sexta-feira, 27 de março de 2009

Santo André da Bahia



Como todo mundo sabe, o modo de produção em que estamos imersos atualmente gera – além das mercadorias industriais tradicionais -- produtos advindos do conhecimento, da informação, da cultura e de outras área imateriais.
A capacidade criativa tem, hoje em dia, tanto peso quanto o aporte de capital.
É um manancial do qual se nutrem as localidades turísticas na busca de promover eventos culturais.

Esses dias, li num jornal daqui da região uma entrevista com o Sr. Cícero Sena, dos hotéis Portobello de Porto Seguro e Salvador, contendo algumas informações que valem a pena destacar:

- “Eu comparei os preços dos terrenos da Orla Norte de Porto Seguro, na região de Taperapuã, com os terrenos das praias de Salvador, na área da Armação, do Aeroclube. Quinze anos atrás, os preços eram equivalentes. O que custava 100 dólares aqui, lá também. Mas nos últimos anos houve um descolamento brutal. Em Salvador, passou a valer 1000% a mais.”

ARRAIAL DE AJUDA E TRANCOSO

--“Mas não precisa ir tão longe. Aqui em Arraial d´Ajuda e Trancoso, que não tem pista frente ao mar, os terrenos valorizaram muito também. As praias do Norte são maravilhosas, tem empreendimentos, shows, então porque é que os preços são descolados? Eu atribuo essa diferença de preços ao fato de nós termos uma BR que agride. De vinte anos para cá, jamais se faria uma pista como essa, frontal ao mar.”

--“Acredito que o ideal seria duplicar a Av. Beira-Mar do trevo do Cabral até o Mundaí. Do Mundaí até o Gaúcho poderia ser feito um enorme calçadão com ciclovia, resgatando o convívio direto com o mar, com paisagismo e muito mais ecológico. Posteriormente essa avenida pode ir até Coroa Vermelha, que inclusive já tem um traçado que é a estrada mais antiga do Brasil. O prefeito que investir nisso vai marcar seu nome na história.

- COM A CRISE MUNDIAL, QUAL SUA EXPECTATIVA PARA 2009?

“Este verão foi um dos melhores que tivemos em cidades turísticas. Porém eu gostaria de fazer um alerta: a crise econômica mundial vai se refletir no Brasil um pouco mais após o carnaval. O turismo corporativo já está sentindo um refluxo nas reservas: as empresas estão mais cautelosas. Nossa preocupação é saber se no setor de eventos também haverá esse refluxo. Espero estar enganado, mas em cidades como Porto Seguro, que vivem do turismo do lazer, acredito que de março a junho nós vamos sofrer um pouquinho mais do que estamos acostumados.”

QUAIS SÃO AS ALTERNATIVAS PARA PORTO SEGURO E AS CIDADES PRÓXIMAS?

- “ È fundamental o trabalho com eventos. Eu sempre entendi que Porto Seguro depende do turismo de eventos para quebrar a sazonalidade do turismo de lazer. Nós recebemos um presente extraordinário (nas comemorações dos 500 anos), que foi o centro de convenções e o pavilhão de feiras, que é o Mario do Brasil fora de capital, um investimento que tem sido subutilizado. Nós precisamos fazer o que outros destinos fizeram, como Salvador. Hoje, 40% da receita de Salvador vem do turismo de eventos, que supera em muito o turismo de lazer. A captação de turismo internacional de eventos em Salvador aumentou de 2 para 27. E nos eventos domésticos, temos cerca de 90 por ano, fora as dezenas de congressos que são feitos direto nos hotéis.
VOCE ACHA QUE PORTO SEGURO PODE FAZER ISTO?

Porto Seguro tem todas as condições para ser um grande destino de eventos.

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