sexta-feira, 1 de maio de 2009

História de taxista


O motorista do táxi delas realmente se perdera. Por isto minha irmã ligou para a portaria. Imagino que o porteiro do turno da noite deve ser um sujeito bem desconfiado, porque o diálogo se passou mais ou menos assim:

“É da portaria do Edifício Casimiro de Abreu?”

“Quem está falando?”

“É a irmã da moradora do apartamento 121”.

(silêncio)

“É que tomamos um táxi e o motorista não sabe chegar aí, o senhor poderia explicar para ele?”

“Porque?”

“Porque estamos andando em círculo sem encontrar a rua... o senhor poderia ensinar o caminho para o taxista?”

“Ah, sinto muito, isto não posso fazer.”

“Mas, moço, sou irmã da proprietária do apartamento, tenho o endereço (falou o endereço completo, com CEP e tudo). Nós estamos na vizinhança...”
(silêncio)

Com calma minha irmã explicou tudo novamente: estavam perdidas, dando voltas, o taxista não conhecia a rua...O porteiro desligou o telefone, mas ainda deu tempo de perguntar:
“Que tipo de golpe é esse, hem, minha senhora?”
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ilustração: jorge schweitzer

Um comentário:

piero eyben disse...

Adorei essa história -
ou melhor, estória? -
posso copiar
para um exercício
no ateliê?!

estamos vendo
mudança de foco
narrativo, e peri-
pécia...

o seu texto
tem tudo...

bj.