Ontem nós pegamos nossas malinhas com algumas roupas esparsas, pasta de dente e presentes e nos largamos para o aeroporto de Porto Seguro com a intenção de embarcar para Brasília. Não conseguimos sair do solo baiano porque o vôo estava lotado e nós sempre utilizamos umas passagens promocionais – para parentes de funcionários da TAM – que são baratíssimas (cerca de 20% do preço da tabela). O senão deste tipo de passagem é que não é possível fazer reservas, elas servem para qualquer dia e para qualquer vôo, mas o embarque só acontece se houver lugar sobrando na aeronave. Como não havia lugar nem para uma mosca, nós sobramos e o jeito foi voltar para Santa Cruz Cabrália e de lá, atravessar de balsa para Santo André. Nessa trajetória prometemos carona para 4 jovens amigos que estavam voltando da escola, só que já na chegada em Santo André um caminhoneiro ofereceu carona para outros rapazes que também voltavam da escola e assim que os nossos convidados perceberam a oferta dispensaram nosso carro sem gracinha e pularam para cima do caminhão. Muito mais divertido, sem dúvida.
Bem, as malas nem foram desfeitas -- hoje vamos tentar novamente e desta vez espero ver Brasília de cima.Será um longo dia de aeroporto; não há vôo direto da TAM para o Distrito Federal, é preciso fazer uma conexão em Guarulhos (SP). Não me incomodo, adoro aeroportos, rodoviárias, docas, balsas – todos estes ambientes típicos de trânsito, de viagens.
-----------Deu certo. Descemos do avião em Cumbica, já com as malas despachadas para Brasília. Acho que é a sexta ou sétima vez que piso no aeroporto André Franco Montoro (você lembrou que é o nome oficial de Cumbica?) somente este ano, e tudo me parece bem familiar: aquelas moças de pernas longas e olhares fatais nos cartazes dos sapatos Carmin, a lanchonete próxima ao desembarque que tem um wrap delicioso de salmão e sucos naturais – tudo caríssimo, aeroporto é um lugar onde nós, os consumidores, somos explorados na maior desfaçatez – a Devassa (cervejaria) no início dos portões de embarque, a banca de revistas nacionais e internacionais, os indefectíveis executivos de laptops e o povo todo falando nos celulares incessantemente. Conexão perfeita, tudo no horário. Na entrada do avião o comandante sorri, as aeromoças dizem o “boa tarde” protocolar e eu fico pensando que estas profissões tem um charme indiscutível se vistas de longe, mas de perto é diferente, com tanta viagem, hotel e falta de rotina. Este ano estamos viajando com bastante constância, a cada 40 dias saio da roça para alguma cidade grande. Sinto minha vida um tanto em suspenso, penso que preciso parar em Santo André por um período mais longo, mas sempre surge alguma coisa seja por diversão ou por obrigação.
Já dentro do outro avião tive a pouca sorte de ser vizinha de um jovem espaçoso. Rapagão bem nutrido, com jeito de frequentador de academias, foi logo colocando o braço forte no encosto da cadeira. Deveria ser dividido comigo, mas ele ficou com tudo. Até aí tudo bem, só que o cotovelo dele passou para dentro do espaço da minha cadeira e estava espetando minha costela. Polidamente pedi-lhe para sair do meu parco espaço – o menino não escutava porque o som que lhe entrava pelas ouvidos era tão alto que estava me incomodando. Quando não era o som do MP3 do ouvido era o joguinho eletrônico. Ainda bem que era um vôo curto, menos de 2 horas.
Aeroporto agora, só na semana que vem.
3 comentários:
Ai, como eu entendo voce.. eu mesma tenho uma relaçao amor-odio com aeroporto : nao vejo a hora de pisar um, porque isso quer dizer que estou me movendo, estou "a caminho de.." seja là pra onde! Mas depois vem aquele nò na barriga, aquela sensaçao de que tudo è efèmero, de passagem, e a lembrança do quanto te faz falta o teu canto, seja là onde e como ele for...
Boa viagem e aproveite muito !
Anna
Anna, faço minhas as suas palavras...
elas traduzem parte do que sinto...
beijos, daqui do planalto central!
Uma vez tive como companheira de vôo uma garota com lindos cabelos lisos, longos e louros.
Eu estava sentada à janela, ela no meio. Conversou a viagem inteira com um rapaz sentado na ponta do corredor. Deve ter rolado um clima, ela não parou de mexer nos cabelos.
Cada vez que ela sacudia a cabeça eu levava uma vassourada dos lindos cabelos louros, lisos e longos...
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