O motorista do táxi delas realmente se perdera. Por isto minha irmã ligou para a portaria. Imagino que o porteiro do turno da noite deve ser um sujeito bem desconfiado, porque o diálogo se passou mais ou menos assim:
“É da portaria do Edifício Casimiro de Abreu?”
“Quem está falando?”
“É a irmã da moradora do apartamento 121”.
(silêncio)
“É que tomamos um táxi e o motorista não sabe chegar aí, o senhor poderia explicar para ele?”
“Porque?”
“Porque estamos andando em círculo sem encontrar a rua... o senhor poderia ensinar o caminho para o taxista?”
“Ah, sinto muito, isto não posso fazer.”
“Mas, moço, sou irmã da proprietária do apartamento, tenho o endereço (falou o endereço completo, com CEP e tudo). Nós estamos na vizinhança...”
(silêncio)
Com calma minha irmã explicou tudo novamente: estavam perdidas, dando voltas, o taxista não conhecia a rua...O porteiro desligou o telefone, mas ainda deu tempo de perguntar:
“Que tipo de golpe é esse, hem, minha senhora?”
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ilustração: jorge schweitzer
Um comentário:
Adorei essa história -
ou melhor, estória? -
posso copiar
para um exercício
no ateliê?!
estamos vendo
mudança de foco
narrativo, e peri-
pécia...
o seu texto
tem tudo...
bj.
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