma bola de neve, protestos estudantis começaram de forma localizada, até acontecerem confrontos mais sérios no início da semana. A reação do governo de censurar sites como YouTube e Facebook, além do vazamento de documentos pelo WikiLeaks revelando corrupção no regime de Ben Ali, aumentaram a revolta."

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