quinta-feira, 21 de maio de 2009

Millôr e os haikais


A zeladora do blog “Seguindo Adiante colocou um comentário espirituoso:

“Eu não consigo entender esses hai-kais. Será uma falha de caráter muito grave?”

Sobre o tema sei apenas que são mini-poemas japoneses, que sua popularização deu-se no século XVII, e que os mais célebres foram escritos por Jinskikiro Matsuo BASHÔ e Yataro Kobayashi (ISSA).
Parece que depende mais de imagística do que de explicitação.

Olha o que diz a haicaísta Alice Ruiz:
“O haikai se faz com três linhas, ou versos, e não mais que 17 sílabas. Seu tema é a natureza, e não nossos sentimentos e pensamentos. Se faz com simplicidade, leveza, desapego, sutileza, objetividade, integração com o todo. Sua melhor definição, na opinião de muitos, é uma fotografia em palavras. Grava o instante. É como se as coisas falassem por si mesmas. Sem adjetivos, sem a impressão do poeta, exatamente como são. Só o real, sem comparar a nada e, talvez por isso mesmo, tão incomparável.”

Alguns também me soam incompreensíveis. E os do Millôr, engraçados.
Roubaram a carteira
Do imbecil que olhava
A cerejeira.

Um comentário:

m.Jo. disse...

Começco a perceber... :)
bjks