terça-feira, 26 de janeiro de 2010

o paraíso perdido

Você já deve ter notado uma tendência que temos de chamar os lugares bonitos da Natureza de paraíso, notadamente praias, montanhas e cachoeiras. Será que poderíamos dizer algo assim de Santo André? Vejamos as fotos
praia de Santo André (lado norte) onde se vê uma pequena aglomeração humana em frente ao resort Costa Brasilis
na mesma praia, virando o rosto para o Sul percebemos outra pequena aglomeração na Ponta e (o principal) todo o Meio com pouquíssima gente, em pleno verão (note-se a vegetação tipo restinga, típica do litoral, ainda preservada, uma raridade nas praias brasileiras)
a vista de dentro para fora, a partir da Pousada Victor Hugo, nas duas últimas fotos
Parece-me que alguns parâmetros escolhidos para merecer o título -- além da beleza física -- são
relativos à preservação de costumes em desuso nas grandes cidades e um certo ar naif e o pitoresco que as Vilas e Povoados possuem. Apesar da inegável beleza do Rio ou da estonteante variedade cultural de São Paulo não lembro de ter ouvido ninguém se referir a estas cidades como paradisíacas nos últimos 15 anos. (assim como acho dispensável lembrar que não existe paraíso terrestre, já que todo mundo sabe que as mazelas humanas não têm preconceitos, se espalham como ervas daninhas por todo e qualquer lugar; ontem mesmo tivemos uma reunião sobre o uso de drogas aqui no povoado). O assunto, na verdade, é de uma enorme complexidade, vem desde o Gênesis e tem merecido uma longa reflexão da humanidade, algumas notáveis como as descrições dos Paraísos de Dante ou de Virgílio. Agora recordo que once upon a time, tentei ler o livro mais conhecido de John Milton, o poeta inglês do século XVII, chamado justamente de O Paraíso Perdido, um poema em 10 cantos. Não consegui, achei muito difícil à época, mas através de seus comentadores cheguei à conclusão que neste livro, Deus oferecia um paraíso a Adão e Eva sim, mas ele estaria localizado dentro deles, no âmago de si mesmo... Será?

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