Estou pensando em ir ao FLIP deste ano, no começo de julho, em Paraty. Só fui um FLIP até hoje, mas espero não perder mais nenhum.
Literatura e Paraty fazem uma dobradinha linda.
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O homenageado deste ano será Manuel Bandeira.
Na página oficial do evento achei este texto dele. Poder-se-ia chamá-lo de blog do Bandeira.
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Nome: Manuel Carneiro de Sousa Bandeira Filho.
Nasceu no Recife, na rua Joaquim Nabuco, em 1886. Solteiro, sem filhos.
É míope, usa óculos e se sente infeliz por isso.
Já deixou duas vezes de fumar e não tem muito orgulho disso, porque acha que é mais fácil deixar de fumar do que fumar pouco.
Agradece os livros que recebe e responde as cartas; danado da vida, mas responde. Gosta de criança e de animais, sobretudo de cachorro. Não gosta de abiu nem de caqui, nem de melancia. É contra os regimes totalitários, da direita ou da esquerda, contra a lei de inquilinato e contra a mão-única nas ruas Marquês de Abrantes e Senador Vergueiro.
Cada vez mais admira e estima o poeta Carlos Drummond de Andrade, e diz: “Quem não estiver de acordo, é favor não falar mais comigo”.
Romancistas brasileiros de sua predileção: José Lins do Rego e Rachel de Queiroz. Seu cronista predileto: o velho Braga. Pintores brasileiros de sua predileção: Portinari, Pancetti e Cícero Dias da 1ª fase. Compositores brasileiros de sua predileção: não tem predileto. Pertence ao Partido Socialista Brasileiro.
Não é requintado: gosta de jiló, cinema falado, rádio, mesmo com “friture”, e de poetas de segunda ordem. Detesta escrever para jornais e falar em público. Não tem nenhuma religião, mas a de sua simpatia é a católica. Se pudesse recomeçar a vida, gostaria de ser o que não pode: arquiteto.
Gosta de todo gênero de leitura, sem predileção. Tem medo de ter medo na hora de morrer. Gosta mais de visitar do que ser visitado.
Não tem secretário nem criado, e prepara o seu café da manhã; sabe fazer muito bem sorvete de café e doce de leite.
Gosta da solidão.
Com um poema publicado num jornal conseguiu que o prefeito mandasse calçar o pátio para onde dão as janelas do seu apartamento.
Não se casou porque perdeu a vez.
Ri com muita facilidade porque é dentuço.
Faz versos desde os dez anos de idade.
Coisas que mais detesta: fila de qualquer coisa, responder a enquetes, dar opinião sobre os pardais novos, esperar retardatários, fazer plantão em guichê, viajar de trem etc.
Gosta de: tirar retratos, ver figuras, ler suplementos literários, bestar etc.
Gostaria de morrer de repente, mas em casa. "
MANUEL BANDEIRA
(texto condensado)
Um comentário:
Gostei muito daquela parte que diz que “Quem não estiver de acordo, é favor não falar mais comigo”.
Viva o Manuel!
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