quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

para onde vai o povoado?


Há poucos dias alguém comentou que o Rede Furada tem um viés para o lado bom e bonito da Vila de Santo André. É provável. No que tange ao foco do blog as mudanças foram se instalando como se tivessem vontade própria. No início eu gostava de colocar notícia sobre economia, política etecetera, depois fui abandonando porque nessas searas existem dezenas de blogs feitos por excelentes profissionais. Agora me restrinjo a mencionar fatos bombásticos como a prisão do Governador Arruda e sua gangue ou situações trágicas como a recente dissolução de um país (Haiti). Meras vinhetas, pois para as análises profundas existem os especialistas. Literatura, cinema, família, tecnologia, comportamento, moda e outros são recorrentes, principalmente pinturas. Adoro quadros porque as imagens contam histórias interessantes e muitas são estupendas em beleza, primor técnico, ou originalidade do tema. Sempre que possível, passo horas aprazíveis (mesmo o dia todo) dentro de um bom museu contemplando óleos sobre telas. Acrílico sobre papéis. Instalações. Fotografias. (portanto, adoro mexer com as imagens deste e de outros blogs).
Entretanto o assunto que mais dá liga a esta página que ora pode estar na sua tela ora pode estar apagada, é mesmo a povoação onde vivo, o Santo André da Bahia. Estou consciente da miopia do olhar individual, mas de forma alguma me sinto morando no Éden, nem acho que todo mundo aqui é gente boa. Muitas vezes falo de coisas tristes que ocorrem no povoado através de uma imagem ou poema que expressam dores universais. Como em qualquer lugar aqui tem assuntos polêmicos, inclusive àqueles de meio-ambiente. Basta lembrar o bafafá que envolveu a festa do réveillon na Praia das Tartarugas. Recebi uma mensagem anônima, de “To de olho na cidade” onde – entre vários assuntos – comenta a venda da fazenda da Dona Rita e o loteamento que está surgindo em seu lugar, com desmatamento irregular, tanto que o primeiro comprador, um espanhol, ainda não conseguiu a licença da Prefeitura para construir. Ora, para eu me posicionar sobre isto precisaria fazer todo um trabalho investigativo senão vira denúncia vazia... só que não sou repórter, nem trabalho no Ibama. Esta semana, por acaso encontrei alguém da família na praia, e resolvi perguntar. A resposta pareceu-me franca e sincera houve um erro inicial, mas já estamos resolvendo, tanto que o Luciano, funcionário da Prefeitura, está fazendo um trabalho no local para determinar o que se pode e o que não se pode vender.
E por falar no missivista anônimo: estamos nos divertindo tentando descobrir sua identidade, as teorias são ótimas! (existe um detetive dentro de cada morador). Uns acham que é mulher, outros que é homem. Parece certo que mora em Cabrália. E deve ser um tanto coroa já que nutre paixão por Maninha há mais de 30 anos.
Por outro lado, algumas atitudes danosas são bem evidentes, inequívocas até, como a MANCHA MARROM que a chalana da CVC vai deixando como um rastro na água à medida que avança no rio João de Tiba. A gente estava almoçando no Gaivota quando o Cláudio me chamou a atenção. Não se trata de areia revolvida pelo casco do barco, nem água turva pela chuva (faz tempo que as chuvas deixaram de freqüentar Santo André) era na parte mais profunda, bem no canal. Uma coisa nojenta, de sujeira de motor ou, pior, das latrinas químicas da embarcação. E pelo tamanho da multidão – as escunas e chalanas têm passado apinhadas, ultimamente – o dinheiro que deve estar entrando no cofre da CVC não é desprezível. Desprezível é esta atitude de descaso com a saúde da população local e dos próprios turistas. Até quando?
Talvez este seja um tópico para a Associação dos Moradores debater, com quem de direito. Sábado próximo teremos a eleição – infelizmente só se apresentou uma chapa até agora – para uma nova diretoria da AMASA. Uma amiga de Santo André comentou sobre a falta de esperança neste processo. Entendo este sentimento de cansaço, afinal a Associação dos Moradores foi criada há uns 15 anos e não tem sido muito bem sucedida até agora. Há argumentos contrários onde se enumera algumas lutas e conquistas.
Acho que a maturidade chega bem devagarzinho, para as pessoas e para as instituições. Quem sabe agora não é a hora e a vez da AMASA?
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foto de Cláudia Schembri

2 comentários:

Cláudia Schembri disse...

ah essa foto foi naquela subida para o aeroporto de porto seguro!!

olimpia disse...

acertou em cheio, Tati!