quinta-feira, 20 de outubro de 2011

São Paulo Companhia de Dança

"Theme and variations"
 Ontem à noite fui ao Teatro Sérgio Cardoso com a Malu Moraes para ver esta jovem companhia, cuja diretora, Inês Bogéa, foi bailarina do Grupo Corpo durante 12 anos. Ela, e Iracity Cardoso, fizeram muito nestes três anos: selecionaram, treinaram e contam em seu elenco com bailarinos de primeira grandeza, além de manter no repertório obras de coreógrafos clássicos e contemporâneos.
O folheto do espetáculo descreve as três obras do repertório: Supernova, coreografia do jovem alemão Marco Goecke que estreou no mês de agosto, além de Gnawa, de Nacho Duato e Theme and Variations, de George Balanchine. Esta última peça consiste em 12 variações, nas quais os bailarinos apresentam os temas que serão retomados ao longo da coreografia. No desenrolar da obra, o casal principal intercala sua participação com o corpo de baile, que dá força ao trabalho e sustenta a obra. Os bailarinos entram dois a dois e aos poucos a cena está montada para outro momento particular, a polonaise, quando os 13 casais se preparam para uma diagonal, na qual a música ascendente de Tchaikovsky faz com o que corpo fique suspenso por alguns instantes.
A remontagem de Theme and Variations para a São Paulo Companhia de Dança é assinada por Ben Huys, e os figurinos foram executados por Tânia Agra, que criou “espartilhos mais curtos e bandejas de tutus menores para que as bailarinas pareçam mais longas para a remontagem”.

... os cataventos de água no início da peça "Supernova" fazem a platéia suspirar... che bello!

"Qual o seu último passo antes de ser engolido pela escuridão? É essa a questão que norteou Marco Goecke na montagem de Supernova, que estreou em 2009, com o Scapino Ballet, em Rotterdam. Nesta peça, montada para sete intérpretes – três mulheres e quatro homens – o interesse do coreógrafo está no instante em que as luzes aparecem e desaparecem na cena e o que se instaura neste intervalo.  Para Goecke, que utiliza recursos de fogo em cena, é preciso tornar o impossível, possível."
"Nacho Duato se inspirou na natureza valenciana, cercada de mar e sol, e em aromas, cores e sabores mediterrâneos para criar Gnawa. Os gnawas constituem uma confraria mística adepta do islamismo. Está presente em Gnawa o reiterado interesse de Duato pela gravidade e pelo uso do solo como elementos fundamentais na constituição de sua dança. Esse interesse se renova no tom ritualístico que envolve o transe musical que conduz a (e é conduzido pela) movimentação dos corpos."

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