sexta-feira, 3 de abril de 2009

Identidade



Foi o que senti quando li o começo da crônica de Cora Ronai, sobre o pai dela...
"Meu pai nasceu em 1907 e, embora tenha passado a infância sem sobressaltos numa Budapeste sofisticada e cosmopolita, seus anos de tranqüilidade duraram pouco: logo foi levado de roldão pela dramática História européia do século passado.
Sobreviveu por milagre e, tendo que reconstruir aqui a vida que lá fora desfeita, não teve nem o tempo nem os meios para levar adiante sua grande vocação de viajante.
Sei disso porque herdei dele a mesma inquietação que, em alemão, tem um nome tão apropriado quanto intraduzível: wanderlust, a ânsia de vagar. Não consigo ouvir o motor de um avião sem pensar para onde vai (e sem uma pontinha de inveja de quem está a bordo). Nos aeroportos e nas estações de trem européias, paro fascinada diante das informações sobre chegadas e partidas, olhando para todos aqueles destinos como um ser esfomeado ..."
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