domingo, 13 de março de 2011

A vila de Santo André - outros relatos

pescadores do povoado
Hoje por acaso me deparei  com este texto sobre SA no site do Camping do Caju (um camping situado na estrada da balsa de Arraial de Ajuda.) Não traz o nome do autor,  mas agradeço...
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"A vila de Santo André, bairro de Santa Cruz Cabrália é um lugar curioso. Favorecida pela sorte, por ser afastada do turismo de massa, a pequena Vila fica a  vinte quilômetros do aeroporto internacional de Porto Seguro. Chega a ser inacreditável que esse povoado, mesmo próximo de endereços badalados como Trancoso e Arraial d’ Ajuda, consiga se manter inalterado, preservado, com poucos habitantes, mantendo ainda hoje o charme que essas localidades tinham há trinta anos.
Soma-se a isso o fato de estar bem no meio da área de proteção ambiental (APA) de Santo Antônio, que garante a preservação de seu vasto patrimônio natural: Mata Atlântica, restingas, várzeas, brejos, mussunungas, manguezais e recifes de corais. Por tudo isto, a vila de Santo André é um destino imperdível, onde em tempos idos, viviam os Tupinambás - índios místicos, amantes da natureza.
Há cerca de 100 anos o lugar era quase somente mata, com muitas jaqueiras, rios cristalinos e peixes em abundância. O gosto dos moradores pela boa prosa - que vem desde aquela época - ainda hoje reúne a comunidade para a contação de “causos”. Segundo os antigos, a iniciação de Pajés era feita através da música, já que os Tupinambás acreditavam que o divino, a força da natureza, falava aos homens através dessa arte. Mantidos na floresta em completo isolamento aqueles que disputavam a liderança da tribo somente retornavam à aldeia depois de compor canções. Era escolhido o autor da música mais bela, aquela que tocasse mais fundo o coração de seu povo.
restinga em frente à Pousada Victor Hugo
Segundo a moradora D. Inácia, depois de longo período com cerca de oito casas (de taipa, piso de barro, fogões à lenha, cobertas por sapé e iluminadas por candeeiros), lá pelos anos 50 começaram a chegar novas famílias. Desde essa época, são as festas que animam o povoado, unindo sagrado e profano, como o “caruru” em homenagem a São Cosme e São Damião comemorado todos os anos em 27 de setembro.
crianças de Santo André (Mídia, Isabela, Eliana, Laura e Levy)
Mais e mais “forasteiros” foram chegando como Guylise, da Ilha de Seycheles, que nos anos 80 realizava maravilhosas festas na praia de Santo André como oferenda à Yemanjá. Naquele tempo o espírito de solidariedade unia o “Batalhão”, espécie de mutirão, onde todos ajudavam na construção das casas. Saudoso, o sanfoneiro Valdevino - que junto de outros moradores criou o primeiro bloco carnavalesco - relembra: “A gente se unia, preparava uma feijoada e caía pra dentro do serviço! Só ia embora quando acabava o trabalho. Aí era hora do banho e de se preparar para o baile”. Havia muitos eventos, como os de São João, São Pedro, Boi Duro e dos santos Crispim e Crispiano. A festa do Caruru, as receitas, os valores comunitários, a cultura e o espírito de solidariedade eram passados de pai para filho. (...)"
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texto retirado daqui 
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Aproveito para deixar um recadinho para o rapaz de Rondônia que postou um comentário no blog e pediu dicas de Santo André: você me pediu para responder por email -- mas não colocou o endereço eletrônico no comentário. Terei prazer em lhe ajudar! Se quiser, escreva para mim em olimpiacalmon@gmail.com

3 comentários:

Anônimo disse...

Esse delicioso texto é da minha chefinha Nena Gama, já o li milhares de vezes pois está em vários projetos nossos ao descrever Santo André e está em nosso site: www.iasa.org.br no ícone região. Pode conferir!!!
Bj, Lola

Anônimo disse...

Vi o link do camping, Foi em 2007 para 2008, enviei este texto para vários jornais on line, como o jornal do sol, e alguns publicaram a matéria, mas deram os créditos, o camping omitiu infelizmente, bj, Lola

olimpia disse...

Não diga! Que bom descobrir o autor, ou melhor, a autora. Valeu, Lola!