A chuva cai a cântaros embalando minha inclinação para fazer um balanço de minha estória com Santo André da Bahia. A Santa de Cabrália que me desculpe, mas penso como os ingleses em relação à Europa (“quando há névoa no canal, o continente fica isolado”): são vocês que estão no lado errado do Rio João de Tiba. Nós, santoandresinos, estamos em esplêndido isolamento neste trechinho do litoral baiano que fica entre dois grandes rios -- o Jequitinhonha está bem ali na frente.
Dizem que Santo André era um condado na época do Império dos Pedros.
Cheguei aqui nesta paragem – faz três anos – depois de três meses morando em Ponta de Tulha, um lugar mais para o Norte e foi uma sorte sairmos de lá porque li no jornal que tudo será desapropriado para a construção de porto e aeroporto. O problema daquela praia é que não tinha mistura de gente como aqui tem. Em Santo André somos poucos, mas somos diversificados. Uma moça paulista com quem troquei algumas mensagens me disse assim que eu era “uma figura” (amo este epíteto): ela precisa só
ver os excêntricos que circulam neste solo arenoso.
De lá pra cá, a tralha veio num caminhão que nos fez o desfavor de atolar os pneus num lamaçal perto de Itapebi – pegamos a trilha errada – e depois foi ajeitada na casa do Campeão, como é conhecido o sobrado que alugamos em frente ao cajueiro mais antigo do rio. No próprio momento do desembarque fomos presenteados com colares de contas coloridas – enquanto os colchões eram descidos – por duas mimosas meninas morenas de olhos redondos e negros como nos mangás. Me senti no Havaí, em cerimônia de boas-vindas: Aloha, Zaine e Talita, quem iria imaginar naquele momento que vocês se tornariam assíduas espectadoras do cineminha que --meses depois – começaríamos a passar na rua, meu marido e eu, justo ali naquele velho cajueiro que servia de suporte para a tela madebyclaudio e que, ao contrário do sândalo, não se dobra a vento nenhum, nem mesmo àquele que sopra do Sul.
Dizem que Santo André era um condado na época do Império dos Pedros.
Cheguei aqui nesta paragem – faz três anos – depois de três meses morando em Ponta de Tulha, um lugar mais para o Norte e foi uma sorte sairmos de lá porque li no jornal que tudo será desapropriado para a construção de porto e aeroporto. O problema daquela praia é que não tinha mistura de gente como aqui tem. Em Santo André somos poucos, mas somos diversificados. Uma moça paulista com quem troquei algumas mensagens me disse assim que eu era “uma figura” (amo este epíteto): ela precisa só
ver os excêntricos que circulam neste solo arenoso.
De lá pra cá, a tralha veio num caminhão que nos fez o desfavor de atolar os pneus num lamaçal perto de Itapebi – pegamos a trilha errada – e depois foi ajeitada na casa do Campeão, como é conhecido o sobrado que alugamos em frente ao cajueiro mais antigo do rio. No próprio momento do desembarque fomos presenteados com colares de contas coloridas – enquanto os colchões eram descidos – por duas mimosas meninas morenas de olhos redondos e negros como nos mangás. Me senti no Havaí, em cerimônia de boas-vindas: Aloha, Zaine e Talita, quem iria imaginar naquele momento que vocês se tornariam assíduas espectadoras do cineminha que --meses depois – começaríamos a passar na rua, meu marido e eu, justo ali naquele velho cajueiro que servia de suporte para a tela madebyclaudio e que, ao contrário do sândalo, não se dobra a vento nenhum, nem mesmo àquele que sopra do Sul.
------------
hiperlink – “na língua havaiana Aloha significa muito mais do que "alô" e "adeus" ou "amor" . Seu significado maior é: compartilhar com alegria da energia da vida no presente.
hiperlink – “na língua havaiana Aloha significa muito mais do que "alô" e "adeus" ou "amor" . Seu significado maior é: compartilhar com alegria da energia da vida no presente.
----------
na foto, o rio joão de tiba visto do jardim da casa de jean françois
-------------
continua no próximo capítulo
Nenhum comentário:
Postar um comentário