quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Caetano Veloso: fina estampa?


"Outro ponto que me veio à cabeça, quando li essa entrevista do Caetano, foi sobre Sancho Panza, o astuto escudeiro de Don Quixote. Sancho é uma figura fundamental no clássico de Cervantes, e até hoje talvez não tenha merecido a devida atenção. Lembrei de Sancho porque Lula é uma espécie de Sancho Panza da política. É um homem do povo que simula uma simplicidade muito maior do que a que realmente possui. Sancho Panza é muito mais prudente, esperto e lúcido do que seu patrão. " --------------------------------
Excerto de um texto de Miguel do Rosário enviado por amigos, que me estimulou a escrever esta cartinha...
Meu caro Caetano:
Não vou lhe fazer perder tempo falando-lhe da admiração que nutro pela sua obra e pela sua irreverência. Para o bem ou para o mal, você faz parte de minha vida, sua música e seus versos entram pelos sete buracos da minha cabeça.
Estou falando do artista.
De vez em quando vejo a pessoa Caetano falar alguma bobagem, como é próprio (e desculpável) em qualquer ser humano. Mas desta vez, Cae, você extrapolou, nem sua mãe lhe apoiou. Suas declarações sobre o Lula foram desastrosas. Opiniões assim só podem ser emitidas em recintos privados ou por pessoas como eu, desconhecidas.
Você não pode: é um homem público, famoso, formador de opiniões.
Agora deu para fomentar preconceitos?
Como penitência, sugiro que veja 67 vezes (uma vez para cada ano de sua idade) o filme Chega de Saudade, precisamente aquela sequencia linda entre um casal de idosos – protagonizado por Tonia Carrero e Leonardo Villar -- que freqüenta um salão de baile para a terceira idade. Em determinado momento, ela se levanta para ir ao banheiro e ele lhe pede a gentileza de trazer-lhe uma aspirina, na volta. Mal se levanta da cadeira, ela esquece completamente o pedido dele. São as pequenas amnésias da idade. Leonardo se dá conta da falha -- e o que faz? Em vez de ridicularizar, reclamar ou apontar o esquecimento da mulher, prefere pedir ao garçom para (discretamente) entregar à dama a cartela de aspirinas, poupando-lhe o vexame de reconhecer a fraca memória. Foi um pequeno e lindo ato de amor invisível.
Se oriente, rapaz!
Porque a você está faltando gentileza, amabilidade.
De qualquer maneira, Caetano – desculpe a franqueza – Lula não precisa de você para nada.
(assinado: a falsa baiana)

Um comentário:

piero eyben disse...

do fino que endossa,
o pé rachado caetano,
na pompa do liberalismo:
escorre, cretino, nojo.



gosto de me lembrar do caetano sempre na foto com a bethânia - que inclusive foi colocada no encarte do novo cd dela - ambos pequenos,com a mesma cara, do nordeste, que agora caetano procura apagar.
de fato, e melhor ainda, lula não precisa de caetano. como o presidente diz: bastou chegar em casa e colocar o "chico político", tudo resolvido.